amar:
o distante
no próximo
e o próximo
no distante
amar
um amor revolucionário
fora de si
de qualquer ovário
amar
a conhecida luta
pelo desconhecido
a comum labuta
pelo incomum
pelo estranho
horizonte que avulta
na menosprezada puta
que goza
convulsa
amar
a pugna visível
pelo invisível
a expressiva batalha
pelo inexpressivo
que
de tão inexpressivo
ao lucro atrapalha
despreza
avacalha
encalha
amar
a terráquea briga
pelo enfático lunático
que me abriga
a defesa inamovível
pelo indefeso
de incorrigível
vezo
amar
a desacreditada razão
do desacreditado
do aviltado
do acusado
amar
um amor ímpar, sem páreo,
o pária sem par, emparedado,
vário, ainda que pareça otário,
amar
sem cobrar
sem ganhar
sem negociar
sem nunca dizer “não pode”
“não dá”, sem nunca desacreditar,
amar, sim, o sim
àqueles que vivem o não
que são sem pão
e que amam em vão
e por isso amam
livres
sem moral
sem lição
amar sem os limites
do teu
do seu
do meu
sem as paredes do eu
do medo
de perder
escafedeu
sem arremedo
sem medo
de não ser amado
de ser preso
de ser sumido
matado
sem eira nem breu
sem medo de morrer
que, amando,
morreu
amar
sem medo de ser
apontado
difamado
condenado
sacrificado
amar tanto
mais tanto mesmo
até além do recanto
do vendido encanto
amar
a ninharia
o nada
o desafinado canto
a mixaria
e de amar tanto
amar sem jamais deixar de odiar
entanto
e odiar sem quebrantos
sem arrependimentos
ou prantos
odiar, pra mais amar,
toda forma de barbárie:
que espalha mortes
sem nortes,
sem sortes,
odiar a tudo que (m)ate
mentiras
à verdade dos mantos
sobre a morte
amar, assim, o ódio à barbárie
imperialista
totalitarista
vigarista
que é quisto
quanto mais cheia de sorrisos
que é disfarçada arrogância
quanto mais bem quista
e, ainda que bem vista,
que dizem ser boa bisca
põe tudo a pique
alimento
pensamento
contetamento
vidas em
piquenique
e
ainda que ame o próximo
ama-o contra o distante
e
ainda que brinque, pisque,
é
fascista
é
sexista
e
racista
é
belicista
e
é por isso
que amo assim
que amo meu ódio
ao moralista de puteiros
que só pensa em
dinheiro
que pode ser
tanto o desconhecido
usineiro
como o conhecido irmão
usureiro
o canalha
do irmão
trapaceiro
que mata
tudo que é
zoeira
ainda que pareça besteira
gorjeio de livre
coleiro
solto
inteiro
voos
sorrateiros
o distante
no próximo
e o próximo
no distante
amar
um amor revolucionário
fora de si
de qualquer ovário
amar
a conhecida luta
pelo desconhecido
a comum labuta
pelo incomum
pelo estranho
horizonte que avulta
na menosprezada puta
que goza
convulsa
amar
a pugna visível
pelo invisível
a expressiva batalha
pelo inexpressivo
que
de tão inexpressivo
ao lucro atrapalha
despreza
avacalha
encalha
amar
a terráquea briga
pelo enfático lunático
que me abriga
a defesa inamovível
pelo indefeso
de incorrigível
vezo
amar
a desacreditada razão
do desacreditado
do aviltado
do acusado
amar
um amor ímpar, sem páreo,
o pária sem par, emparedado,
vário, ainda que pareça otário,
amar
sem cobrar
sem ganhar
sem negociar
sem nunca dizer “não pode”
“não dá”, sem nunca desacreditar,
amar, sim, o sim
àqueles que vivem o não
que são sem pão
e que amam em vão
e por isso amam
livres
sem moral
sem lição
amar sem os limites
do teu
do seu
do meu
sem as paredes do eu
do medo
de perder
escafedeu
sem arremedo
sem medo
de não ser amado
de ser preso
de ser sumido
matado
sem eira nem breu
sem medo de morrer
que, amando,
morreu
amar
sem medo de ser
apontado
difamado
condenado
sacrificado
amar tanto
mais tanto mesmo
até além do recanto
do vendido encanto
amar
a ninharia
o nada
o desafinado canto
a mixaria
e de amar tanto
amar sem jamais deixar de odiar
entanto
e odiar sem quebrantos
sem arrependimentos
ou prantos
odiar, pra mais amar,
toda forma de barbárie:
que espalha mortes
sem nortes,
sem sortes,
odiar a tudo que (m)ate
mentiras
à verdade dos mantos
sobre a morte
amar, assim, o ódio à barbárie
imperialista
totalitarista
vigarista
que é quisto
quanto mais cheia de sorrisos
que é disfarçada arrogância
quanto mais bem quista
e, ainda que bem vista,
que dizem ser boa bisca
põe tudo a pique
alimento
pensamento
contetamento
vidas em
piquenique
e
ainda que ame o próximo
ama-o contra o distante
e
ainda que brinque, pisque,
é
fascista
é
sexista
e
racista
é
belicista
e
é por isso
que amo assim
que amo meu ódio
ao moralista de puteiros
que só pensa em
dinheiro
que pode ser
tanto o desconhecido
usineiro
como o conhecido irmão
usureiro
o canalha
do irmão
trapaceiro
que mata
tudo que é
zoeira
ainda que pareça besteira
gorjeio de livre
coleiro
solto
inteiro
voos
sorrateiros
Comentários
Prefiro o teu:)
Um grande bj querido amigo
Beijos
Amei seu poema.
Você brinca com as palavras de um jeito inteligente e gostoso de se ler.
Muito obrigada pela honra da sua visita, e pelo comentário lindo.
Um grande abraço.
Maria Auxiliadora (Amapola)
Estou lhe seguindo.
de flores
de cores
de Ar
do Mar
do Rio
.......
Um abraço
Obrigado pela sua companhia, espero que volte mais vezes, será um prazer te ver novamente Pelos Caminhos da Vida.
beijooo.
talvez seja este o caminho. sem estas paredes todo o resto fica visivel, né?
seus poemas mexem, escancaram, inquietam e traduzem até aquele sentimento que a gente esconde.
beijo
"barbárie
imperialista
burguesa
capitalista"
realmente, nada mais revolucionário q o amor
parabéns por mais essa criação
a cada poema vc se supera
bjs
saudades de você Guru
Abraços
renata
Amar sempre, amar amando, amar acima de tudo!!!
Linda poesia!!!
Inutilmente tento esboçar alguma coisa inteligível, e só me vem espasmos e confusão nos sentidos.
Deixo beijo, la Mancha!
O verbo mais bonito.
Obrigada.