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QUEM

( “quem não sabe que a mulher é uma invenção do homem, o negro, do branco, o pobre, do rico, o sul, do norte; o homo, do hetero; a consciência, da inconsciência; o consumidor, do mercado; o excluído, do incluído, sequer começou a se inventar, e ainda não existe.” Jacques Lacan, seminário 0, 333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333 )
Quem não coisa
amor de sombras
nas palmas-mãos
do dar-se a conhecer ?

Quem não trouxa
uma contrariedade
nas hierarquias do aproximar de
ao deixar-se levar?

Quem não mármora
um tornar a renascer
nas esteiras do estar
o rosto a euficar?

Quem não asfalta
uma lacuna de estar
nas vagas do mim/ti
o sonho de unificar?

Quem não pedra
o coração do viver
nas aranhas de tecer
os dias de anoitecer?
Quem não terra
as minhocas de ser
nas essências do esquecer
as artes de morrer?

Quem não subjugado
o coração
de uma forma ou de outra
violou o mundo?

Quem não universa
pelo enredo do verso
nas entrelinhas dos espaços
as escritas do hermético?
Quem não areia
um caminho particular
nas multiformes do ente
as possibilidades do existir?

Quem não árvora
como quem pode
infinitamente
não continuar?

Comentários

Renata Bomfim disse…
...é luis somos tecitura do outro, mosquinhas presas nas teias dos significantes alheios...
Gostei do poema, bem estilhaçado...
olha, quando puder, passa lá no letra e fel, dediquei um poema a você.
Abraços
renata
lula eurico disse…
A tantas interessantes reflexões nos remetes, Mestre? Estou a ruminar as tuas indagações e te responderei em breve em minhas postagens.
Abraçamigo.
Lyra disse…
"Quem não asfalta
uma lacuna de estar
nas vagas do mim/ti
o sonho de unificar?"

Lindissimo!!!

Beijinhos e até breve
i disse…
Olá, Luiz! Realmente, mudei de endereço. Agora estou aqui: http://opensadorselvagem.org/blog/diegoviana

Grande abraço
Diego
Jacinta Dantas disse…
É poeta,
e existimos assim, em elos e laços e nós uns nos outros.
Abraços
é muito bom passar sempre por aqui,é bom para ler, para aprender,porisso volto sempre.
Tenha um bom dia
Maurizio
Lyra disse…
Passei por aqui apenas para deixar um beijinho.

Até breve.

;O)
Luma Rosa disse…
Tudo bem! Eu penso esse infinitamente ao contrário! :) Beijus
Dauri Batisti disse…
Somos sujeitos produzidos e nem sonhamos com os mecanismos que nos produzem.
Poema difícil, mestre.

É preciso ler e ler , mais e sempre.

Mas vi rotina versus dúvida.
Vi cada qual no tempo, tempo e tempo. Tempo de ser o qual será, ou ser?

Fazer ou não?
Ó, Shakespeare!
Rei meu da Dinamarca!
Olhai os outros...

Eu te abraço, grande Luis.
Força sempre.

Germano
Aparece...
"Quem não universa
pelo enredo do verso
nas entrelinhas dos espaços
as escritas do hermético?
Quem não areia
um caminho particular
nas multiformes do ente
as possibilidades do existir?" (LUIS 2008)

Aqui, nessa vereda de ser mão na coisa ou vice-versa, sim, ali, na linguagem auto-referente, todos se arvoram em ser tão ecúmenos nas linhas de fuga da escritura hermética ou se areiam no afã de [des]cobrir o destino em que consiste o existirmos. Lá, na infinita repetição dessa dízima periódica que, (0,3333...) no sitema, desce mal aos que querem inteireza de exatidões fabricadas, já não faz ciência; faz-se dogma. O poeta, às vezes, é mais cientista. Ciente está de que acolá não se resiste às ilusões do retrato a perenizar o pó que o tempo deixou nas páticulas que atravessaram o ar "[...] nas esteiras do estar
o rosto a euficar?" (LUIS, 2008).

Grande Luis, ceci n'est pas une pipe, mais, com certeza, também não é meu pau. Maravilha de poema. Prazer em lê-lo. Obrigado!!!

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dinheiro antes era pão e circo e o cacete como pão que bate na arte de matar, cão que late, no bode expiatório, a guilhotina no pescoço da soberana plebeica praça hoje é urânio empobrecido fósforo branco e círculo midiático onde tudo é arte que arde, ardil funil fuzil de ícones de artilharias nas edições de armas satelitais contra a praça súdita garras amarras virtuais na Terra carcerária, pois agora a ágora é o planeta campo de concentração planeta palestina, território sem povo e povo sem território, onde bomba é tudo, em tempo irreal, supõe-se, supositório de lunáticas radioativas partículas de envoltórios zumbíticos vivos incendiados incendiários, planeta guilhotinado, enforcado,desmembrado, sacrificiado nos vários seres mortuários, viciados, por plutônicas ontológicas cosmológicas inspeções galácticas de drones drops fotoativos, putativos, objetos mostruários no dentifrício no corpo cabeça sexo estomagado esmagado emparedado avacalhado suicid
no outro lado do front vi a refração das alfabetizadas ciências deus meu vi o engenho e a arte longe dos barões bufônicos das prosódias divinizadas das seis entidades orquestradas como mísseis de calar dos modernos tempos antigos vi o inglês, o alemão, o francês, o italiano, o espanhol, o português vi ideologia humanista nas seis pirâmides escriturais nas bocas dos sacerdotes dos monastérios os latins ministeriais das sagradas letras dos poemas nos boquetes dos iniciados em palácios de elmos lambendo as glandes das poses das correções ortográficas engolindo as porras das sintaxes na ordem das concordâncias nominais engravidados pela garganta profunda dos espectros verbais vi o monumento à barbárie dos hexagramas das teogonias ocidentais vi a bíblia das traduções imperiais na patrística das metafísicas nas pontas do ceu da boca nas palavras dos seres angelicais vi no outro lado do front as girias dos analfabetos poemando os cristais nos banhos ilimitados dos mananciais despoluindo-se da

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