O filho da puta chegou como um milagre, incrível, e a gente ainda acha que a vida não vale a pena, depois desses milagres todos, desses nascimentos todos, surpreendentes, das palavras nascendo enquanto as escrevo, enquanto as digito, um tremendo desafio, porque posso dizer tudo, posso fazer as combinações que não puder, que nem sei que possa, porque é um milagre, um susto, um imprevisto de sonhos que as escritas podem escrever, e tudo está absolutamente aberto, e afirmo novamente, absolutamente aberto, para escrever o que for e o que não for, nada me prende, não existem limites, vou afirmar novamente, não existem limites, nem morte, nem escravos e senhores, nem os clichês, nem esquerda e direita, nem o norte rico e o sul pobre, nem a minha masculinidade, o meu sexo, as minhas marcas todas, os emparedamentos do mundo, o trabalho, o salário, e suas faltas ainda mais pilantras, nada disto é limite, pelo contrário, tudo isto e muito mais são desafios, desafios, entendamos, e mesmo esse entendamos, esse verbo assim, metido desse jeito, nada é um limite, ou, antes, tudo, tudo, absolutamente tudo, cada mínima impossibilidade deste mundo, eu não saber voar, eu não me compreender, eu ter medos, eu ser covarde, eu não provar as mulheres que gostaria, por aí, tudo, todo limite que existe, a fome, as injustiças todas, a impossibilidade da amizade, que levasse a amizades, e a amizades, sem nunca ser apenas o amigo, ou o grupelho de amigos, os gregários, interesseiros, enfim, tudo é limite, tudo na vida, até escrever este texto, deixar os dedos irem catando as letras no teclado, automaticamente, rápido, mas automaticamente, tudo é limite, eu agora ter uma certa dor de cabeça, sinusite, por causa certamente da cerveja que tomei ontem, eu estar com um pé apoiando-se em outro, o pescoço doendo, a voz lá fora, distante e perto, do apartamento do lado, esta vontade ainda um pouco distante de conversar, a vizinha aparecendo, de quando em quando, na minha cabeça, esta meleca no nariz, este pigarro, a boca seca, o meu pinto mole, eu ser eu, tudo é limite, tudo, a impotência de não poder acionar os fios de um outro mundo, onde não tenha nada desses limites aqui apresentados, além dos aqui não mostrados, um mundo sem o fmi, sem o banco mundial, sem o império chinês, português, inglês, americano, egípcio, e outro qualquer, nem capitalista, nem comunista, tudo, sim, tudo é limite, limites sacanas, mas, insisto, tudo é limite, e todos esses limites só existem, acreditem, a escrita pode, todos esses limites só existem, só estão aí, aqui, ali e lá, pra gente escrever o impossível.
dinheiro antes era pão e circo e o cacete como pão que bate na arte de matar, cão que late, no bode expiatório, a guilhotina no pescoço da soberana plebeica praça hoje é urânio empobrecido fósforo branco e círculo midiático onde tudo é arte que arde, ardil funil fuzil de ícones de artilharias nas edições de armas satelitais contra a praça súdita garras amarras virtuais na Terra carcerária, pois agora a ágora é o planeta campo de concentração planeta palestina, território sem povo e povo sem território, onde bomba é tudo, em tempo irreal, supõe-se, supositório de lunáticas radioativas partículas de envoltórios zumbíticos vivos incendiados incendiários, planeta guilhotinado, enforcado,desmembrado, sacrificiado nos vários seres mortuários, viciados, por plutônicas ontológicas cosmológicas inspeções galácticas de drones drops fotoativos, putativos, objetos mostruários no dentifrício no corpo cabeça sexo estomagado esmagado emparedado avacalhado suicid
Comentários
Um abraço.
Abraços
abraço forte, professor.
continuemos...
:*
Dizer tudo, é permissível.
Beijinhos!
Pra que títulos se o texto já é maior deles?
Um abraço.
Letícia
outro abraço, myra