é sempre uma sentença de morte
a poesia
ou a poesia como sentença de morte
é sempre uma onipresente
sentença de morte
quando não existe poesia
uma sentença que é mais letal
quanto mais parece
vital
quanto mais é interpretável
palatável
sociável
amável
amansável
quanto mais não atravessa
o avesso do sono
no travesseiro
deste viveiro:
a sentença de morte
de não poder poetar
fora da propaganda
de viver
de não poder, em começo,
viver sem publicidade
de eu
de homem
de mulher
de negro
de gay
de pobre
é sempre uma potência festiva
revolucionária
coletiva
a poesia
potência viva
insubordinável
inapreensível
impossível
incontrolável
imprevisível
quando não publicável
não palatável
não amável
não sociável
porque fora da propaganda
porque viva
carnavalesca
vivendo
é sempre a nossa sentença de morte
que condena a poesia
quando o poema
não diz o que
nos mata
nos rouba
nos ata
nos poupa
é sempre uma alegria
a poesia
quando diz o inaudito
o invisível
o imperceptível
o não cheirado
o não degustado
o não tateado
o não vislumbrado
intuído
vivido
e é tão simples dizer
poeticamente
ainda que pareça absurdo,
truculento
machista, ignorante, arrogante
violento,
ainda que pareça, o dizer,
que pareça ter atravessado todas as fronteiras
é sempre um além das fronteiras
das porteiras
o dizer o que está aquém
por isso é tão simples
basta , sem subterfúgios,
ouvir
cheirar
tatear,
degustar
ver
viver
basta, sem propaganda de mundos,
onde, supostamente,
golgate, eu e você,
o sorriso brilhante!
habitualmente
habitamos
basta sem publicidade
de condomínios fechados
eu e você
fora de todos os muros
que nos proteja
o nosso mundinho
do imenso mundo
basta
estar no mundo
ser mundano
vulnerável
solto
amavelmente
revolto
a poesia
ou a poesia como sentença de morte
é sempre uma onipresente
sentença de morte
quando não existe poesia
uma sentença que é mais letal
quanto mais parece
vital
quanto mais é interpretável
palatável
sociável
amável
amansável
quanto mais não atravessa
o avesso do sono
no travesseiro
deste viveiro:
a sentença de morte
de não poder poetar
fora da propaganda
de viver
de não poder, em começo,
viver sem publicidade
de eu
de homem
de mulher
de negro
de gay
de pobre
é sempre uma potência festiva
revolucionária
coletiva
a poesia
potência viva
insubordinável
inapreensível
impossível
incontrolável
imprevisível
quando não publicável
não palatável
não amável
não sociável
porque fora da propaganda
porque viva
carnavalesca
vivendo
é sempre a nossa sentença de morte
que condena a poesia
quando o poema
não diz o que
nos mata
nos rouba
nos ata
nos poupa
é sempre uma alegria
a poesia
quando diz o inaudito
o invisível
o imperceptível
o não cheirado
o não degustado
o não tateado
o não vislumbrado
intuído
vivido
e é tão simples dizer
poeticamente
ainda que pareça absurdo,
truculento
machista, ignorante, arrogante
violento,
ainda que pareça, o dizer,
que pareça ter atravessado todas as fronteiras
é sempre um além das fronteiras
das porteiras
o dizer o que está aquém
por isso é tão simples
basta , sem subterfúgios,
ouvir
cheirar
tatear,
degustar
ver
viver
basta, sem propaganda de mundos,
onde, supostamente,
golgate, eu e você,
o sorriso brilhante!
habitualmente
habitamos
basta sem publicidade
de condomínios fechados
eu e você
fora de todos os muros
que nos proteja
o nosso mundinho
do imenso mundo
basta
estar no mundo
ser mundano
vulnerável
solto
amavelmente
revolto
Comentários
pode ser tudo tão simples
se a vida for poesia.
:)
Bjos
Mas eu não sabia que tinha sido agraciada com um poema? Que honra, la Mancha! É qual?? Como eu também não sabia que havia ficado brava consigo, fiquei? Faltou eu me dizer então...
;)
Beijo!!
Bjão!
;)
abraços
Estruturalmente diferente a tua escrita. Muito boa.
beijos
Puxa, amigo! Tens Poesia na alma. Gostei do teu comentário lá no Matagal, tu pegaste o tal espírito da coisa, rsrs.
Um domingo bem legal!!!
abraço
Querido, obrigada pelas visitas e pelas palavras lindas. Beijo