a noite respira um murmuro suave a atmosfera alada escorre da pintura as casas, os prédios, as nuvens, o macio ilimitado no verde difuso de uma forma árvore, e um cão que não vejo, um menino e uma menina, na fome de fome de fome de nome o nome menino não come sobrenome, pois a sobremesa da casa em seus dentros de dentros de dentros não entro a menina no menino nem eles nos mesmos meninos sem fome, saciados de vontade de não comer na colher de rios, piques, pastos, ruas, vadiagens, chuvas, sóis, libidinagens, safadagens, aberturas abertas que pedem não infame fama, mas famintas clareiras a partitura de uma pintura feliz onde as cores na cor absoluta de sua não-parte ama arte de viver, aqui, ali, acolá, onde a noite leve acaricia a lonjura que recusamos de tanto comer sem nome, o sobrenome da falta de fome, e uma voz, sua música pouco ouvida, de outro lugar, e os passos, seus um pé e outro pé, e pé pé pé, esquerdo direito esquerdo, com um jeito-só-seu-de-conversar com outros ...
“O fato de Balzac ter sido forçado a ir contra as próprias simpatias de classe e os seus preconceitos políticos, o fato de ter visto o fim inelutável de seus tão estimados aristocratas e de os ter descrito como não merecendo melhor sorte e o fato ainda de ter visto os verdadeiros homens do futuro no único sítio onde, na época, podiam ser encontrados, tudo isso eu considero como um dos maiores triunfos do realismo e uma das características mais notáveis de Balzac”. Friedrich Engels, 1888