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बuscar ओ फोर

buscar
a imagem errada,
a errata,
o lapso,
o exato tropeço no furo das xoxotas
dos tempos das lajotas:
errâncias de ruas,
distâncias,
e, entre o desejante e o desejado,
por desleixo, idiossincrasia,
buscar o que não seja hipocrisia,
a missa dos rituais
da evidência do dado,
o determinismo do pronto e acabado,
buscar o não buscar o leite nas tetas do medíocre deleite
das mesquinharias amorfas
das formas fôrmas,
conformadas pela busca homericamente cegóide
do inconsciente dos pilantras genocidóides,
normótopas que temos sido,
buscar simplesmente o simples,
os timbres que as mãos podem alcançar
sem precisar de dinheiro,
pra comprar,
pele
víscera
e paladar
o crível do incrível
o mais que perto,
o longe
o ali da lâmpada de aladim,
o fora, de tão aqui,
o não ao sim aos muros entre a palestina e israel
o fora do muro dentro de mim, ao léu,
o fora do inferno ou do céu dos muros,
o fora do céu do muro seu entre o muro meu
o fora dos muros dos condomínios,
dominó dos domínios,
a lançar mísseis nos ombros dos escombros de muros
a impor um graças à deus pela vida, na manhã,
depois do terror da noite de horror
buscar nem bagdá nem nova iorque
outro cosmopolitismo
fora do ismo do sismo disto a que chamamos
imperialismo,
o sexo no amplexo dos olhos a amar
o que não se busca,
buscar
o fora da emboscada
da graça e da desgraça
o fora do espelho, de cada murro,
no urro do muro de ambas
as trapaças

Comentários

Ana Guimarães disse…
O anti-poema deleuziano! (rs) Já viu esse texto? http://www.cronopios.com.br/site/prosa.asp?id=2663
Preciso dizer que gostei? Destaque para "O fora, de tão aqui".
Beijo
Ana Guimarães
Fleury disse…
Essa vertiginosa e infinita busca do ser não-ser libertando-se das amarras impostas pelo mundo das aparências ("das xoxotas dos tempos das lajotas"); essa busca do nem isso, nem aquilo, em geral, me assustam, ainda mais quando me percebo diante do meu "fora, de tão aqui". Momento ímpar que sua poesia me permite.
Abraço, Luis.
Karina Fleury.
UM INFINITIVO NA DERIVA: POESIA É LÍNGUA NA XOXOTA

As elucubrações filosóficas não aumentaram o poder material do homem; os poetas tampouco o fizeram. Nisso naufragaram a Filosofia em crise e a Poesia em deriva.

O inteligente moderno é cientista de laboratório em que se in/evaginam biocidas; assim esse homem não-sábio atua sobre a natureza. O filósofo é inútl, não presta serviço algum à ordem e ao progresso; mas o poeta também não habilita o homem a agir sobre as coisas nem o prepara, a fim de dominar os elementos das paisagens naturais.

Então, ei-lo em derivas eróticas pelas paisagens cultuais da línguagem, "fora do ismo do sismo disto a que chamamos
imperialismo,
o sexo no amplexo dos olhos a amar
o que não se busca,
buscar
o fora da emboscada
da graça e da desgraça
o fora do espelho, de cada murro,
no urro do muro de ambas
as trapaças" (SOARES, 2007).

Nesse "muro de ambas as trapaças", também se vê aquele simbólico descrito por Tahar Ben Jelloun:
"Le mur
habillé de chaux
compte les jours de ses pierres
avec pudeur
voile le misère et la main que se lêve"#

(JELLOUN, apud PÉRÉ-CHRISTIN, 2001, p.74).

Salve, poeta de cor vadia. Quo vadis? Quo ibimos nessa busca?

Vale vate!!!







#O muro
vestido de cais
conta os dias de suas pedras
com pudor
encobre a miséria e a mão que se levanta#
Robson Tadeu disse…
Amigo e sempre querido Luis.
Quanto tempo, não?
Li, agora, o seu poema sem flor. Senti, no estômago, o embrulhamento do prazer e medo, no uivo e na força da palvra urgente. Sobretudo, senti no coração as forças estranhas desse mundo impróprio, solanpo nossas doces esperanças, as quimeras ardentes de nosso peito e tempo.
Um grande abraço com o carinho do Robson Tadeu

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