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Mostrando postagens de outubro, 2007

no ano x + 10

No ano x , y foi até a rua w e comprou uma pistola calibre progresso. No ano x + 10, y chegou em sua casa e desfechou tiros contra o corpo. Depois de morto, y foi aludido num telejornal. Neste, seu suicídio não simbolizava nada. Apenas mais um morrera. No entanto, o silêncio, dissimulado através da indiferença, dominou de tal maneira os espectadores, que seus corações falaram uma linguagem de mistério coletivo. Y talvez fosse a liberdade? a desmassificação? O homem que se inventa? A mulher que se desmasculiniza? O jogo de gays nos jardins de caminhos que se bifurcam entre gostar de homem e mulher? As multinacionais das rebeliões do sul e do Oriente Médio, com seus fundamentalismos de comunismos, de operaísmos, de chavismos, negrismos, indianismos, tribalismos, software de livres ismos, de teias de balanço nas veias abertas das redes de pluralismos, tomando a Bastilha dos endinherados fundamentalismos, acovardados em abstracionismos, exibicionismos de retardonarcisis

FELICIDADE

eu sou a felicidade, a alegria, um outro mundo, não este aqui. sou o encontro do e no desencontro, nada disto: família nela mesma, marido e mulher por eles mesmos, o rico feliz de seu estado de ilha, repleto de companhias puxa-sacas, os responsáveis diretos pela miséria deste mundo aqui, sou o contentamento, o banquete pra todos, uma outra humanidade, em que não sejamos nós-mesmos, humanos, apenas, e em que a promessa, a promessa pros joãos, pras marias, a promessa nos pedros e nas joaquinas, a promessa libidinada em cada olho deste planeta aqui, seja repartida, seja tomada, seja espalhada, não a partir, mas seja nossa, de cada qual e de todos cada, e que a felicidade, quando realizada, no amor, no encontro, na amizade, na fala, na audição, no tato, no sabor, na imaginação, neste poema, a felicidade seja a mais particular, a mais eu, a mais singular, por ser a mais pública, a mais não-eu, a mais total. eu preparo um poema da bomba atômica: a fissura plutônica dos núcle