se tivesse o poder de mudar destinos de salvar desesperados de trazer alegria a toda tristeza de saciar as fomes todas: concretas e abstratas corporais e almais se tivesse o poder de escutar, de ser o ouvido do mundo, de provar, de ser o paladar do mundo de olhar, de ser os olhos do mundo, de tocar, de ser o tato do mundo, de cheirar, de ser o olfato do mundo se o poder tivesse de acumular-me de todas as experiências sexuais intelectuais, corporais, relacionais, individuais, de ser todos e tudo multitudinais: paralelas e meridianos imaginários da terra de todos: totais de ser pai, de ser mãe, de ser filho, de ser filha, de ser neto, neta, esposo, esposa, amante, bastardo, puta, heterohomossexual, índio, negro, amarelo, mestiço, branco incompletamente completo, e vice-versa imperfeitamente perfeito, e vice-versa, erradamente certo, e vice-versa. de iludir e ser iludido, de seduzir e ser seduzido de ser bom se tivesse o poder de morrer e de ...
“O fato de Balzac ter sido forçado a ir contra as próprias simpatias de classe e os seus preconceitos políticos, o fato de ter visto o fim inelutável de seus tão estimados aristocratas e de os ter descrito como não merecendo melhor sorte e o fato ainda de ter visto os verdadeiros homens do futuro no único sítio onde, na época, podiam ser encontrados, tudo isso eu considero como um dos maiores triunfos do realismo e uma das características mais notáveis de Balzac”. Friedrich Engels, 1888