eu sou um animal
desumanamente humano
sou não sendo
eu humano
sem nome próprio
eu não eu
sou impróprio
humano animal
não sou e não estou
não sou isto que dizem que sou
homem, adulto, brasileiro, heterossexual
não sou o otário da carteira de identidade
não sou o besta manso do CPF
não tenho nada a ver com os números
que me não definem
nem sou o pai, o filho, o amante
que querem que seja
o animal humano aqui não é
não pode ser
sou anômalo
pactuei com a diversidade não humana do cosmos
brinco de brigar com o turbilhão mundano
irracionalmente
furiosamente
alegremente
traiçoeiramente
sou bravo e berro e lato e grito e rosno
e mijo nos postes fálicos dos podres poderes fáticos
táticos
louuuco ficoooo
os cabelos eriçados
por sentir o cheio dos barulhos das imagens das paragens
viagens de todas as cores nos olhos das formas
dobras entrâncias de disformes amores
pelo estranho antanho atalho de ser piranho
a gozar com cada sensação dançante
dos volumes extensões cores audições
densidades asperezas lisuras ilusões
nas próximas distâncias das protuberâncias
nas n montanhas de planícies vindas lindas ainda
das dobras linhas desdobradas das sandices
a lamber a xoxota nos epidérmicos índices
de
atos falhos
nos tatos
nos fatos
dos galhos
nas raízes das imundices
Com a xoxota molhada
Ou com o pau duro
Ambos com tesão
ainda que seca
ainda que mole
Por tudo
Sou raso
Sou profundo
pois
Sou animal
Não conheço intimidades
Bondade
Ou
Maldade
Vivo na toca do é terno
Sem o eterno você é minha
Eu sou seu
Não conheço nada disto
Sou exterioridades viscerais
Ou visceralidades externais
O mundo todo relampeja em mim
O mundo todo enxameia em mim
E sou o enxame relampejando
Sugando o mel no fel de tudo
Não tenho tempo a perder
É só mel
que cheiro
Que provo
Que como
Que sacaneio
No devaneio
Do cu da cagada
Que permeio
De não ser eu
Que veio
Na veia do sangue
Que veio
Pois sou qualquer ´um
Incendeio
os devaneios
Odeio e xingo e protesto
A seccionar o amor do coração
Pra ser só amor sem comoção
amor amor amor
Livre de intimidades
e subjetividades
e identidades
e emotividades
sou piranho
porque amor amor
amo o indefinido a amar
sem o saber que ama
o indefinido amor clandestino
sem destino
indefinidamente
a
indefinir-se
no indefinido
das metamorfoses
do incontido
no finito
da passagem
do querido
pro não querido
pro não ouvido
pro não percebido
pro não visto
o não sentido
pois
no vazio do cheio do a crer
creio no mundo
do criado grito
nascido
a nascer
do crido
sem tino
sentindo
descrito
escrito
no descrido
desumanamente humano
sou não sendo
eu humano
sem nome próprio
eu não eu
sou impróprio
humano animal
não sou e não estou
não sou isto que dizem que sou
homem, adulto, brasileiro, heterossexual
não sou o otário da carteira de identidade
não sou o besta manso do CPF
não tenho nada a ver com os números
que me não definem
nem sou o pai, o filho, o amante
que querem que seja
o animal humano aqui não é
não pode ser
sou anômalo
pactuei com a diversidade não humana do cosmos
brinco de brigar com o turbilhão mundano
irracionalmente
furiosamente
alegremente
traiçoeiramente
sou bravo e berro e lato e grito e rosno
e mijo nos postes fálicos dos podres poderes fáticos
táticos
louuuco ficoooo
os cabelos eriçados
por sentir o cheio dos barulhos das imagens das paragens
viagens de todas as cores nos olhos das formas
dobras entrâncias de disformes amores
pelo estranho antanho atalho de ser piranho
a gozar com cada sensação dançante
dos volumes extensões cores audições
densidades asperezas lisuras ilusões
nas próximas distâncias das protuberâncias
nas n montanhas de planícies vindas lindas ainda
das dobras linhas desdobradas das sandices
a lamber a xoxota nos epidérmicos índices
de
atos falhos
nos tatos
nos fatos
dos galhos
nas raízes das imundices
Com a xoxota molhada
Ou com o pau duro
Ambos com tesão
ainda que seca
ainda que mole
Por tudo
Sou raso
Sou profundo
pois
Sou animal
Não conheço intimidades
Bondade
Ou
Maldade
Vivo na toca do é terno
Sem o eterno você é minha
Eu sou seu
Não conheço nada disto
Sou exterioridades viscerais
Ou visceralidades externais
O mundo todo relampeja em mim
O mundo todo enxameia em mim
E sou o enxame relampejando
Sugando o mel no fel de tudo
Não tenho tempo a perder
É só mel
que cheiro
Que provo
Que como
Que sacaneio
No devaneio
Do cu da cagada
Que permeio
De não ser eu
Que veio
Na veia do sangue
Que veio
Pois sou qualquer ´um
Incendeio
os devaneios
Odeio e xingo e protesto
A seccionar o amor do coração
Pra ser só amor sem comoção
amor amor amor
Livre de intimidades
e subjetividades
e identidades
e emotividades
sou piranho
porque amor amor
amo o indefinido a amar
sem o saber que ama
o indefinido amor clandestino
sem destino
indefinidamente
a
indefinir-se
no indefinido
das metamorfoses
do incontido
no finito
da passagem
do querido
pro não querido
pro não ouvido
pro não percebido
pro não visto
o não sentido
pois
no vazio do cheio do a crer
creio no mundo
do criado grito
nascido
a nascer
do crido
sem tino
sentindo
descrito
escrito
no descrido
Comentários
(vc suavizou um pouco a "situação")
Beijos.
Obrigada por tua visita e seu carinho! Estou te seguindo ... voltarei ...
Um grande beijo
versos que purgam e expurgam. Uma catarse do ser humano.
Um beijo, com carinho.