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danos colaterais

a puta palestina
na linha de fogo
com a língua no míssil do moço
sob a mira de um disciplinado soldado
israelense
em angelus missa de insubmissa civilizatória missão
que não sabe o que fazer com o tesão
tido
contido
convertido
senão transformá-lo em estupro balístico
contra o corpo feminino
combalido
partido
sido
nunca vencido
tornado realístico
destinos
tinos
nos Auschwitz
retiros
dos tiros
após tê-lo chupado deliciosamente
num sublime abandono de seu posto
de vigilância, na fronteira de Gaza,
recebe como pagamento
logos espermáticos
de
nojos,
superioridades,
ódios
legalísticos
na boca estelar da puta palestina
boca lance de dados que jamais
aboliria o acaso
constelar
cioso
paladar
saboroso
do encontro
molecular
amoroso
da palestina com o israelense
Julieta e Romeu
fora de toda filiação
nacional
linguística
étnica
tenha ou não
genealogias
bíblicas
a impor o por da porra de ser
já era
não pode ser
é impossível
já morreu
não dá
nunca deu
boca de lábios de chuvas de cosmos
a da puta palestina
de amanhãs no ontem do agora hortelãs
sagrada boca tecelã que poderia salvar o mundo
com a só lambida profana nas fálicas orações
ocidentais
medievais
gregas
romanas
turcas
egípcias
pérsicas
chinesas
monumentais
realizações
faraônicas
ornamentais
das milhões de mentiras que viram
biônicas
monoteístas
verdades
humanitárias
guerras de destruição massiva
austeridades
de proprietários gângsteres
democracias exemplares
de policiais estados vaticinares
disfarçados por civis eleitos pelo dinheiro
fofoqueiros
publicitários
especuladores
de paquetes de boquetes
de usurários destinos manifestos
sérios
respeitados
sobrenomes de grifes de parasitas
gerações de patriarcais grilhões
nela e através dela
para ela
contra elas
a puta palestina
é ela que eu sou,
a puta das tretas
nas desordeiras tetas
das esperanças de mutretas
sem vinganças de muletas
que fez um soldado relaxar
e gozar
e à estrangeira
a puta das fronteiras
amar
vadiar
países,
raças,
tribos
povos
delírios
passear nas delícias do pazear
por bobeira
sem beira nem eira
ela sou eu,
e foi ela-eu
que Eles-nele
o soldado sionista
hipnotizado
castrado
tomado
panoptizado
em nome de santas
calças
cousas
lousas
causas
bélicas
monumentais
tecnológicas
lógicas
sapienciais
que me matou
sou ela
que morreu
com uma bala na testa
assim que seu pau carnal
afrouxou
seu pau de tecnologia israelense
fornecido pelas sevícias estadunidenses
ergueu
gatilhou
assassinou
con-fodidamente
a mesma puta dependente de craque
abandonada pelos
governos
saberes
dizeres
mostrares
viveres,
ordens
progressos
poderes
deuses
fiéis
convertidos
invertidos
divertidos
nas praças das catedrais
nas filosofias judiciais
ela sou eu
sou eu a mãe
nela
do pivete que nasceu
dela
jogado no lixo dos luxos
anoiteceu
abandonado pelas mães dos escolhidos
seus
órfão de
ocidentalismos
orientalismos
oficialismos
amiguismos
filho de Caim de Caim de Caim de Caim
paridos milenares de todas filhas das putas
idos sem ídolos
sempre partindo
usurpados
vínculos
emergindo
bem-vindos
ele sou eu
o roubado que me roubou
o matado que me matou
o seqüestrado que me seqüestrou
o faminto que me devorou
sou eu nele que ele é nela
na palestina
na puta de sua mãe
no rosto de pele e osso
nos olhos o fosso
da menina somali
com o estômago vazio de nossos cheios
de modo que quanto mais
nos fartamos
nos gastamos
nos festejamos
nos elegemos
nos alegramos
nos protegemos
nos patrocinamos
nos escolhemos
os melhores
os escolarizados
os matematizados
bem
informados
informatizados
pessoalizados
democratizados
civilizados
particularizados
apontando
pros
piores
vitupérios de impérios
sou eu a menina engatinhando
na fronteira de Paquistão com Afeganistão
saindo do buraco de uma caverna ancestral
que sou explodida por um míssil teledirigido
acionado por raso soldado angelical
de uma base militar civilizacional
cinematográfica
Hollywood
na Califórnia real
confundida com um terrorista rastejando
à serpente
serpentinamente
sempiternamente
o botão apertou
de sol a sol
o americano soldado
estilhaçando-a
menos um anti
americano
semítico
mítico
a bebê que um zangão matou
ela sou eu
sou eu
ávidas
danos colaterais
as caídas
perdidas
vidas

Comentários

São disse…
Mais um texto admirável, que toca quem o lê!

Abraço grande
Fred Caju disse…
Caralho. Fazia muito tempo que eu não ficava tão sem palavras. Agradeço por isso. Parabéns mesmo. De coração. Grande abraço!

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dinheiro antes era pão e circo e o cacete como pão que bate na arte de matar, cão que late, no bode expiatório, a guilhotina no pescoço da soberana plebeica praça hoje é urânio empobrecido fósforo branco e círculo midiático onde tudo é arte que arde, ardil funil fuzil de ícones de artilharias nas edições de armas satelitais contra a praça súdita garras amarras virtuais na Terra carcerária, pois agora a ágora é o planeta campo de concentração planeta palestina, território sem povo e povo sem território, onde bomba é tudo, em tempo irreal, supõe-se, supositório de lunáticas radioativas partículas de envoltórios zumbíticos vivos incendiados incendiários, planeta guilhotinado, enforcado,desmembrado, sacrificiado nos vários seres mortuários, viciados, por plutônicas ontológicas cosmológicas inspeções galácticas de drones drops fotoativos, putativos, objetos mostruários no dentifrício no corpo cabeça sexo estomagado esmagado emparedado avacalhado suicid
no outro lado do front vi a refração das alfabetizadas ciências deus meu vi o engenho e a arte longe dos barões bufônicos das prosódias divinizadas das seis entidades orquestradas como mísseis de calar dos modernos tempos antigos vi o inglês, o alemão, o francês, o italiano, o espanhol, o português vi ideologia humanista nas seis pirâmides escriturais nas bocas dos sacerdotes dos monastérios os latins ministeriais das sagradas letras dos poemas nos boquetes dos iniciados em palácios de elmos lambendo as glandes das poses das correções ortográficas engolindo as porras das sintaxes na ordem das concordâncias nominais engravidados pela garganta profunda dos espectros verbais vi o monumento à barbárie dos hexagramas das teogonias ocidentais vi a bíblia das traduções imperiais na patrística das metafísicas nas pontas do ceu da boca nas palavras dos seres angelicais vi no outro lado do front as girias dos analfabetos poemando os cristais nos banhos ilimitados dos mananciais despoluindo-se da

LUTO

o mundo observa as Reich telas de televisão computação sensação estilização rostificação enquanto Israel se torna cada vez mais o principal anti-semita de si de nós mesmos infernizando irradiando dizimando atomicamente o judaico povo atual: o palestino, tão ao vau como o hebraico povo haitiano somaliano líbio sírio pois todo povo sendo diferente, é igual no laboratório da holocáustica Faixa de Gaza A câmara de gás Do faraó sionismo Impõe o milenar êxodo aos judeus palestinos Sob a proteção do nazismo Europeu Estadunidense Oligárquico Enquanto observamos as telas da enganação danação violação manipulação reificação O Hitler Benjamin Netanyahu Mandará matar esta menina Palestina-antes-judaica Yasmin, 6 anos vejam de fora do seu soss-ego pois já mandou matar olhem (de dentro da outrora homo sacer abandonada escravizada hebraica vida nua) sua mãe, Yolanda, calcinada assassinada por fósforo branco olhem lançado