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o haiti é aqui

eueueueu eu eu
eu eu eu capitalismo
eu eu eu eu dinheiro
eu eu eu eu racismo
eu macho
eu fêmea
eu eu eu eu o bom mooooçoooo
eu eu eu eu o porra louco conservadorrrrrr
eu homossexualllll
eu brancoooo
eu negrooooo
eu mestiçooooo
eu amareloooooo
eu qualquer coisaaaaaaaaaaaaaaa
eu coloco na porta de minha casa –
aqui não funcionaaaaaa!
Euuuuuuuuuuuuu
Coloco na porta da escola privada ou pública:]
aqui não funonaaaaaaaaaa!]
Euuuuuuuuuuu
Coloco na porta anal da universidade de harvad:
Não funcionaaaaaaa
Euuuuuu também coloco na porta vaginal da universidade Oxford:
Não funcionaaaaaaaaaaaaaaaaa
Eu ponho e suponho é só ponho no cofre gozal do meridional carnaval tropical
Que o tópico óptico ótimo do supra-sumo civilizacional:
Não funcionaaaaaaaaaaa!
Eu coloco na puta porta plebe não proletarizada, que Marx chamou de lúmpen,
A puta pooooorta porca da burguesa respeitada família:]
Nãooooo funciona
Não funcionaaaaaaaaaa o exército
Seja lá de quem fooooor
Não funcionaaaaa a moraaaaal
Seja lá de quem foooor....
Não funcionaaaaa a puta que pariu
Seja lá de quem forrrrr
Nada funcionaaaaaaaa
Enquanto a tartaruga come o plástico que eu jogo no lixo aberto da praia
E esse euuuuu uuu sou nós
Come e morre com o colorido plástico industrial
Que o lindo alegre espontâneo inteligente filho
- que estuda naquela excelente escola particular –
Deixou lá, após chupar o seu picolé da Kibon
Não funcionaaaaaaaa
A nossa educação
Não funcionaaaaa
O nosso trabalho
Não funcionaaaaammmmm
Os nossos bons costumes
Não funciona
A nossa casa limpa
Não funcionaaaa
A nossa diferença
Não funcionaaaaa
A nossa mesmidade mass-mediática:
Não funcionaaaaaaeaaaaa
porra alguma nesta casa grande patriarcal
a que chamamos de globalllll
funciona nãooooo

maaaaaaaaasssssss que aaaaa françaaaa e os Estados Unidos são oooos principaaaais responsáveis pela miséria no Haiti
Isto sim, funcionaaaaa, é a verdade nua e cruaaaaaa, e também cozidaaaaaa
E que o Haiti não funcionaaaa porque tentou funcionar
Isto também é verdade....
É proibido funcionarrrrr
nada e ninguém funcionam
numa ordem desordem ordenada desordenadamente como aaaaa nossaaaaa
não funcionaaaaaa
nem o falante da mater língua íngua dolorosa da angústia dos bêbados
nem o homem que falava javanêssssssssss
nãoooooooooooofuncionaaaaaaammmmm

Sejamos revolucionários
vários ovários libertários
Esqueçamos os otários
não funcionaremos presamente livres
em incendiários amados próprios armários
de nós mesmos
armados
presidiários

e posto que somos apenasmente hilários
não funcionam nossos muros sérios diários
só dançando na corda bamba do relicário
encontro de beijos de precários
somos não funções de mortuários
sem sermos patrões ou operários

porque é assim
que eu mesmo,
não milharal
sendo eu de mim,
sem sideral cereal
realmente irreal
Funciono maaaalllllllll

Comentários

São disse…
Obrigada por me teres convidado a ler mais um excelente poema, carregado de protesto e verdade!

Uma noite repousada.
Jacinta Dantas disse…
Eita que eu entro aqui, paro e fico tentando adentrar as linhas que vão se delineando a minha frente. Às vezes difícil e sempre com o tom irreverente, gosto da palavra que vejo aqui. Diferente jeito de manifestar a indignação pelo está posto, penso Eu. Eu, que também faço parte dessa engranagem dos eus.
Grande abraço
Paula Barros disse…
Eu vinha lendo séria, seu texto sério...mas quando li ovário libertário eu ri, não me fale de ovário.

O meu a médica me disse que está destrambelhado, e agora ela quer alcoolizar...já imaginou um ovário destrambelhado alcoolizado?

Lembra algo? Lembra alguém? Lembra algum país?

E o meu ovário destrambelhado vive na época do capitalismo...só quer saber de produzir hormônios e produzir cistos...e ele reproduz o nosso sistema político, e me diz: aqui quem manda sou eu, faço o que quero, e você vai sofrer as consequência....euuuuuuuu não estou interessado em você...você não é ninguém diante da minha força ....eu lhe ignoro...
Vivian disse…
...que grito perfeito.

one eu coloco tbm minha garganta
envergonhada de ser mais uma
ajudadora do caos na terra.

bj, moço!
Desnuda disse…
Luis,

quando lemos um poema-alerta da nossa realidade, penso ( e me desculpe) que só posso exclamar: PQP!!! Não vai fazer nada disso funcionar, mas...

Excelente, sempre.


Ótima semana. Beijos
São disse…
Vim reler e desejar feliz semana.
poetaeusou . . . disse…
*
canta poeta, canta
violenta o silêncio conformado
cega com outra luz a luz do dia
desassossega o mundo sossegado
ensina a cada alma a sua rebeldia
,
in - Miguel Torga,
,
um abraço,
*
São disse…
Se me quiseres conhcer um pouco mais, passa pelo "são"

Um divertido Carnaval para ti.
Renata Bomfim disse…
OLá poetamigo Eus-táquio
sim, eus, eus, eus, nós vivemos a
dualidade
sempre divididos, cindidos, esquisofrênicos, enfim, humanos.
Por isso saúdo a todos os animais,até as lesmas, as baratas, seres espiritualmente muito elevados...

Saudades de você, rapaz!
olha, muito inquietante este poema!
Abraços
REnata
A contradição, o protesto a crueldade real em poema.
Gostei.
EUA e França, "depenaram" o ouro, o urânio, o irídio.
Agora consta-se que vai o petróleo, que as jazidas são grandes.
Mas os grandes t~em direito a ser grandes e os pequenos constantemente espoliados.
Foi todo a vida assim e continuará.
Até quando?

Cumprimentos.

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