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Iraque

o preço vale a pena
de mortes incontáveis
sem rostos,
apagáveis
chafurdadas
em covas comuns
de fósseis
combustíveis
de estatísticas
infindáveis
de números
inclassificáveis
as dores
insuportáveis
espalhadas
estilizadas
consubstanciadas
em marcas
de automóveis
no direito de ir e vir
dos indivíduos
louváveis
devidamente
motorizados
em complexos
nexos desconexos
refleticos reflexos
nos bombásticos
músculos
de
espelhos
de egos
da morte a combustão:
em iraque
o eixo do bem
com estados unidos
liderando
assassinaram a mais de três milhões de iraquianos
são cinco milhões de órfãos
um milhão de viúvas
assassinaram
a infraestrutura
pontes
escolas,
hospitais
condutos
de água
assassinaram
a memória milenar
a alegria lunar
do iraquiano
solar
pilharam
a vida
tudo
porque sabem que o lucro
vale o genocídio
o lucro vale
tudo
é por isso
que amo
o prejuízo
que amo
a falta de juízo
que amo
o regozijo
que amo
a vida
que se inventa
no vulto
no tumulto
da luta contra
o luto
pois amo a tudo
que é resoluto
amor ao
ódio a si mesmo
pois o amor a si mesmo
é o começo de toda
usurpação
o começo
de todo ódio
de todo iraquiano
morto
por isso
amo o amor
de não me amar
o amor louco
de ser
fora de mim
despossuído
dessubjetivado
asteroide
outro

Comentários

Renata Bomfim disse…
Olá guru
belo poema
depois de tanta possessão
buscar ser despossuido
eis o desafio
abraços
renata
Anônimo disse…
Luís,
Nunca vou entender o espírito de luta na guerra. Que mata em nome de pátria, deus e honras...
Seu poema reflete essa nossa impotência diante desse genocídio legalizado. Gostei do seu texto bastante complexo e forte.
Abraços e agradeço pela visita e comentário no meu blog.
Paz sempre.
Camila disse…
Aprendo muito aqui no blog.
Caro amigo

Suas palavras
nos fazem retornar
a um tempo
onde a vida
não passava despercebida,
e o crime contra
uma vida,
era também,
um crime contra nós.

Vida plena em teus dias.
Canto da Boca disse…
Embora a história da humanidade seja construída em cima desses valores, nunca acharei isso normal. Uma relaçao de poder que nos destruirá a todos... Quanta inutilidade e banalizaçao da vida...

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dinheiro antes era pão e circo e o cacete como pão que bate na arte de matar, cão que late, no bode expiatório, a guilhotina no pescoço da soberana plebeica praça hoje é urânio empobrecido fósforo branco e círculo midiático onde tudo é arte que arde, ardil funil fuzil de ícones de artilharias nas edições de armas satelitais contra a praça súdita garras amarras virtuais na Terra carcerária, pois agora a ágora é o planeta campo de concentração planeta palestina, território sem povo e povo sem território, onde bomba é tudo, em tempo irreal, supõe-se, supositório de lunáticas radioativas partículas de envoltórios zumbíticos vivos incendiados incendiários, planeta guilhotinado, enforcado,desmembrado, sacrificiado nos vários seres mortuários, viciados, por plutônicas ontológicas cosmológicas inspeções galácticas de drones drops fotoativos, putativos, objetos mostruários no dentifrício no corpo cabeça sexo estomagado esmagado emparedado avacalhado suicid
no outro lado do front vi a refração das alfabetizadas ciências deus meu vi o engenho e a arte longe dos barões bufônicos das prosódias divinizadas das seis entidades orquestradas como mísseis de calar dos modernos tempos antigos vi o inglês, o alemão, o francês, o italiano, o espanhol, o português vi ideologia humanista nas seis pirâmides escriturais nas bocas dos sacerdotes dos monastérios os latins ministeriais das sagradas letras dos poemas nos boquetes dos iniciados em palácios de elmos lambendo as glandes das poses das correções ortográficas engolindo as porras das sintaxes na ordem das concordâncias nominais engravidados pela garganta profunda dos espectros verbais vi o monumento à barbárie dos hexagramas das teogonias ocidentais vi a bíblia das traduções imperiais na patrística das metafísicas nas pontas do ceu da boca nas palavras dos seres angelicais vi no outro lado do front as girias dos analfabetos poemando os cristais nos banhos ilimitados dos mananciais despoluindo-se da

LUTO

o mundo observa as Reich telas de televisão computação sensação estilização rostificação enquanto Israel se torna cada vez mais o principal anti-semita de si de nós mesmos infernizando irradiando dizimando atomicamente o judaico povo atual: o palestino, tão ao vau como o hebraico povo haitiano somaliano líbio sírio pois todo povo sendo diferente, é igual no laboratório da holocáustica Faixa de Gaza A câmara de gás Do faraó sionismo Impõe o milenar êxodo aos judeus palestinos Sob a proteção do nazismo Europeu Estadunidense Oligárquico Enquanto observamos as telas da enganação danação violação manipulação reificação O Hitler Benjamin Netanyahu Mandará matar esta menina Palestina-antes-judaica Yasmin, 6 anos vejam de fora do seu soss-ego pois já mandou matar olhem (de dentro da outrora homo sacer abandonada escravizada hebraica vida nua) sua mãe, Yolanda, calcinada assassinada por fósforo branco olhem lançado