te ofereço minha bunda sim, imunda, vagabunda, te ofereço minha morte sim, profunda, sem tumba, te ofereço minha sorte sim, agourada, sem aura, te ofereço meu cérebro, sim, sem périplo, ébrio, te ofereço meu coração, sim, prostituído, sem emoção, te ofereço meus rins sim, vis, sem fins te ofereço minha vida sim, achada, oprimida te ofereço meus órgãos sim, organizado, tomado te ofereço meu corpo sim, inteiro, porco dócil corpo fosco, tosco, morto diabólico agente laranja de divinos hortos todo seu, olho de Deus, meu Prometeu, come, espião das alturas, o fígado que me deu não o quero mais, fica pra ti, é todo seu fujo de mim dando-me todo a ti, Serafim, no sétimo dia em que nasci, descendi de sua sexta asa, Supremo, sem medo de cair, me viro ao avesso do inferno de seu reverso, e verso de diverso de não querer-Te sequer como sombra que assombra-Te no assombrado humano boto fogo na luz que em Ti pudesse me conduzir poderoso ou vigoroso ou amoros...
“O fato de Balzac ter sido forçado a ir contra as próprias simpatias de classe e os seus preconceitos políticos, o fato de ter visto o fim inelutável de seus tão estimados aristocratas e de os ter descrito como não merecendo melhor sorte e o fato ainda de ter visto os verdadeiros homens do futuro no único sítio onde, na época, podiam ser encontrados, tudo isso eu considero como um dos maiores triunfos do realismo e uma das características mais notáveis de Balzac”. Friedrich Engels, 1888