algures descobri,
com um ser ou não ser
hamlet,
que uma pessoa
pode
sorrir
e ser infame
fama
dentro
ou
fora
da cama
trama
o patriarcado
encanta-nos,
canta-nos
femininamente
nos encana
plástico, elástico
é pluma, uma
puma
leopardo que tudo muda
pra não mudar
absolutista,
mente
nada
rei sol
lençol
nos ofusca
midiaticamente
com a sua difusa
profusão
pós-moderna,
supondo um direito de vida
que é norte
genocidas
supositórios
mortes
na dança
de
rostos
gostos
postos
envoltórios
desgostos
o patriarcado
só não é mais
velho
que
o
que
chamamos
de
novo
a serpente e
o ovo
nus conduzem-nos
nus induzem-nos
nus produzem-nos
à farsa
quando
acreditamos
na gramática
na ginástica
na bombástica
na trágica
lírica
dramática
dilemática
dos ídolos
pneumática
tidos
ditos
vistos
queridos
como
lindos
no santo graal
filosofal
monumental
imperial
global
tudo é vínculo
limbo
na prosódia
sem
igual
na tez
da fala
imparcial
aí estão
então
os jogos de guerra
nas peças
que nus
enterra
gueixas
queixas
do xadrez
o
salto
de
bunda
catatumba
é o encosto
o soberano
na mulher
no gay
no
negro
índio
amarelo
mestiço
ou outro
viço
quando
a mulher e o gay
são mais macho que o macho
ou
o negro
o índio
o amarelo
o mestiço
o outro viço
são mais brancos que o branco
e, assim, quebranto
quando
o pobre
é mais rico que o rico
o oriente é mais ocidente que o ocidente
no vice-versa do versa-vice
reprease
aí sim
estamos
fodidos
quando não
des
representamos
des
encenamos
des
construímos
o mundo da campa
e o de gato mundo da cama
da fama
ainda que na
lama
na desforra
no lado de fora
no alado lado
não fadado
não dado,
não retratado
sem
hierarquias
sem
maniqueísmos
sem
exploração
sem
dinheiro
aí
seremos
inteiros
livres
amantes
sorrateiros
Comentários
Quanto tempo não nos visitamos?
Saudades!
Sua poesia encanta-me!
Beijo