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rIzOmA

sou frágil
caluniado
ofendido
sacaneado
humilhado
aviltado
xingado
desprezado
inferiorizado
explorado

sou frágil
sou fraco
sou filho
da morte
sou ágil


eu:
não sou nada
não tenho nada
sou livre
sem ser

sou:
no condenado que estou
intocável
afetadamente
inafetável
ofendidamente
inofendível

sou não sendo
um pária
sim,
sou
um pária
sem ser
sou
sim
um detido
sem ser

sou
di-vertido
in-convertível
pagão
sou um escravo livre
um anômalo
vândalo

sou não
ainda bem
digo
que não posso
ser
descer
devo
tecer
o destecer
do ser
desaparecer
o ser que
não posso ser
é não ser
que não serei
livre
aí sim
estou
não sendo
sendo
o sido
que não
pude ser

aí sim
já não sou eu
somos
sem ser
porque
nos faremos
o não ser
da puta
filha da puta
o não ser
do ser
do desgraçado
do infeliz
o alegre
atrevido
não ser
do pivete
o não ser do
pobre
dos mais recusados
e xingados
evitados
o não ser
minhoca
barata
rato
cobra
verme

aí sim
já não seremos
visto que
vivemos

eu quero
só -
fora do ser
que fabrica
mortas vidas
de propagandas
de vi-ver -

eu quero só
viver
fora do só
do dó
do ré
do mim
do fá-lo
ato
fato
falho

eu quero
só viver
com
outras
ínfimas
vidas
findas
infindas
sendas
vindas
que sangram
amam
quando singram

Comentários

Poema forte de quem sabe o que quer e para o que veio!

bjs
Coral disse…
o eu-lírico desse poema é o anti-eu de todos nós...

muito bom o poema, como sempre!

beijos
Gisa disse…
Adoro o teu ritmo e força.
Um bj. e obrigada pela visita. Apareça sempre que der vontade.
Carla disse…
E singramos o ser que somos...


Bjos
Dois Rios disse…
Oi, Luis!

Muito bom o seu poema! Você brinca com as palavras com tamanha fluidez que parece fácil a quem lê. E não é, eu sei.

Vim retribuir uma visita que você me fez há um tanto de dias, desculpando-me desde já pela demora. Ando meio preguiçosa para tocar o blog, rss...

Beijos,
Inês

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dinheiro antes era pão e circo e o cacete como pão que bate na arte de matar, cão que late, no bode expiatório, a guilhotina no pescoço da soberana plebeica praça hoje é urânio empobrecido fósforo branco e círculo midiático onde tudo é arte que arde, ardil funil fuzil de ícones de artilharias nas edições de armas satelitais contra a praça súdita garras amarras virtuais na Terra carcerária, pois agora a ágora é o planeta campo de concentração planeta palestina, território sem povo e povo sem território, onde bomba é tudo, em tempo irreal, supõe-se, supositório de lunáticas radioativas partículas de envoltórios zumbíticos vivos incendiados incendiários, planeta guilhotinado, enforcado,desmembrado, sacrificiado nos vários seres mortuários, viciados, por plutônicas ontológicas cosmológicas inspeções galácticas de drones drops fotoativos, putativos, objetos mostruários no dentifrício no corpo cabeça sexo estomagado esmagado emparedado avacalhado suicid
no outro lado do front vi a refração das alfabetizadas ciências deus meu vi o engenho e a arte longe dos barões bufônicos das prosódias divinizadas das seis entidades orquestradas como mísseis de calar dos modernos tempos antigos vi o inglês, o alemão, o francês, o italiano, o espanhol, o português vi ideologia humanista nas seis pirâmides escriturais nas bocas dos sacerdotes dos monastérios os latins ministeriais das sagradas letras dos poemas nos boquetes dos iniciados em palácios de elmos lambendo as glandes das poses das correções ortográficas engolindo as porras das sintaxes na ordem das concordâncias nominais engravidados pela garganta profunda dos espectros verbais vi o monumento à barbárie dos hexagramas das teogonias ocidentais vi a bíblia das traduções imperiais na patrística das metafísicas nas pontas do ceu da boca nas palavras dos seres angelicais vi no outro lado do front as girias dos analfabetos poemando os cristais nos banhos ilimitados dos mananciais despoluindo-se da

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