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o anti-édipo

“Por que é que os homens combatem por sua servidão como se se tratasse de sua salvação”. Gilles Deleuze e Guattari


Chega de Édipo

Na literatura
Édipo
no mundo real
édipo
no virtual
édipo
No desnoticiário nacional
Édipo
No local
Édipo
Nas novelas das 8
E em todas as outras
Édipo

No cinema
Na música
Na dança
No teatro
nas artes
ciências
casas
ruas
pátrias
trabalhos
evasões
Mais Édipos

Chega de castração
De falta
De sublimação
De restrição
De domesticação
De consumista
Liberação

Chega de privados amores
Chega de sufocar o amado
Com nossas perturbações
Inseguranças
limitações
cobranças
sermões
Ou com nossas
Taras e manias
Por espelhos
Por transferências
Por interferências
Por auto-referências
Por narcísicas
Decentes
intimistas
indecências

Chega de propriedades
sobre o que for
Bens materiais
Bens imateriais
Bens morais
É preciso dizer multi-novamente:
Toda propriedade é roubo!
Econômico
Afetivo
Simbólico
Epistemológico

Porque somos mortais
Sejamos florais
Gratuitos
Sejamos vitais

chega de ser,
hierarquicamente,
o primeiro
o segundo
o terceiro
sejamos transfinitos
precariamente
nem de nós mesmos
- quem somos nós? -
Nem de algo
Ou de alguém
Sejamos inteiros
De nada
Nem além
Nem aquém
Sejamos ninguém

Chega de édito

Comentários

Unknown disse…
Luis, esse texto poderia muito bem ser usado como núcleo de um manifesto, uma porrada contra nossas (de)formações edipianas e "editais". Excelente... tem q ser digerido aos poucos...
abs mano velho
lula eurico disse…
De la Mancha, amigo solidário... ando meio sumido entre as horas de fisioterapia e as de drenagem linfática rsrsrs além de certa falta de criatividade, meio baiana rsrsrs
Mas estamos na luta!

Abraço fraterno.
*lua* disse…
Passando para lhe deixar meu beijo, abraço e desejo de ótimo final de semana! paz!
*lua* disse…
Já havia lido seu texto, mas hoje o li novamente ... para acordar e começar essa segunda-feira mais realista, de onde estou, o que faço, o que acontece ao redor e o que se eu pudesse correria ... sempre muito bom lê-lo ...

òtima semana ´para ti menino!
Anônimo disse…
Não sei quão familiar o Mestre é com a língua inglesa, mas este poema lembrou-me um poema breve, de minha própria autoria (alguém que abandonou a punheta teórica da academia antes que pudesse vir a ter lições com você). se te interessar, há publicações em português também:
http://erabriluz.blogspot.com/2009/11/aknowledgement-to-divine.html

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