um verme, um vírus e uma horda de bactérias invadiram, peste letal, o corpo do mundo. o veneno contra o veneno, os anticorpos contra os corpos invasores, o corpo do mundo definhado na uti dos pesadelos virais. a morte é certa; a vida incerta. toda medicina, nietzsche dizia que a arte é medicina, toda ela buscava a cura: inutilmente, embora acreditassem na globalização justa, num sistema de inclusão, nos estudos culturais, na ong contra fome da praga, insaciável, na poesia de papel (esta ), na alegria ilhada. o hermético segredo contra tal incontrolável mal, alguns muitos o chamavam de inevitável, e diziam que era preciso adaptarmos, pra não ficarmos de fora, estava precisamente no fora, que é o mais dentro de nós, expulso de nós por nós: estava em cristo. não o cristo dos religiosos, dos cristãos, dos católicos, dos pentecostais, mas o cristo morto ressuscitado, o cristo dos passos das paixões, o que morreu pra salvar, e ressuscitou salvando-nos; um cristo anarquista,...
“O fato de Balzac ter sido forçado a ir contra as próprias simpatias de classe e os seus preconceitos políticos, o fato de ter visto o fim inelutável de seus tão estimados aristocratas e de os ter descrito como não merecendo melhor sorte e o fato ainda de ter visto os verdadeiros homens do futuro no único sítio onde, na época, podiam ser encontrados, tudo isso eu considero como um dos maiores triunfos do realismo e uma das características mais notáveis de Balzac”. Friedrich Engels, 1888