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Mostrando postagens de setembro, 2007

talvez

talvez fosse em algum lugar remoto, talvez não. agora era pra dizer que seu logos espermatikos, agostiniano, possibilitava falar babelmente. E já não era uma fala de sentenças, sintagmas congelados, vozes audíveis, inteligíveis. Era o sentido dos sentidos, singular pluralizado. A proposição de que cada palavra instaura a loucura de seu fragmento e de sua totalidade, como corpo, como se fizesse a imagem-corpo do corpo de si, de sua fala falante de flores espinhos do mundo. alguma palavra muda falante que dissesse de si, e de todas as coisas possíveis e impossíveis. palavra implosão, explodindo na ponta da língua de sua sonoridade gutural, saída do vazio da voz, no lugar onde o nome próprio já não é, de tanto ser e não ser. um nome próprio impróprio que fosse a encarnação de todos os nomes próprios impróprios existentes, existidos, por existir. um passado, presente, futuro, no em si de seu não si. palavra cursiva no curso urso de seu uso só, pescando peixes nos frios rios precipitad

bons e maus selvagens

Cenário: tinha um rio, campinas, morros, montanhas, ouro, diamantes, além de florestas a perder de vista, densas como um sonho. Dorotéia também tinha. Doroteu também. Este é um pastor forte, compenetrado, calmo como um budista; aquela, sua musa inspiradora, mas que não se contentava ficar ou ser apenas musa, pois também pastoreava. Onde mesmo? Numa natureza exuberante,o paraíso perdido, agora achado, e o casal Dorotéia e Doroteu no seu centro e na sua periferia: em Vila Rica, Minas Gerais, Brasil. Deviam estar felizes, mas não. Nada. Tudo conforme o Arcadismo: uma verdadeira Arca de Noé. O bicho-macaco, o bicho-onça, o bicho-tamanduá, o bicho-preguiça, o bicho-lobo-guará, o bicho-minhoca, uma quantidade indefinida de bichos já nomeados, e um tanto de indefinidos outros ainda não nomeados, juntamente com uma flora diversificada, com ipês amarelos, roxos, azuis, vermelhos, verdes; com mangueiras, laranjeiras, jatobás, e flores : margaridas, rosas, girassóis, flor-de-lótus, cri

poçossssso

Farsa 1 farsa, sou um farsante, in-des-culpável, um farsante, um enganador, mais que um fingidor, em tudo, um professor farsante um marido farsante um amante farsante um homem farsante e ainda um farsante homem por traz e pela frente farsante 2 Sou um poeta farsante um escritor farsante um filho farsante um amigo farsante um sonhador farsante um pai farsante um cara bom, sou, mas farsante 3

verbiocolazarcegal

verbiocolazarcegal depois antes eu o bom, eu o justo eu o legal eu o faço o que poço/posso, nado, nado, nado, nada; eu o solidário eu escritas e reescritas sobre eu folha épica faca fálica beirada lâmina vaginal cortante eu o discurso o curso eu o crítico eu o dedo em riste eu o moralista eu o filisteu eu o certo eu o genial eu o coerente eu o diferente eu o indiferente eu o simples complicado complexo eu o poeta do século, o pedante o pernóstico,o pretensioso, o da falta de rigor qual mesmo? eu olho como me visto eu o agrário deserdado do campo despedido e nem isso o agrário descampado agora operário impedido de entrar na fábrica o desempregado ancorado no analfabetismo das alfabetizadas maneiras de compor gêneros compor tipos compor óculos compor miopias compor gestos compor falas compor olhares compor o tipo sim o livro tal sim o livro de fulano de sicrano já leu eu o tipo o escorpião encalacrado sobre o cortázar do lezama lima eu o farsante eu depois eu comecei dar aulas particu