Pular para o conteúdo principal

araras


as coisas pelo seu nome, pão ao pão, vinho ao vinho, no vinho do pão o estômago da viração no fígado do cérebro nos rins da lontra do coração no pulmão do formigueiro do sertão nos astros rastros dos vãos nos voos das frágeis hastes do turbilhão na crista das ondas no ápice do chão nas rochas dos rabos dos cometas riscando o arco-íris do sim à perambulação sem fins da criação das coisas em ininterrupta variação de outrem por outrem sem si por aí no impróprio nome que come o pão do vinho vertido no incorrigível palavrão da inconvertível clandestina fome de cores nos odores de estrelas nos pintassilgos dos carinhos nos ninhos das asas dos amores das hortelãs de vilãs tecelãs nas tempestades dos rios nos mares das montanhas nas planícies das dunas dos desertos das cidades dos ares nos cardumes dos corais nos enxames das imponderáveis putarias nas taras das manias nos rumores dos vexames sem as provas dos nove dos exames dos vigiares e punires nas neuroses das impotências dos incrementes nos traumas das ordens dos subservientes nas paranoias dos divãs no nada disso no isso daquilo nas romãs das margens nos imãs das saíras nos guetos galácticos das brechas dos istmos dos melros nas enseadas púbicas dos incomuns processos nos versos dos diversos nos inversos dos reversos não seres migratórios sedentários na montaria do galope no cavalo vadio, em romaria, sem coliseu,sem filisteu, sem pão e circo, sem ao vencedor as batatas, sem vencidos nem convencidos, sem roma, incorrendo no discorrendo do percorrendo no correndo no pierrô do erro de ser livre fervor no gentio do agora pro depois na cripta escrita do fora que desforra sua alegria na pele do agora da gaivota que voa a goiva que tramita na pedra do ontem desenhando futuros na sorrateira perturbação da tremulação de verdades das desprestigiadas veredas xingadas de caluniadas de aviltadas de procuradas de caçadas de ajuizadas de esquadrinhadas de violentadas de assassinadas por serem crônicas tônicas não túnicas do, sem guerras púnicas, não visto, não ouvido, não cheirado, não tateado, não provado, não imaginado, não pensado, sim, à desacreditada infrapresença de riscos no corisco da linha do horizonte nas janelas das pétalas do olhos jabuticabas da menina do gongo nas sementes brotando a delicadeza de não drones, não diamantes, não petróleos, não exércitos, não bombas de otans de cias de pentágonos de acertadas transcendências de prosódias de inglês de francês de alemão de dólares impores na mais-valia jabuticabosa do brilho não ocidental, não oriental, não sul, norte, leste, oeste, nos bandos de arribações sem humanismos, ismos, visgos, sem religiosidades, popularidades no esquecimento de tudo que é identidade, civilidade nas telas das não paisagens de realidades lá onde gorjeiam os sabiás das perdidas terras das pluralidades, nas sacanagens de viagens no estranho esquisito não contado de tão mal-falado, mal-amado, maldito vindouro quaisquer umas na carícia do zero à esquerda no vazio que cicia no cio do vento no evento do perjuro no câmbio sem juros do conjuro do pensamento sem particularidades pessoais, filiais, sociais, fiscais, letais, monumentais no sem saber que sabe sabendo o lambendo do não saber de um novo saber que não sabe apenas no saber que regurgita nos efeitos de confeitos de podres que impõem seu próprio foder estupral no cu da boceta do cacete do vau num buraco sem fundo onde Orfeu surubava com a Eurídice na gozagem das abusadas musas que nos excomungam de ordenhar os soberanos USAS de decretos de ter, reter, conter visto que sem visto vive aqui o supranumerário ordinário extraordinário seios na usinagem do distanciado tatear da multidão no gozar de largos lagos no aziago curto-circuito da burguesa civilização, longe, longe, longe da compra-venda - e perto, perto, parto, da cosmológica marés nas cafeinas das araras, raras, de tão fáceis, disponíveis, dadas, nas pupilas da batida do ritmo alvoraçado da felicidade do africano congo delas, o infinito

Comentários

São disse…
Mais um texto sem concessões.

Um enorme abraço
Caro amigo

Que neste Natal,
diante das pessoas que amamos,
possamos ofertar a elas,
o melhor presente
que desejassem receber:
Nossa vida...
Nosso carinho...
Nosso coração.

Para quem crê na vida,
Natal se faz a cada dia.
Que assim seja o Natal
Em tua vida.

Aluísio Cavalcante Jr.
Ira Buscacio disse…
Um texto divino!
Boas Festas e sempre bons sentimentos
bj
Bandys disse…
Belo texto.

Desejo que você tenha um ótimo Natal, cheio de alegrias, harmonia e tudo que a nossa Caixinha de sonhos nos faz acreditar. Que esse Novo Ano que se aproxima seja uma porta aberta para novos sonhos, renovações de fé e muita Paz para o nosso mundo, nossa vidas.

Feliz natal
Beijos
Everson Russo disse…
Que o Natal seja de muita paz e felicidade e um momento de reflexão pra você e toda a sua família,,,abraços fraternos de Feliz Natal.
Toninho disse…
O amago das coisas é o que nos contagia e econtra-lo é uma arte, que seu texto quer mostrar com toda sua arte.
Fantastico é a palavra.
Meu abraço.
Caro amigo

Desejo que o Ano Novo
se transforme em tua vida
em Dia Novo,
para que em todo anoitecer
existam fogos de artifício
para colorir os céus do teu olhar
das mais singelas alegrias,
e a cada amanhecer
existam sonhos simples
para dar novos sentidos
a tua vida.

Aluísio Cavalcante Jr.
Caro amigo.

O ritmo
de suas palavras
acorda em nós
muitas reflexões...

Que todos os dias
os sonhos nasçam em ti,
como nasce o sol pela manhã...

Postagens mais visitadas deste blog

UTOPIA

entoar: amar quixotescas armaduras, de cavalharescas andaduras, de ondas de lábios ávidos de mar, celas cósmicas, de lânguidas mangas éticas, pitangas de árvores de flores de copas, de frondes continentais de amores, sem ilhas de tédios de horrores, ou gols de tiros de mortes, de chutar chuvas de balas de alas, de narcísicos consumos de humos, doces idólatras idiotas, a chupar, a saliva de acusar, pra roubar e pra matar, quando o que é torta, quando a porta da janela que importa, é a de criar o atar as traves aves de retângulo de céus de paraísos de relâmpagos, de infernais mananciais, de invernais verões de rebeliões, por comemorar a cerimônia de vôos de chamas de larvas, de celestiais terrenais viscerais, a festejar pilhas de elétricas usinas, de vitais vitrais campos, sem rivais, a coletivizar os subterrâneos lençóis de águas de sóis, de sedes de redes de girassóis, abertos horizontes cobertos por suores de louvores, nos corpos a corpos, brindes de convites, a desarmar as armas ...

tudo está dito/nada está feito

quis escrever um conto. Os dedos começaram primeiro que eu, digitalizando. então pensei no como os dedos podem digitalizar sem mim, como podem ter memória própria, escrever e escrever-se, assim, como quem escreve e se escreve, a história biográfica da memória testemunhal de um dedo. e o dedo, ou os dedos, começaram a... se... e ficaram com preguiça. passado um tempo, por preguiça de freqüentar outros ofícios, de fazer outras coisas que tinha que fazer, naquele momento depois agora, depois daquela outra preguiça, entrei finalmente neste arquivo e vi o texto aqui inacabado, pensei que talvez já pudesse estar ou ficar inacabadamente pronto ou prontamente inacabado se apenas deixasse ele, este aqui, acabar no ficaram com preguiça, mas os dedos começaram a recuperar a sua memória digitalizante e começaram a escrever novamente, e escreveram até aqui, até aqui, até aqui, até aqui, não vou dizer mais até aqui, pra não enjoar o leitor, e foram escrevendo até aqui porque eram dedos e dedos n...

Deus

Deus é puro sexo E tem o gozo do universo Com seu falo vaginado Penetra e é penetrado Pelo cosmológico Devaneio de amplexo Sua transa etérea De buraco negro de verso Suga e transfigura A ilusão de ser matéria Que lubrifica e infla A vida de vidas O infinito de finitos As polipresenças De ausências.