“A poesia não existe e, como nós, se faz existir, quando ao tempo resiste, quando, apesar de tudo, não desiste, insiste.” ( Eluard Breton Carpentier. Deshoras, p. 0”
poesia: respiração truncada em truques se já o que ontem adivinha, ad-vinho o que sem signo pré-vem, pré-vino, e vinho libando o ar no desafinar, desafino, leve/pesado crepúsculo vem indicar umas molduras que minha carne prefere às páginas moduladas em módulos de músicas em iscas de branco, de negro, de limite, de só o visto, o desvisto pela mão que as envolve e os molha os insetos-letras que a acompanham, e essa espera, esperada na madeira por sua absorção que não detém ao desvão de cubo, enquanto não umas máscaras, os cansaços que não chegam às molduras, que não esperam como algo feito em cascas, se como a mulher, que espera em uma asa de rabiscos, mas ao traçar as gretas da moldura do grelo no grilo do paralelo, elevado ao canário das impossibilidades possíveis, temos então o resultado preciso da glória ditirâmica, festa de olhos nas pupilas das alegrias dos lábios a favor de lábios, favos de salivas, sem que o estrangeiro pergunte pelo sexo maldito, pelo fim mal-tido, no escrever por escrever até o escrever do escrever em que o dado, o acaso do descaso seja sonoridade de sono em que tal caso seja o não entendimento de há casos, mas caso dado de dado lançado, porque os vultos divididos em cada estação indizível e incompreensível no violão salta como um olho, se descobre pra sempre o uso, se, como metralhando seu pensar intruso da nuvem e no da nuvem que persegue o abismo em que com inseguro passo lento, o surdo em sua missão/desmissão não sente seu destino frente/atrás à pedra, pedra o que sangra criando a aberta fissura nas granadas das chuvas em sua pele pequenino triunfo já no obscuro, pequenino lado das alas cegas em que a cegueira, o vidro e a água de teus olhos têm a força de uma tensão oculta e assim os imutáveis e fugitivos e o espaço da água compreendido entre seus olhos e o aberto túnel, fixa seu centro descentrado que o faz como a carga do pomo necessário que vem cair como o som do surdo caindo no cismo do cisco, em que vou escrevendo esta escrita com a mantra imática das lavras aras das palavras que do vão vão saindo de mim, de ti, da mulher, do negro, do gay, do pobre, do desgraçado, do preso, do desolado desovado, do pivete, da puta, da dor, do gozo proibido, do último e primeiro ser que lá do extremo espaço e no extremo tempo se encontraram, se encontram e se encontrarão, no desencontro de todo sentido: tido , ido, do, o, doida, doída, o e a, poesia
poesia: respiração truncada em truques se já o que ontem adivinha, ad-vinho o que sem signo pré-vem, pré-vino, e vinho libando o ar no desafinar, desafino, leve/pesado crepúsculo vem indicar umas molduras que minha carne prefere às páginas moduladas em módulos de músicas em iscas de branco, de negro, de limite, de só o visto, o desvisto pela mão que as envolve e os molha os insetos-letras que a acompanham, e essa espera, esperada na madeira por sua absorção que não detém ao desvão de cubo, enquanto não umas máscaras, os cansaços que não chegam às molduras, que não esperam como algo feito em cascas, se como a mulher, que espera em uma asa de rabiscos, mas ao traçar as gretas da moldura do grelo no grilo do paralelo, elevado ao canário das impossibilidades possíveis, temos então o resultado preciso da glória ditirâmica, festa de olhos nas pupilas das alegrias dos lábios a favor de lábios, favos de salivas, sem que o estrangeiro pergunte pelo sexo maldito, pelo fim mal-tido, no escrever por escrever até o escrever do escrever em que o dado, o acaso do descaso seja sonoridade de sono em que tal caso seja o não entendimento de há casos, mas caso dado de dado lançado, porque os vultos divididos em cada estação indizível e incompreensível no violão salta como um olho, se descobre pra sempre o uso, se, como metralhando seu pensar intruso da nuvem e no da nuvem que persegue o abismo em que com inseguro passo lento, o surdo em sua missão/desmissão não sente seu destino frente/atrás à pedra, pedra o que sangra criando a aberta fissura nas granadas das chuvas em sua pele pequenino triunfo já no obscuro, pequenino lado das alas cegas em que a cegueira, o vidro e a água de teus olhos têm a força de uma tensão oculta e assim os imutáveis e fugitivos e o espaço da água compreendido entre seus olhos e o aberto túnel, fixa seu centro descentrado que o faz como a carga do pomo necessário que vem cair como o som do surdo caindo no cismo do cisco, em que vou escrevendo esta escrita com a mantra imática das lavras aras das palavras que do vão vão saindo de mim, de ti, da mulher, do negro, do gay, do pobre, do desgraçado, do preso, do desolado desovado, do pivete, da puta, da dor, do gozo proibido, do último e primeiro ser que lá do extremo espaço e no extremo tempo se encontraram, se encontram e se encontrarão, no desencontro de todo sentido: tido , ido, do, o, doida, doída, o e a, poesia
Comentários
Doída Feito Poesia.
Verso seu.
Letícia
Salve Poesia!
Salve Poeta!
Beijos
http://sex-appeal.zip.net
http://cara-nova.zip.net
Maravilhosa poesia você faz existir.
Encanto-me com tuas palavras.
Beijos
Tá. Não é uma leitura muito comum em blogs. Exige mais do que ler. Pra mim, um desafio. Eu que sou de frases curtas, textos prolixos e só fome de poesia. Tenho que me encantar, né?
(resisti, mas não consegui deixar de dizer: vc me adivinhou no texto anterior? rs...)
Beijo conterrâneo! Sim, descobri que moramos grande parte da vida na mesma cidade. talvez tenhamos até nos esbarrado pelos corredores acadêmicos ou nos bares da vida? - seja como for, o prazer está sendo agora. Outro beijo.
re
Venho pedir desculpas por não vir cá há algum tempo, mas a verdade é que o meu filhote esteve doente e, como estive com ele em casa, o trabalho acumulou e agora o tempo é escasso.
Hoje apenas venho agradecer a tua amizade e simpatia e dizer que voltarei brevemente, com mais tempo, para pôr a merecida leitura do teu blog em dia, sim?
Beijinhos e até breve.
;O)
Bjo,
Luci:)))
Adorei.
Congratulo abraços e ervas daninhas pra matar verdes verdes...
Sempre aqui, mestre.
Germano
Aparece...
boa semana
beijos
Beijinhos e até breve.
;O)
Quod vadis? Posto que vais (weiss), deixa a chave por sob o tapete, visto que em tramas e "[...] truques se já o que ontem adivinha, ad-vinho o que sem signo pré-vem, pré-vino, e vinho libando o ar no desafinar, desafino[...]" (LUIS, 2008), pouco se me apraz que claudique a onagra. Urge acicatá-la.
És sonho nesse céu do Brasil, na boca da poesia! Saúde, Luis!!!
"[...] favos de salivas, sem que o estrangeiro pergunte pelo sexo maldito, pelo fim mal-tido, no escrever por escrever até o escrever do escrever em que o dado, o acaso do descaso seja sonoridade de sono em que tal caso seja o não entendimento de há casos [...]".
Uma semântica de cisalhamento de formas, de deslizamento de signos; da compressão de sentidos múltiplos e de tração significados únicos mete micose e coça; e cada um cu-i-de-se, disse Tom, o Zé.
Cisalhar, comprimir, tracionar é ensaiar o teste das forças e das formas que os signos desempenham dentro da estrutura lingüística. À poesia interessam as resistências desses materiais, suas fases elásticas e plásticas, até a sua própria ruptura semântica pelo processo de repetição esvaziadora.
Luis faz a metapoesia ensaística, como se rompesse corpos de prova, que são as próprias palavras em que se apoia sua escrita e as cargas subjetivas dela advinda. Reduzindo a resistência das estruturas e aumentando a carga sobre elas, o poeta as rompe, desconstruindo a si mesmo, num diálogo reestruturador entre o bricar e a realidade.
Vale, Luis; bela a sua poesia hermética; feia a minha leitura rude, sem o lirismo do tipo boca de cerja; asas de graúna; rios rumorosos. Vale, sim, porra!!!
Obrigado pelo belíssimo texto!!!