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eu não sou

nasci como morri
estou outro de mim
sou um javali

morri como nasci
estou outro sem mim
sou um jabuti

do caos parti
do parto surgi:
sou outro sem fim

Comentários

Dauri Batisti disse…
Especialmente lindo todo o poema, as três primeiras estrofes são magníficas.Eu até conceberia o poema apenas com as três primeiras estrofes, sem desprezar aquelas outras que seriam outro poema.
Parabéns.
Carla disse…
Temos sido... estúpidos. Temo se ido... a essência do ser.
Ilaine disse…
A busca constante por nós mesmos... Somos? quem somos? Somos outros e, muitas vezes, perdidos..."estou outro sem mim, estou outro de mim..."

Lindo poema, realista e um pouco triste.

Abraço
Renata Bomfim disse…
Ciao, Luis, que delicia brincarmos de ser outro, ensaiando passos para a alteridade
Olha, o Mina tá quase lá! to fazendo ultimos acertos, saudades da sua presença inquietante, pra pôr um pouco de rima: professor, amigo e militante! ehehehe
Abraços
Coral disse…
"Nascer é muito comprido", já dizia Murilo Mendes (andei sumida pq tenho andando por outras paisagens que não as literárias, a vida tem exigido de mim mais pragmatismo, mas recentemente vim em seu blog e li suas últimas postagens, desde qd o deixei de acompanhar. A qualidade continua excelente! Força para renascer sempre e continuar na militância necessária para revolucionar nosso cotidiano mais banal!)

Beijos.
Nestor disse…
Muito prazer, poeta!
belos versos...
Desnuda disse…
Luis,

Outros, com fases tantas e ondas sem fim.

' Não ser é outro ser". Fernando Pessoa.

Bom fim de semana, poeta! Beijos

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Deus

Deus é puro sexo E tem o gozo do universo Com seu falo vaginado Penetra e é penetrado Pelo cosmológico Devaneio de amplexo Sua transa etérea De buraco negro de verso Suga e transfigura A ilusão de ser matéria Que lubrifica e infla A vida de vidas O infinito de finitos As polipresenças De ausências.

UTOPIA

entoar: amar quixotescas armaduras, de cavalharescas andaduras, de ondas de lábios ávidos de mar, celas cósmicas, de lânguidas mangas éticas, pitangas de árvores de flores de copas, de frondes continentais de amores, sem ilhas de tédios de horrores, ou gols de tiros de mortes, de chutar chuvas de balas de alas, de narcísicos consumos de humos, doces idólatras idiotas, a chupar, a saliva de acusar, pra roubar e pra matar, quando o que é torta, quando a porta da janela que importa, é a de criar o atar as traves aves de retângulo de céus de paraísos de relâmpagos, de infernais mananciais, de invernais verões de rebeliões, por comemorar a cerimônia de vôos de chamas de larvas, de celestiais terrenais viscerais, a festejar pilhas de elétricas usinas, de vitais vitrais campos, sem rivais, a coletivizar os subterrâneos lençóis de águas de sóis, de sedes de redes de girassóis, abertos horizontes cobertos por suores de louvores, nos corpos a corpos, brindes de convites, a desarmar as armas ...
dinheiro antes era pão e circo e o cacete como pão que bate na arte de matar, cão que late, no bode expiatório, a guilhotina no pescoço da soberana plebeica praça hoje é urânio empobrecido fósforo branco e círculo midiático onde tudo é arte que arde, ardil funil fuzil de ícones de artilharias nas edições de armas satelitais contra a praça súdita garras amarras virtuais na Terra carcerária, pois agora a ágora é o planeta campo de concentração planeta palestina, território sem povo e povo sem território, onde bomba é tudo, em tempo irreal, supõe-se, supositório de lunáticas radioativas partículas de envoltórios zumbíticos vivos incendiados incendiários, planeta guilhotinado, enforcado,desmembrado, sacrificiado nos vários seres mortuários, viciados, por plutônicas ontológicas cosmológicas inspeções galácticas de drones drops fotoativos, putativos, objetos mostruários no dentifrício no corpo cabeça sexo estomagado esmagado emparedado avacalhado suicid...