Pular para o conteúdo principal

AMOR

um amor me pegou, tão estranho amor , tão-desalmado, tão-outra-coisa, que me levou sem mim, pra um lugar distante-aqui, que explodi-implodindo, e estava tão disperso em minha concentração distraída de mim, que me arremessava a favor do abismo raso de cair, sempre, sempre, dentro de um outro fora, voando ao caos, ao leu, desencontrado, por aí, o amor não é dor, dor é amar a gente mesmo, o amor é o desespero dos genocidas, das formicidas, o amor, engana-se quem pensa que morria, engana-se quem pensa que enlouquecia, engana-se quem pensa que sumia, engana-se quem pensa qualquer pensamento. o amor é impensável, e me achou naquilo que não existo, e nem posso, existir. o amor é resistir ao ser, é uma impropriedade, um desvio, um erro, um apesar da gente. o amor é o deserto do ego, é habitado por seres mutantes, um amor-fêmea, um amor-árvore, um amor-barata, um amor-verme, um amor-flor, manhã de noites, um amor-vento, um amor-sol, um amor-pedra, um amor-sem-nome, sem sobrenome, comum em sua singularidade. o amor me não amou, me odiou, me matou. o amor me isolou de tão próximo, me levou pra longe, pros olhos da cabeça do coração da mão da alma dos corpos de um qualquer, o amor é qualquer. o amor faz esquecer que esqueci, faz lembrar o que me lembrava, faz recordar esquecimentos: a lua, o sereno, o escravo egípcio, a mulher feiticeira, a palavra que ninguém ouviu, nem quem a produziu; a audição recusada, a da índia aqui alhures no tempo, ouvindo o último lamento de nascimento de seu bebê queimando o vestígio de amor no coração do rei de Portugal, de Espanha, de um rei qualquer, de um rico qualquer, o coração de amor queimando ao queimar do bebê da índia, num dia indeterminado, o amor em cinza dos saqueadores de olhar, de ouvir, de falar, de brincar, de abraçar, de pensar, de amar, de inventar. o amor me engravidou de mundos, me outrou, me levou e me chamou de um nome que não me encontrou: não está, o luís, não esteve, não estará, pois o amor me reencarnou de marias, de pedros, de sebastianas, de floras e de faunas, quando amou a alma do verde do vermelho do negro do branco, nesses azuis, por aí.

Comentários

mari disse…
O amor, sentimento difícil de descrever, talvez até mesmo indescritível. O único sentimento que é capaz de nos fazer sentir ao mesmo tempo vários sentimentos que quando encontrados juntos nós o chamamos de amor (?). Talvez aí esteja o grande mistério desse sentimento tão poderoso que nos faz capar de ignorar religiões e raças, deixar os preconceitos de lado. Por amor ficamos cegos e ao mesmo tempo passamos a enxergar melhor. Contradições? Sim. O amor é isso, não há uma explicação sequer para esse sentimento. O que fazemos é supor teorias para explicá-lo, mas homem nenhum na terra é capaz de explicar e entender as coisas que o amor nos faz fazer quando amando estamos.
Lindo texto Luís ;)
Beijos e um ótimo final de semana ;*
Anônimo disse…
Amei o texto! PERFEITO ;D

O amor é um sentimento sem definição e quando a gente começa a explicá-lo , entendê-lo , pára de AMAR VERDADEIRAMENTE.

bjos ;*
Gabriela Galvão disse…
Falar d amor eh p/ poucos...



Soh t tê-lo feito jah vale mt!

E conseguiu falar mt, hein?!


Abraço!!
Anônimo disse…
Uma observação poética a sua! haha
Obrigada :)

Bjs
LE VENT DU VIN. AH, L'AMOUR...

"O amor é o deserto do ego, é habitado por seres mutantes, um amor-fêmea, [...] um amor-sem-nome, sem sobrenome, comum em sua singularidade".

Abraça-se sexualmente alguém sem que se abarque o romance familiar dessa pessoa? O que se sabe acerca do investimento libinal em certas pessoas ou coisas e não noutras?

Ora, dirão, o free arbítrio no sexo e na emoção é micrológico, e o poeta o sabe: paixões são irracionais.

Poesia e sexo se esburram de símbolos. O famigerado romance familiar indica que o sexo adulto é representação; enfim, é certa atuação ritual derivada de circunstâncias passadas. "É sempre no passado aquele orgasmo" (DRUMMOND). Daí o pouco provável existir de um erotismo plenamente humanitário.

O romance familiar, diria Camille Paglia, contém hostilidades e agressões na superfície abaulada do inconsciente banal. Crianças são monstros de desenfreado egoísmo e vontade porque vêm diretamente da Natureza as suas hostis sugestões de imoralidades (PAGLIA, 1994).

Ah, l'amour... Ainda bem que não o descreveste, poeta; tampouco o discutiste. Simplesmente te deslizaste (no bom sentido) sobre seus signos-paradoxais em hipotaxes e parataxes divertidíssimas.

Mas, hein (numa retórica mais jovem), pô, aê, seu texto é, tipoassim, bom pra caralho!!!

Parabéns para nós, os (temulentos) seus leitores. Sugerirei a Paizinho do Ibiraçu que o leia. É a cara dele (pelo menos a que ele oculta).

Valeu!!!
Renata Bomfim disse…
"[...]o amor não é dor, dor é amar a gente mesmo [...]"

Essa desarraigação egóica é dolorosa, mas ainda não é o amor. O amor é a terra rasa que sobra, fértil para a semete do outro...

Abraços
renata
Fleury disse…
"o amor me engravidou de mundos": bela imagem visual para se (in)definir o amor.
Amei o seu amor.
Bjs.
Jacinta Dantas disse…
E o amor me encantou no amor do universo por todos os seres que amam:gente-planta-bicho-agua-fogo-terra-ar.

Jacinta
Flavia disse…
O amor é tão grande, e estranho, e difícil, e por isso mesmo, tão bom!
mari disse…
Luiiis o/
Como adoro tudo o que você escreve e responde nos meus comentarios to te passando um memê la no meu blog ta?
Quando responder me avisa que quero saber suas respostas =]
beijos ;**
B!ah♥=D disse…
Caraca!!!!!Tudo seu eh muito profundo!!!!!!!!
Realmente...O amor eh muito complexo,ele destói e revigora ao mesmo tempo...O amor eh algo inexplicável...
Vem cá...Quantos anos vc tem hein???Eh pra saber se um dia eu tenho chances de escrever como vc...
Amei o texto com todas as letras!!!
=]
Caroline disse…
Bem lindas suas palavras.
O amor toma conta da gente, ele faz as pernas ficarem bambas e bloqueia coisas que antes eram tão mais claras e objetivas.

Mas ele faz a gente crescer e aprender.
Beijos :)
B!ah♥=D disse…
Tah bom luis...Mas vc ainda naum respondeu...Quantos anos vc tem hein???
=]
mari disse…
Ai que susto! Pensei que as intenções da biah fossem outras xDD
Mas deixa. xD
E siiim, te tenho como referençia sim. Principalmente no modo em que expoe seus sentimentos escrevendo esses textos =]
Beijooos ;**
B!ah♥=D disse…
40?????????Tem certeza???Puxa!!!Nunca imaginei de que alguém como VC leria o blog de alguém como eu!!!
Tipo:eu nunca imaginei q um cara d 40 anos(q deve ter muuuito o q fazer)ficaria lendo algo tão entediante como meu blog...
Obrigada por "me ler"
De verdade...
=]
B!ah♥=D disse…
ESPERA!!!!Vc tem quarenta ou 80???
B!ah♥=D disse…
paraaaaa
para de me provocaaaarrr
diiiiiiiz looooogo!!!!!!!!!!!!
=[!!!!!
GAZUL disse…
Quase que mataram sua charada, hein: "tudo que você escreve é muito profundo". Aí está sua mais e melhor cobertura, já que o melhor cego de amor é aquele que não quer vê, só sentir,com todos os olhifícios abertos, pela linguagem, é claro, assim como também "arquiteliteraturas" faz com tanta pro-sa e eza!

(vou parar por aqui meu "ensaio sobre a cegueira", senão vira livro e a concorrência pode reclamar hshshshshshssss)
Ana Guimarães disse…
Lindo!Invejo a musa desse amor que te pegou, Luís.
Beijo,
Ana

Postagens mais visitadas deste blog

dinheiro antes era pão e circo e o cacete como pão que bate na arte de matar, cão que late, no bode expiatório, a guilhotina no pescoço da soberana plebeica praça hoje é urânio empobrecido fósforo branco e círculo midiático onde tudo é arte que arde, ardil funil fuzil de ícones de artilharias nas edições de armas satelitais contra a praça súdita garras amarras virtuais na Terra carcerária, pois agora a ágora é o planeta campo de concentração planeta palestina, território sem povo e povo sem território, onde bomba é tudo, em tempo irreal, supõe-se, supositório de lunáticas radioativas partículas de envoltórios zumbíticos vivos incendiados incendiários, planeta guilhotinado, enforcado,desmembrado, sacrificiado nos vários seres mortuários, viciados, por plutônicas ontológicas cosmológicas inspeções galácticas de drones drops fotoativos, putativos, objetos mostruários no dentifrício no corpo cabeça sexo estomagado esmagado emparedado avacalhado suicid
no outro lado do front vi a refração das alfabetizadas ciências deus meu vi o engenho e a arte longe dos barões bufônicos das prosódias divinizadas das seis entidades orquestradas como mísseis de calar dos modernos tempos antigos vi o inglês, o alemão, o francês, o italiano, o espanhol, o português vi ideologia humanista nas seis pirâmides escriturais nas bocas dos sacerdotes dos monastérios os latins ministeriais das sagradas letras dos poemas nos boquetes dos iniciados em palácios de elmos lambendo as glandes das poses das correções ortográficas engolindo as porras das sintaxes na ordem das concordâncias nominais engravidados pela garganta profunda dos espectros verbais vi o monumento à barbárie dos hexagramas das teogonias ocidentais vi a bíblia das traduções imperiais na patrística das metafísicas nas pontas do ceu da boca nas palavras dos seres angelicais vi no outro lado do front as girias dos analfabetos poemando os cristais nos banhos ilimitados dos mananciais despoluindo-se da

LUTO

o mundo observa as Reich telas de televisão computação sensação estilização rostificação enquanto Israel se torna cada vez mais o principal anti-semita de si de nós mesmos infernizando irradiando dizimando atomicamente o judaico povo atual: o palestino, tão ao vau como o hebraico povo haitiano somaliano líbio sírio pois todo povo sendo diferente, é igual no laboratório da holocáustica Faixa de Gaza A câmara de gás Do faraó sionismo Impõe o milenar êxodo aos judeus palestinos Sob a proteção do nazismo Europeu Estadunidense Oligárquico Enquanto observamos as telas da enganação danação violação manipulação reificação O Hitler Benjamin Netanyahu Mandará matar esta menina Palestina-antes-judaica Yasmin, 6 anos vejam de fora do seu soss-ego pois já mandou matar olhem (de dentro da outrora homo sacer abandonada escravizada hebraica vida nua) sua mãe, Yolanda, calcinada assassinada por fósforo branco olhem lançado