nunca mais fazer poesia, é inútil. retifico, sempre fazer poesia, não é útil, começo no fim, a última, a poesia, fora da fila das ilusões de tudo quanto é + o mais gozar da morte, a ressurreição do menos, o rosto da miséria, a lepra de Aleijadinho, a dor alegre do sim no não, ao pão, ao arroz com feijão, na carne viva, a viver, na catinga da putrefação, seu sonho no nariz dos olhos da velha nova solidão, a de estar aqui, em qualquer chão, só, com a multidão,
acompanhando os fantasmas da comoção, o retorno da amplidão, da lentidão, dos passos famintos do coração, a impulsionar o sangue pelo corpo da alma da emoção da recusa, do esquecimento, da inclusão, semente enterrada, na exclusão da atenção, do olhar, da escuta, da fala, do banquete dos poucos, música no inferno, pela alegria de peles, em percussão, cérebros viscerais, em tesão, órgãos libidinais de ritmos, em ação, batuques acústicos da imaginação volátil de perfumes de dedos, de tatos, de atos, e de mãos, em ataduras de úmidas e duras matas púbicas, dança e canção, a poesia é inconsúltil, é inverossímil, é inocente, seu crime é inafiançável: o amor à sombra da sobra, dos felizes e bem sucedidos, assombração, poesia, louvação aos insensatos, triunfo eucarístico na sagração da tentação, milagre do pecado de trazer o todo dentro e o dentro todo fora, na marcação da inspiração e da expiração, de existir, de persistir, de resistir e de sentir, na respiração, flor, poesia, poros-olhos do corpo-mundo, ouvido-sensação, escutando, a boca, a língua, a saliva, os dentes, pulsão da provação, de lamber os sexos da manhã, a neblina de sua cerração, a confundir céu com terra, sono com vigília, sol com lua, no encontro dos sentidos, maquinação, beijo da possessão da razão da alucinação, iluminação, poesia, escuro pra luz da paixão, pisca-pisca, vozes em refração
acompanhando os fantasmas da comoção, o retorno da amplidão, da lentidão, dos passos famintos do coração, a impulsionar o sangue pelo corpo da alma da emoção da recusa, do esquecimento, da inclusão, semente enterrada, na exclusão da atenção, do olhar, da escuta, da fala, do banquete dos poucos, música no inferno, pela alegria de peles, em percussão, cérebros viscerais, em tesão, órgãos libidinais de ritmos, em ação, batuques acústicos da imaginação volátil de perfumes de dedos, de tatos, de atos, e de mãos, em ataduras de úmidas e duras matas púbicas, dança e canção, a poesia é inconsúltil, é inverossímil, é inocente, seu crime é inafiançável: o amor à sombra da sobra, dos felizes e bem sucedidos, assombração, poesia, louvação aos insensatos, triunfo eucarístico na sagração da tentação, milagre do pecado de trazer o todo dentro e o dentro todo fora, na marcação da inspiração e da expiração, de existir, de persistir, de resistir e de sentir, na respiração, flor, poesia, poros-olhos do corpo-mundo, ouvido-sensação, escutando, a boca, a língua, a saliva, os dentes, pulsão da provação, de lamber os sexos da manhã, a neblina de sua cerração, a confundir céu com terra, sono com vigília, sol com lua, no encontro dos sentidos, maquinação, beijo da possessão da razão da alucinação, iluminação, poesia, escuro pra luz da paixão, pisca-pisca, vozes em refração
Comentários
blogs.
Um abraço.
Um abração e
uma boa semana
renatab
beijinho
Abraçamigo e parabéns pela filha!!!
E essa levo para o mundo dos sonhos...
"...a poesia é inconsúltil, é inverossímil, é inocente, seu crime é inafiançável..."
(Luis Eustáquio Soares)
Bjs Literários.
Letícia
Luci:)))
Maravilhoso o que você escreve.
Lindas palavras, combinadas e moldadas.
bj
Ilaine
Adorei.
Até breve
Adoro a maneira como escreves caro...amigo
Até breve
;O)
Texto impactante. Poesia pura, do início ao fim.
E o que falar desse naco?:
"poros-olhos do corpo-mundo"
Sem palavras, meu caro.
Nem querendo a poesia te foge. Nem querendo...
Grande abraço, meu camarada!
Germano
Aparece...
Obrigada pelo comentário/complemento.
Sim, medo e cólera são sentimentos que se fundem e se dissipam dentro de mim.
A primeira de muitas outras visitas.
Beijo.
quase perco o fôlego nesse ir e vir de mil palavras, sim, mil, porque as leio de um fôleto só, sem obedecer as vírgulas, seguindo o compasso do coração. E leio tudo e volto porque não li tudo...
E páro aqui no "milagre do pecado de trazer o todo dentro e o dentro todo fora, na marcação da inspiração e da expiração, de existir, de persistir".
beijos
A pergunta Pra que serve a poesia? já pode ser trocada para A quem serve a poesia? E a resposta, é claro/a: ao poeta - sobretudo para desnudá-lo.
Sigamos nus, sem vestes.
Beijos
Vou te chamar assim, se importa?
Um beijo e muito obrigada pela presença e comentário.
(Luis Eustáquio Soares)
E já estou na terceira leitura de seu texto. A cada leitura, lembro das teorias vistas em sala de aula e das vezes em que olhei pela janela e pensei que deveria haver algo mais que aquilo. Algo mais que analisar os Irmãos Campos e a Adélia Prado. Seu texto me prova isso a cada passar de leituras.
Bjs, Luis e caso possa, postei um texto sobre poesia. Me intrometi no mundo das palavras e creio já ter me viciado. Caso tenha tempo, gostaria de ter a honra de ler sua palavra. Uma crítica feita por vc - alguém que sabe e conhece o caminho das Letras.
Letícia Palmeira
A você sim cabe a palavra "Poeta". Inscrevo virtualmente essa afirmação.
Tenho muitas coisas a dizer sobre esse poema que não "respeita" a prosa, dela se utilizando para cantar a si próprio - e tantas outras coisas como é fato.
Uma vontade grande de imprimi-lo agora, para lê-lo com calma, aprendendo (porque esse poema é uma lição de poesia - e não me venha dizer: imaginação sua) e apreendendo o que ele oferece de novas (e de antigas, mas mais apuradas) sensações.
Seria muita insolência da minha parte pedir que me enviasse esse poema por e-mail para lê-lo?
Estou digitando aquele conto do Mario Sabino para que você relacione com o comentário que fiz outro dia.
Deixo meu e-mail, sendo um insolente sem medida, poeta. Se não incomodá-lo, envie-me por gentileza. Lá vai: calebe.morais@yahoo.com.br
E,sim, mais um pedido, agradeça a sua pequena por mim (pela visita e comentários que ela fez à Abstraktus). Logo aparecerei na página dela para comentar (diga-lhe também que já li algumas receitas e poemas lá postados).
E, para terminar, como Trapo, do Cristovão Tezza, diria: "A poesia é uma vagabunda".
Abração,
Calebe
Já agora convido-o eu a visitar o meu blog de poesia.
Um abraço.
beijão, de la Mancha
Admiro, por demais,a originalidade a beleza e sonoridade dos seus escritos...
beijo
Beijos
http://sex-appeal.zip.net
http://cara-nova.zip.net
Você escreve muito bem Luís. Já vejo a preciosidade de talento que terá sua filha. Um beijo grande da Joice.
Um abraço do seu poeta de fim de semana, embusteiro de imagens, cornocópio de si mesmo.
Beijos na ponta do seu pintinho amarelinho....
Marco
obs: Estes dias me peguei pensando em vc quando assistia televisão (a minisérie global "queridos amigos"). O engraçado é que teve uma uma cena, um momento, e que vc apareceu por inteiro, com seus afectos, sua verborragia, seu sentimento de sempre é necessário "romper"..."romper sempre"..
saudades eternas.....
estes dias me lembrei de vc assistindo televisão (a minissérie queridos amigos da globo). hHavia uma cena, um momento, no qual vc aparecia por inteiro dizendo...é preciso romper..."romper sempre".
Um beijo na pointinha do seu pintinho amarelinho!
saudades eternas,