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utópica pica

para daniel alberto

se eu tivesse sua pica
poderia xixi fazer
no tijolo esburacado,
da entrada do seu prédio
e ver com alegria incomparável
todo meu xixi do outro lado sair,
como se eu fosse todo maleável
entre mim e meu pinto, a cachoeira a parir,
se eu tivesse sua pica ingovernável,
rios de semens fecundariam,
no entrar e no sair, imperturbável,
os óvulos de risos que nos amariam

se eu tivesse seu pinto,
hillary clinton, falsa pretendente,
a governar o império de minha pica,
como presidente,
abandonaria,
bastasse um pedido meu
o lobby dos sionistas, marcha marcial,
e só quereria o dinheiro del Banco del Sur
pra sua campanha presidencial
tal o seu amor,
se eu tivesse sua pica
por meu tesão demencial,

ah, não me digas,
se eu tivesse sua pica,
o império do meu pau,
não me considero mau,
não seria, te juro, patriarcal,
nem totem nem tabu teriam
te juro, no império de meu pau,
aqui e ali eu brocharia,
no império do meu pau,
frágil e fraco, ser eu também seria
e deveria e me faria e festejaria
porque, no império do meu pau,
comunista é experiência que viveria
na putaria de um mundo sem igual.

Comentários

Grande Luís!
Quie marginalidade seca e boa de se ler, meu chapa!
E a metáfora agora?, nem se fala!
De utó-pica essa pica não tem é nada...

Muito bom.

Abraços...
Aparece!

Germano
Luly disse…
Olá!
Aceitei seu convite a aqui estou.
Vou ler mais das suas poesias um tanto lascivas! rs
Ah, e meu blog em atividade é:
www.vidarealequeelegal.blogspot.com
O que você visitou será deletado em breve, por estar desativado.
Bom domingo e obrigada pela visitinha.
Anônimo disse…
tua pica ou do outro
dá na mesmo
depois do gozo
a mijada é pomposa
não rejeite
nenhuma buceta
aproveite
enquanto tiver tempo
quando velho
usar o dedo
não presta
Esse merece ser lido e relido...
Grande Luís, o poeta fescenino!

Grande abraço, mestre...
Germano
Priscila Lopes disse…
Puta que pariu.

Genial essa explosão de palavras. Despojado. Doce até.

Gosto de aliterações:
"nem totem nem tabu teriam"

Volte sempre ao Cinco Espinhos.

Abraços
Letícia disse…
E a gente sempre querendo ser o outro. Quisera eu também ser o outro. Talvez por isso, eu escreva.

Vc já deve ouvir elogios, então apenas digo que voltarei a ler e também desejarei ser o outro.

Bj.
Priapo, Ibiraçu, pé-de-mesa, taludo, o poeta perpetua o paganismo em nossa cultura moderna, comendo mãos, bocas, bocetas e cus, sem necessariamente panegirizar (embora não o negue hora alguma) o poder criador da masculinidade piruzal. Mais pra "totem e tabule" (como o diria atirandeletras, aludindo ao cheque sem mate) o poeta celebra uma homenagem "à trois" (coisa de Gaza também) em que se engafinham Ele, ele e ela (todas as elas).

Este poema é um mar de tesão, como vc o disse de alguém uma vez, Louis. Estamos erotizados.
Anônimo disse…
salve cor vadia, vadias, vagas, volúpias de revoluções, de paus e xanas, entra e sai, suruba de afetos. Muito obrigado pela sua visita lá no lamlambe.blogspot.com (visitem!)

fiquei super preocupado contigo (até sem palavras) quando soube da sua separação com a débora. Pelo andar da carruagem (viragens e viramundos!) de vocês, as coisas dariam nestas paragens para o bem e para o mau. Sertão glorioso e bem-vindo.

amei seus filmes favoritos (lindo aquilo!).sua solidão povoada (alô, pedro nava!.qualquer dia quero te visitar. espero que tudo esteja bem contigo.

abraços e beijos do amigo pornofotógrago, poeta de margens, arrimo de famílias desfaceladas.

marco aurélio bissoli.
Ana Guimarães disse…
Ó eu metendo o meu betelho (já que outra coisa não tenho): melhor titulo para o poema é justamente como o Germano se referiu a ele: Utó-pica.
Abraço, poeta fescenino!

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