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Postagens

criação do cosmos

1 dia de gasto militar pode alimentar, brincando, as crianças do mundo 2 dias de gastos militares podem resolver as doenças endêmicas, cantando, das crianças do mundo 3 dias de gastos militares podem deixar saudáveis, rindo, as mães das crianças do mundo 4 dias de gastos militares podem produzir uma reforma agrária mundial, plantando, os pais das crianças do mundo 5 dias de gastos militares podem garantir saúde, dançando, pra todas as famílias, inventando, das crianças do mundo 6 dias de gastos militares podem garantir educação integral, garatujando, pras crianças, criando, do mundo 7 dias de gastos militares podem fazer o mundo perder razões pra guerra e, festejando, acabar completamente com os gastos militares do mundo e, desarmando, acabar com todas as guerras existentes do mundo inclusive a guerra publicitária o que significa dizer que o mundo não quererá mais coca-cola bancos multinacionais lucros politicamente corretos, (mentindo

amar

amar: o distante no próximo e o próximo no distante amar um amor revolucionário fora de si de qualquer ovário amar a conhecida luta pelo desconhecido a comum labuta pelo incomum pelo estranho horizonte que avulta na menosprezada puta que goza convulsa amar a pugna visível pelo invisível a expressiva batalha pelo inexpressivo que de tão inexpressivo ao lucro atrapalha despreza avacalha encalha amar a terráquea briga pelo enfático lunático que me abriga a defesa inamovível pelo indefeso de incorrigível vezo amar a desacreditada razão do desacreditado do aviltado do acusado amar um amor ímpar, sem páreo, o pária sem par, emparedado, vário, ainda que pareça otário, amar sem cobrar sem ganhar sem negociar sem nunca dizer “não pode” “não dá”, sem nunca desacreditar, amar, sim, o sim àqueles que vivem o não que são sem pão e que amam em vão e por isso amam livres sem moral sem lição amar sem os limites do teu

o progresso em bala

No ano x , y foi à rua w e comprou uma pistola calibre progresso. No ano x + 10, y chegou a sua casa e desfechou tiros contra o corpo. Depois de morto, y foi aludido num telejornal. Neste, seu suicídio não significava nada. Apenas mais um morrera. No entanto, o silêncio, dissimulado em indiferença, dominou de tal maneira os expectadores que era sem dúvida um sinistro aviso coletivo. Y talvez fosse a liberdade? A desmassificação? O homem que se inventa? A mulher que se desmasculiniza? O desejo desejado enfim inscrito na ponta outra do outro que deseja, formando impossíveis? De qualquer modo, estava morto pelas próprias mãos, pelo próprio tiro, pela própria bala.

descentramentos

centros concentram estupram mundos centros de mim de ti, sem jabuti sem javali sem índio guarani humilham submetem assassinam por lá, por aqui, por aí, floras faunas inorgânicos rasos fundos rios vulcânicos centros de posse sanguessugam os órfãos de órgãos de pão através dos centrais monumentais vampiros dentais famintos suspiros de Deus de Midas de mídias centros centram roubos arroubos que arrombam raios concêntricos aços abraços de morte cercam tudo que não é nem sul e nem norte tudo cuja direção é pura sorte é sem correção sem circuncisão sem adaptação sem sujeição porque descentrados insubordinados são pois descentrar é revolucionar o centro dentro do centro até desconcentrar o centro de homens de humanidades e seus centrais pedestais sem mais umbrais fenomenais e outros que tais pois descentrar é um vendaval de vaus de naus no liso mar, amar, sem centros ciumentos pelo ar, sem fomento de egos, cimentos pois

poesia

é sempre uma sentença de morte a poesia ou a poesia como sentença de morte é sempre uma onipresente sentença de morte quando não existe poesia uma sentença que é mais letal quanto mais parece vital quanto mais é interpretável palatável sociável amável amansável quanto mais não atravessa o avesso do sono no travesseiro deste viveiro: a sentença de morte de não poder poetar fora da propaganda de viver de não poder, em começo, viver sem publicidade de eu de homem de mulher de negro de gay de pobre é sempre uma potência festiva revolucionária coletiva a poesia potência viva insubordinável inapreensível impossível incontrolável imprevisível quando não publicável não palatável não amável não sociável porque fora da propaganda porque viva carnavalesca vivendo é sempre a nossa sentença de morte que condena a poesia quando o poema não diz o que nos mata nos rouba nos ata nos poupa é sempre uma alegria a poesia quando diz o inaudito o invisível o imperceptível o não cheirado o não degust

rIzOmA

sou frágil caluniado ofendido sacaneado humilhado aviltado xingado desprezado inferiorizado explorado sou frágil sou fraco sou filho da morte sou ágil eu: não sou nada não tenho nada sou livre sem ser sou: no condenado que estou intocável afetadamente inafetável ofendidamente inofendível sou não sendo um pária sim, sou um pária sem ser sou sim um detido sem ser sou di-vertido in-convertível pagão sou um escravo livre um anômalo vândalo sou não ainda bem digo que não posso ser descer devo tecer o destecer do ser desaparecer o ser que não posso ser é não ser que não serei livre aí sim estou não sendo sendo o sido que não pude ser aí sim já não sou eu somos sem ser porque nos faremos o não ser da puta filha da puta o não ser do ser do desgraçado do infeliz o alegre atrevido não ser do pivete o não ser do pobre dos mais recusados e xingados evitados o não ser minhoca barata rato cobra verm

desnome

Agora que estamos no coração do combate de não ser a gente mesmo, estamos livres, finalmente começadamente fora do comercialmente comércio de ser a gente decentemente pois agora que não somos que somos indecentes o aberto presente é o só o interessa o que não é meu nem seu nem nosso nem de ninguém sem catequeses desde que o outro em nós e fora de nós não seja a idealizada mímica da caricatura que temos sido de nós pros nós de nós mesmos no strip-tease humanista de nós no gene da gente, demente desde que eu não seja eu de nós, humanos, impérios romanos pois já não chega, e nunca chegou, o penso logo existo, com seu anjo maligno ocidental-imperial-filosofal-escrotal-parasital de ser homem, desgraça imperiosa deste mundo fodido cheio de infaustos faustos incestuosos desejos intra desejosos de ser nós venosos de intimidades de obscenidades de ser esta malária: subjetividades ids ambulantes, parasitando o ególatra golo guloso

Moça

BOMDILMA PRA TOD@S! apresento abaixo o conto "Moça", da escritora Raíssa Cardoso Soares, de apenas 15 anos. Endereço do blog dela:http://raissasofia.zip.net/ Vou contar a história de uma moça. Na verdade eu não a conheço. Bom, eu conheço a alma dela. E isso pode significar alguma coisa. Mas a metade de sua alma, eu conheço pela minha imaginação, afinal, ela é apenas um personagem, e eu faço dela o que eu quiser. Essa história pode parecer um pouco confusa, sim, a moça é uma confusão em pessoa, e é por isso que eu gosto dela. Ela é feliz, sim, ela é. Mas ela não leva muito bem esse negocio de felicidade não, sabe? Eu acho que ela vive procurando, mas ela acha que nunca acha. Ela não sabe amar. Porque ela nunca deixa ser amada. Ela é egocêntrica. Acha que o mundo gira em torno dela. Ela é neurótica. E ela tem um vício: o da tristeza e da depressão. Ela gosta de chorar e geralmente faz isso pra chamar a atenção de quem ela nem sabe quem é. Ela ri também, aliás, ela até que ri m

Se acabó el miedo

Que papel joga a irrelevância, quando conta o que não conta? Como viver a vida, se a vivendo não a vivemos? Aprendi tanto com meus erros que não paro de errá-los. Somos abandonados Perdidos, despojados, nunca achados E os mais farsantes São aqueles que se fingem Encontrados, De suntuosos exibicionismos ilusionismos consumismos parasitismos concentrados O sofrimento é tal E tão improvável Tão sofrível Tão injusto Pra nós que morremos Que só nos resta Encorajar o medo E, medrosamente, Dizer, Encorajadamente: Se acabó el miedo Ninguém nos controla O porvir De nosso presente Somos moleques Incompetentes E ágeis Ninguém nos controla Estamos impossíveis Adeus ao império E suas filiais de voluntários serviçais Adeus: Subserviência Humilhação Dominadores e dominados Senhor e escravos Se acabó el miedo A chuva nos molha E estamos felizes Brotamos Nascemos Olhamos Pra gente Pro conhecido Pro desconhecido Olhamos e somos livres Se acabó el miedo

O velho

em homenagem à minha filha, e muito além de Édipo, publico o novo poema que ela, Raíssa, disponibilizou no blog dela. o endereço é: http://raissasofia.zip.net/ abaixo, o poema. Ela tem 15 anos recém-feitos. E o velho assovia... Assovia pra onde? Assovia por onde? Não sei. E o velho assovia... Assovia pra quê? Assovia de quê? Não sei. E o velho assovia... Assovia pra quem? Assovia de quem? Não sei. E o velho andava... Andava pra onde? Por quê? Não sei. E o velho cantava, E ele gritava, E ele deitava, E ele sonhava, E ele brincava... O velho vivia, Morria, Sorria, Agredia, Por quê? Nem ele mesmo sabia... E ele queria saber o porquê de morrer, Queria saber o porquê de viver, Queria saber o porquê de amar, Queria saber o porquê de assoviar, Queria saber o porquê de cantar, Queria saber o porquê de ser ele... O velho queria saber o porquê de ser velho, O porquê do vôo dos pássaros, Do latido dos cachorros, Do zunido das abelhas que o atormentavam, Queria saber o porquê de não poder ser l

ódio aos indiferentes

a Antonio Gramsci odeio os indiferentes odeio antes de tudo os indiferentes indiferentemente na minha mente, e na demente, normópata cara do cotidiano, a que chamamos de normalmente, esta cara, invisível de tão visível, surda de tão absurda, em que nossa tara, circulando, andando, apresentando conversando, pra viver e trabalhar, perder e amar, esquecer e lembrar, ser e estar, em que a nossa vara nunca encara, cara a cara, que, nele, no indiferente dia a dia, tudo tem que se ajustar tudo tem que se adaptar que tudo é nada e que nada é tudo, que, nele, no dia a dia indiferente, você tem que ser igualmente diferente, ou diferente igualmente, não importa, porque, a partir dele, do cotidiano aparente, você deve, simplesmente, com sua diferença indiferente, você deve simplesmente, ainda que incoerentemente, entrelaçar sua sentença de ser gente, ainda que singularmente, com a sentença de ser, eis a regra ocultamente evidente, com a sentença de ser impotente e, assim, indiferente às difer

debaixo da mesa

limpando o limpo no limo do limbo da vida, com o sujo sem limpo, fico com o corte sujamente afiado o sujo mais sujo, cortando, afinco tão sujo que não sujo e nem limpo, um outro não limpo e não sujo, fora da gravura, da alvura, só rasura, só usura sem usura, só usado, usando, a usar, abusadamente aqui, perto de seu olhar, lábios, trejeitos, perturbação, os pés descalços, masturbação, do alado lado, embaixo da cadeira, abaixo inculcação: ajoelho rezo no culto deles os pés e os beijo de baixo pra cima, até sugar o açúcar de seu tabaco, ópio e sonho, melado, amargo tesão, gota de paraísos infernais, a bílis de sua estranheza, chegar até ela na rachadura de superficiais safadezas de profundezas sob a mesa das boas maneiras, onde seus pés podem ser lavados de toda limpeza moral por minha língua mortal esta mesma que lambe o cacetado clitóris de seu vau vendaval carnaval pluvial val embaixo da mesa mil outras mesas quentes banquetes b

a classe média e o povo

entre os dois o endeusado, deus sempre usado, ótico ótimo despótico sério engana-dor, o saquea-dor, e o roubado humilhado ignorado assassinado entre os dois entre o rico e o pobre a classe média é o pêndulo se vai pra direita é meio imbecil meio cafajeste meio indiferente meio cínica meio metida meio besta sempre no meio da pretensão da ostentação da louvação quando no meio da mistificação mas se vai o pêndulo da classe média pra esquerda é meio socializante a classe média meio inteligente meio fascinante meio interessante meio instigante e pendula pra lá e pra cá pendula pendura na forca o pinto de choco ovo abortado do que poderia ter sido a gema e nunca será a média classe ema nem rica e nem pobre sem teorema no insosso odre algema: repuxos pulsos dilemas embora do devaneio a perdição comum, se multitudinária, incomum, porcada vara ara vária diabolicamente unitária ainda que quixotesca hilária noturna e diária na boceta que ainda pulsa na pica que ainda pulsa no cu que ai

o anti-édipo

“Por que é que os homens combatem por sua servidão como se se tratasse de sua salvação”. Gilles Deleuze e Guattari Chega de Édipo Na literatura Édipo no mundo real édipo no virtual édipo No desnoticiário nacional Édipo No local Édipo Nas novelas das 8 E em todas as outras Édipo No cinema Na música Na dança No teatro nas artes ciências casas ruas pátrias trabalhos evasões Mais Édipos Chega de castração De falta De sublimação De restrição De domesticação De consumista Liberação Chega de privados amores Chega de sufocar o amado Com nossas perturbações Inseguranças limitações cobranças sermões Ou com nossas Taras e manias Por espelhos Por transferências Por interferências Por auto-referências Por narcísicas Decentes intimistas indecências Chega de propriedades sobre o que for Bens materiais Bens imateriais Bens morais É preciso dizer multi-novamente: Toda propriedade é roubo! Econômico Afetivo Simbólico Epistemológico

SOUANIMAL

eu sou um animal desumanamente humano sou não sendo eu humano sem nome próprio eu não eu sou impróprio humano animal não sou e não estou não sou isto que dizem que sou homem, adulto, brasileiro, heterossexual não sou o otário da carteira de identidade não sou o besta manso do CPF não tenho nada a ver com os números que me não definem nem sou o pai, o filho, o amante que querem que seja o animal humano aqui não é não pode ser sou anômalo pactuei com a diversidade não humana do cosmos brinco de brigar com o turbilhão mundano irracionalmente furiosamente alegremente traiçoeiramente sou bravo e berro e lato e grito e rosno e mijo nos postes fálicos dos podres poderes fáticos táticos louuuco ficoooo os cabelos eriçados por sentir o cheio dos barulhos das imagens das paragens viagens de todas as cores nos olhos das formas dobras entrâncias de disformes amores pelo estranho antanho atalho de ser piranho a gozar com cada sensação dançante dos volumes

ANGU

1 angústia angústia angústia an an angus gus gustia tia iaaaa an angustia gustia gus sunga tunga gusa gaia tua angústiasungatungagusatua sungatuagaia tungasuagaia gusatuagaia gaiatuagaia tuatuagaia fórmica disforme angu de angústia incomivelmente comível inintelegivelmente legível intrincavelmente diagramática 2 insuportavelmente suportável incompreensivelmente incompreensível inumanamente humanável incosmicamente cósmica infolhavelmente arvórica i-rio-velmente inadesértica iniloquecivelmente iniloquecível intoleravelmente tolerável humanamente humana humanamente animálica humanamente almática humanamente animalmática

a novela

a manoel carlos autor de globais novelas (a maneco) 1. foda-se pra medicina, nunca quis ser médico com seus zumbis vestidos de branco a saúde no caralho do carvalho do orvalho do atalho do puteiro seleiro do pássaro gente idiotamente feliz no viveiro da farmêutica indútria do dinheiro do patriarcado da ciência do galinheiro tal que o galo é a esp(ora da porra porrada do fuzileiro ) tal que pandora é a caixa sem surpresas da mulher definida como colher na boca do homem na guelra guerra do cozinheiro do cadáver no bife na boca do vaqueiro no surrealista movimento do sepultado fodido conquistado cangaceiro a medicina particular é o cúmulo do ridículo da doença a saúde q interessa está em outro lugar temos que desneutorizar a vida, temos que desedipianizar o mundo: 2. você é édipo se é drogado e age como tal se é bandido e age como tal se é mocinho e age como tal se é bom aluno e age como tal se é garanhão e age como tal se é bom pai e age como

Estados Unidos

para meu amigo poeta raimundo nonato, rai. os estados unidos são o pior lugar do mundo pior, muito pior, que o pior lugar imundo neste mundo vasto mundo não basta, raimundo, dizer there is no alternative, sem plumo e sem rumo, diante das comunicadas barricadas de vistas iscas de oligopólicas trapaças, na consumista submissa televisiva niilista missa das massas, há que buscar a puta luta, raimundo, contra o luto vulto das imperiosas argamassas. os estados unidos são a democracia de araque a dita dura da pica mole drogada nos foles de fumaças cortinas de publicidades o santo de pau oco cujo raso fundo não tem gema ovo de povo no genocídio do iraque o país que é a unida híbrida vara dos unidos estados de craque o deformado país que é a híbrida tricabeça de iraquianas crianças de faluya onde o racista viagra de seu fósforo branco envenena o útero futuro mundo, e no raso e no fundo tem uma plutocracia, eu vi, que mandona é dona, desde wall street, do dólar da colombiana cocaína, com as s

o haiti é aqui

eueueueu eu eu eu eu eu capitalismo eu eu eu eu dinheiro eu eu eu eu racismo eu macho eu fêmea eu eu eu eu o bom mooooçoooo eu eu eu eu o porra louco conservadorrrrrr eu homossexualllll eu brancoooo eu negrooooo eu mestiçooooo eu amareloooooo eu qualquer coisaaaaaaaaaaaaaaa eu coloco na porta de minha casa – aqui não funcionaaaaaa! Euuuuuuuuuuuuu Coloco na porta da escola privada ou pública:] aqui não funonaaaaaaaaaa!] Euuuuuuuuuuu Coloco na porta anal da universidade de harvad: Não funcionaaaaaaa Euuuuuu também coloco na porta vaginal da universidade Oxford: Não funcionaaaaaaaaaaaaaaaaa Eu ponho e suponho é só ponho no cofre gozal do meridional carnaval tropical Que o tópico óptico ótimo do supra-sumo civilizacional: Não funcionaaaaaaaaaaa! Eu coloco na puta porta plebe não proletarizada, que Marx chamou de lúmpen, A puta pooooorta porca da burguesa respeitada família:] Nãooooo funciona Não funcionaaaaaaaaaa o exército Seja lá de quem fooooor Não

modelo de sucesso

devolvamos o pior que as instituições estimulam e fabricam e cultivam e produzem e reproduzem e de graça: patrões, chefes, militares, padres, aristocracias, quadros intelectuais, mulheres anoréxicas devolvamos pro lixo da história o lixo da pré-história que persiste subjugando com mortal vitória são, devolvamos, antes que a vida se extinga e, na catinga da vã glória, se finda devolvamos pro limbo das olimpíadas do Olímpio os bisnetos, netos, filhos, pais, avós e bisavós do estado de trégua: a viver em redoma com tubos de oxigênios pro amor e mais tubos de oxigênios pra amizade e mais tubos de oxigênio pra realidade pra tudo afinal tubos de oxigênio pra eternidade transcendental devolvamos ao céu profundo e porque não suportam os ares do mundo frequentam sempre o continente ilhal igual à passarela de desfile de ponte aérea internacional com seus ambientes sofisticados assépticos, dizem é lindo é normal eis aí a encarnação parasitária do mais-valor geral devolvamos ao mundo das

O nascimento de menino Jesus

José Cemí nasceu em condições absolutamente adversas. Joana estava sem o narrador, que tinha saído pra contar algumas estórias verossímeis, a fim de garantir a sua sobrevivência, ou, pelo menos, tentar. Com o narrador longe, tudo podia acontecer, o pior. Mas também o melhor. Ela já não pagava o aluguel do barraco há meses: foi despejada. Grávida, sem ninguém pra ajudá-la, resolveu procurar José, o pai, agora traficante. Mas nada de encontrá-lo, em parte alguma. De repente, as contrações do parto começaram a se manifestar. Ela estava no centro de Belo Horizonte. Tentou encontrar alguns hotéis baratos, na altura da Avenida Paraná, mas todos exigiam que ela efetuasse o pagamento com antecedência, o que ela não podia fazer, sem um tostão no bolso, e então alegava que era amante do narrador, que voltaria de viagem, e resolveria tudo. Vá embora sua vadia! A mesma frase ecoava aonde ela fosse, pois o narrador era desconhecido de todos, de modo que quanto mais ela o men

O Evangelho Segundo Satanás - primeiro fragmento

amig@s, meu romance " O Evangelho Segundo Satanás" acaba de sair, pela editora El Perro y la Rana, na Venezuela, em espanhol, com o título de "El Evangelio Según Satanás". Por isso mesmo, publicarei uns três ou quatro tópicos da narrativa, em sequência, a fim de colher a importante leitura crítica de vocês tod@s. Comecemos: 1 Nestas satânicas letras, de corpos, de seres, de afetos, pomares abertos de frutas maduras, um mistério de signos metamórficos nos perderá de nos achar, num vice-versa de sedução, no redemoinho do qual o nascimento de uma cabeleira de pecados, num mito de ritos, transformará a solitária Medusa, com a sua visão de pedra, numa musa de palavras tagarelas: esta escrita, rabisco de mediações especulares, de olhos, de vozes, de toques, através das quais gélidas estátuas – amedrontadas metáforas fabulares de homens que se perdem, quando seduzidos – vão incorporando a feminina força fatal de infernais céus e de celestiais infern

floral

à guerra ao terrorismo global a floração da viração da rebelião fora do arsenal humanitário da guerra total fora ao USA e abUSA, o terrorismo fatal do americano sistema social, inquisitorial à campanha mundial contra a heresia com sua visão da ordem estabelecida, farsal a biodiversidade de sementes de mentes, civil desobediência abelhal enxames de galáxias de asas, insistentes, fenomenal, invencível, abraçal lunática contra-ofensiva de faces, pluvial aos crimes de gerra de bush e obama e de todo império, que tal, chamemos pelo nome: o mal, em maniqueísmos, a artilharia de socialismos de ismos istmos sismos de loucas alegrias de vivacidades, que tal: sem sofreguidão que tal: sem servidão nas veludosas vozes soltas de revoltas de não, ventos de eventos de livre ação ventos de vendaval, vibração facetoface, na horizontal, respiração a negar o sim a qualquer alçapão, prisão aluvião de terráqueas luas de não ao absurdo mundo surdo, infernal vertical, se

o amor é

o amor é cinismo hipocrisia indiferença preconceito ódio extorsão esperteza mentira fingimento dissimulação fúria traição covardia egoísmo inveja cafajestice desprezo violência ao cinismo à hipocrisia à indiferença ao preconceito ao ódio à extorsão à esperteza à mentira ao fingimento à dissimulação à fúria à traição à covardia ao egoísmo à inveja à cafajestice ao desprezo à violência em si em ti alhures aqui ali em nós mesmos

Matrix

tudo é uma putaria só sob a rédea de o tem que ser assim temos que sobreviver! desde a puta da playboy, a puta com seus putos dólares a famosa gostosa do canal tal dominical ou a puta da camponesa zona rural ou urbana, pobre, orfal ou o informal operário semanal ou mesmo o fixado salário mínimo madrugal ou o milionário sem igual de wall street , filhadaputal tudo é uma putaria só o sistema em que tudo é venda mais-valia roubal é também menos-valia da falência geral

pichação

pichadores do mundo, uni-vos pichai a casa de burgueses, as mais improváveis, de seguranças intocáveis, vigias implacáveis cerebrai, pichadores, por driblá-los como um artilheiro bem na área do campo do adversário e gozai com seu pincel borrando, com pixel, o centro bancário anal do frangueiro goleiro a defender o portal dos donos do dinheiro pichadores pichai os valores ocidentais os dentifrícios publicitários sorrisos dos mais iguais que iguais atores/atrizes de cinemas imperiais pichadores, se um pichador conselho meu, for impossivelmente possível no vice-versa do versa-vice te pediria juízo, ainda que sem juízo, pra pichar, com táticas e estratégias, ainda que com risco o pentágono, a Cia a OTAN e tudo que submete que impõe que domina que humilha ainda que pareça glamour que fale mon amour pichai, pichadores, pichai todo e qualquer monopólio interpretativo, mesmo que disfarçado de oligopólio ou de diversidades de escolhas de escolher o que é sempre a mesma c

vaga-lume

vejo o rosto da rosa, em aclamação vaporosa, no estômago dos olhos da infância preciosa rosa de rosto que precede toda ordem institucional por ser antes de qualquer juiz ou foro ou tribunal por ser o antes do antes, a justiça pros injustiçados os povos ovos do mundo, todos os mortos no decorrer da farsesca tragédia burlesca da humana ilhada vomitada história, os constelares ovários ovos do mundo, dos passados, dos presentes e dos futuros, famintos de danças de cantos de pujanças, os ovos vôos de mundos de entôo: acusemos de crime inafiançável, com prisão perpétua, e trabalho forçado, e reeducação psicológica, porque crime algum é individual, acusemos a administração Clinton, como sismo sintoma parasitário de qualquer império de espertos belicosos otários acusemos, a partir de 1993, de: 1. Bombardeio no Iraque 2. Assassinato de milhares de somalis 3. Plano Colômbia: Nove anos depois, Colômbia é a principal fornecedora de cocaína e heroína pros EUA 4. Operação T

amar

sejamos anterior à morte, ao esquadrão da morte a matar o atar de amar, no armar quando apenas ama, sufocando, o próximo, com sua funcionalidade de ser o ser de ser namorado, marido esposa amante irmão sua institucionalidade de papel a cumprir a rezar a ritualizar esse distante próximo quanto mais adiante quanto mais aqui neste instante o legitimado o aureolado anjo da purificação nazifacistafranquista terrorista das respeitabilidades na sua máfia de intimidades na sua guerra de irmandades a maçonaria da seriedade em ataques de moralidades de hipocrisia de cinismo de oportunismo intervencionismo de indiferenças propriedades de influências porque parto desta evidência, que a simples hipótese da arma de armar de amar pra matar de algo feito pra tirar o mar do amar a simples hipótese e nem me refiro a americanos exércitos a simples hipótese é já sinal de que tudo é impostura por ser imposição por isso parto desta evidência: o mundo em que vivemos o mundo que fazemos o mundo em que mor

fora da gramática

Amplia amplia amplia, minha inteligência Amplia amplia amplia, minha afetividade Amplia amplia amplia, minha ação política Transformando Consubstanciando Ecos de ecos de mais ampliando Amplia amplia amplia Cosmologicamente amplia Muito mais que hegemonicamente Que globalmente Que localmente Que totalmente Que imbecilmente Amplie amplie amplie Em todos os poros do mundo Onde a vida vive Amplie Não pra ser narcisista Pra dominar Pra impor Amplie-me Pra que em mim Não mais sendo eu outro mundo não eu Seja todo mins Em sis Em tis Em ninguéns Sendo todo tudo demais

UTOPIA

entoar: amar quixotescas armaduras, de cavalharescas andaduras, de ondas de lábios ávidos de mar, celas cósmicas, de lânguidas mangas éticas, pitangas de árvores de flores de copas, de frondes continentais de amores, sem ilhas de tédios de horrores, ou gols de tiros de mortes, de chutar chuvas de balas de alas, de narcísicos consumos de humos, doces idólatras idiotas, a chupar, a saliva de acusar, pra roubar e pra matar, quando o que é torta, quando a porta da janela que importa, é a de criar o atar as traves aves de retângulo de céus de paraísos de relâmpagos, de infernais mananciais, de invernais verões de rebeliões, por comemorar a cerimônia de vôos de chamas de larvas, de celestiais terrenais viscerais, a festejar pilhas de elétricas usinas, de vitais vitrais campos, sem rivais, a coletivizar os subterrâneos lençóis de águas de sóis, de sedes de redes de girassóis, abertos horizontes cobertos por suores de louvores, nos corpos a corpos, brindes de convites, a desarmar as armas

determinismo do mal

fogo de gozo fogoso gostoso ouço de ovo de novo na púbica central fálica fábrica espermática privadamente pública de simbólicas ondulações patriarcais, nos mananciais dos valores dos olores dos furores que percorrem que decorrem que incorrem em cada qual o seu caracol a escutar o murmurar do mar na orelha do sol a brilhar a espalhar a iluminar os poderes do mundo no ritmo mítico lítico istmos de laicos padres contemporaneamente medievais, nas centrais operacionais de saberes oficiais, seriamente policiais, nas formas pétreas de laicos ismos de ideologias filosofais, sob o pôr-do-sol da aurora a estender a guerra espermática da flor maligna da encruzilhada: flor de Amapola na ampola na seringa na agulha na veia o ópio no sangue a eclodir o leite da droga seminal: leite secado pra melhor incorporar químicas misturas , leite leito eito feito pra melhor entorpecer os senhores da guerra, com dinheiro sem lastro real, pois os senhores da guerra são os que fazem ópio óptico ó

ode triunfal

para o meu queridíssimo marcelo mozer, força vital pelotãoooooooooooooooo! atençãoooooooooooooooo! apostos , impostos, postos, repostos à direitaaaaaaaaaa, volverrrrrr! vão verrrrrrrr: vão interromperrrrrr a galáctica expansão do mão a mão em amorosa rebelião em revolucionária ampliação pilotãooooooooooooo aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaavante! pum pum pum pum apontarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr à esquerda, do pensamento apontarrrrrrrrrrrr: à esquerda, do social questionamento apontarrrrrrrr: à esquerda, do mortal transcendental entrelaçamento de oprimidos a oprimidos desoprimindo-se dos horrores dos opressores! apontarrrrrrrrrrrrrr: à esquerda, do indignado grito de revolucionários atores apontarrrrrrrrrrrrr: pra tudo que não seja adaptada arrogante humilhação, ao transe religioso ao deus mercadoria em sub-missão apontarrrrrrrrrrrrrr: pra tudo que não seja o centro tranqüilo da desgraça: a voz macia de ana mar