quero um poema sem valor desembrulhado sem essências sem aparências sem que assim se enuncia: sou pobre mas honrado prefiro morrer lutando que viver de joelhos ao pau e à voz doce à luta digital e cibernética não quero alimentar a mão que nos tira a coragem a ousadia a criação a invenção o tesão o comunismo de um mundo sem iscas de ismos a vida esporrando-nos desde de cima, com cacetes pirotécnicos do deus dinheiro de castas dominantes não me suicido não me rendo não me atento não me fomento no trem da história, este é o não poema ou o não presente, não progresso o capitalismo não pode parar sempre avançando, sem olhar para trás, pros lados contra as arribações das gerações sempre olhando pra baixo, os baixios de sementeiras de misteriosos retornos festivos de primaveras sorrateiras e, sem querer ver o futuro, plutão sequestrou o presente começa pelos cabelos de sua filha de sua mãe de sua avó de sua amante ou de seu filho pai a...
“O fato de Balzac ter sido forçado a ir contra as próprias simpatias de classe e os seus preconceitos políticos, o fato de ter visto o fim inelutável de seus tão estimados aristocratas e de os ter descrito como não merecendo melhor sorte e o fato ainda de ter visto os verdadeiros homens do futuro no único sítio onde, na época, podiam ser encontrados, tudo isso eu considero como um dos maiores triunfos do realismo e uma das características mais notáveis de Balzac”. Friedrich Engels, 1888