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o haiti é aqui

eueueueu eu eu eu eu eu capitalismo eu eu eu eu dinheiro eu eu eu eu racismo eu macho eu fêmea eu eu eu eu o bom mooooçoooo eu eu eu eu o porra louco conservadorrrrrr eu homossexualllll eu brancoooo eu negrooooo eu mestiçooooo eu amareloooooo eu qualquer coisaaaaaaaaaaaaaaa eu coloco na porta de minha casa – aqui não funcionaaaaaa! Euuuuuuuuuuuuu Coloco na porta da escola privada ou pública:] aqui não funonaaaaaaaaaa!] Euuuuuuuuuuu Coloco na porta anal da universidade de harvad: Não funcionaaaaaaa Euuuuuu também coloco na porta vaginal da universidade Oxford: Não funcionaaaaaaaaaaaaaaaaa Eu ponho e suponho é só ponho no cofre gozal do meridional carnaval tropical Que o tópico óptico ótimo do supra-sumo civilizacional: Não funcionaaaaaaaaaaa! Eu coloco na puta porta plebe não proletarizada, que Marx chamou de lúmpen, A puta pooooorta porca da burguesa respeitada família:] Nãooooo funciona Não funcionaaaaaaaaaa o exército Seja lá de quem fooooor Não

modelo de sucesso

devolvamos o pior que as instituições estimulam e fabricam e cultivam e produzem e reproduzem e de graça: patrões, chefes, militares, padres, aristocracias, quadros intelectuais, mulheres anoréxicas devolvamos pro lixo da história o lixo da pré-história que persiste subjugando com mortal vitória são, devolvamos, antes que a vida se extinga e, na catinga da vã glória, se finda devolvamos pro limbo das olimpíadas do Olímpio os bisnetos, netos, filhos, pais, avós e bisavós do estado de trégua: a viver em redoma com tubos de oxigênios pro amor e mais tubos de oxigênios pra amizade e mais tubos de oxigênio pra realidade pra tudo afinal tubos de oxigênio pra eternidade transcendental devolvamos ao céu profundo e porque não suportam os ares do mundo frequentam sempre o continente ilhal igual à passarela de desfile de ponte aérea internacional com seus ambientes sofisticados assépticos, dizem é lindo é normal eis aí a encarnação parasitária do mais-valor geral devolvamos ao mundo das

O nascimento de menino Jesus

José Cemí nasceu em condições absolutamente adversas. Joana estava sem o narrador, que tinha saído pra contar algumas estórias verossímeis, a fim de garantir a sua sobrevivência, ou, pelo menos, tentar. Com o narrador longe, tudo podia acontecer, o pior. Mas também o melhor. Ela já não pagava o aluguel do barraco há meses: foi despejada. Grávida, sem ninguém pra ajudá-la, resolveu procurar José, o pai, agora traficante. Mas nada de encontrá-lo, em parte alguma. De repente, as contrações do parto começaram a se manifestar. Ela estava no centro de Belo Horizonte. Tentou encontrar alguns hotéis baratos, na altura da Avenida Paraná, mas todos exigiam que ela efetuasse o pagamento com antecedência, o que ela não podia fazer, sem um tostão no bolso, e então alegava que era amante do narrador, que voltaria de viagem, e resolveria tudo. Vá embora sua vadia! A mesma frase ecoava aonde ela fosse, pois o narrador era desconhecido de todos, de modo que quanto mais ela o men

O Evangelho Segundo Satanás - primeiro fragmento

amig@s, meu romance " O Evangelho Segundo Satanás" acaba de sair, pela editora El Perro y la Rana, na Venezuela, em espanhol, com o título de "El Evangelio Según Satanás". Por isso mesmo, publicarei uns três ou quatro tópicos da narrativa, em sequência, a fim de colher a importante leitura crítica de vocês tod@s. Comecemos: 1 Nestas satânicas letras, de corpos, de seres, de afetos, pomares abertos de frutas maduras, um mistério de signos metamórficos nos perderá de nos achar, num vice-versa de sedução, no redemoinho do qual o nascimento de uma cabeleira de pecados, num mito de ritos, transformará a solitária Medusa, com a sua visão de pedra, numa musa de palavras tagarelas: esta escrita, rabisco de mediações especulares, de olhos, de vozes, de toques, através das quais gélidas estátuas – amedrontadas metáforas fabulares de homens que se perdem, quando seduzidos – vão incorporando a feminina força fatal de infernais céus e de celestiais infern

floral

à guerra ao terrorismo global a floração da viração da rebelião fora do arsenal humanitário da guerra total fora ao USA e abUSA, o terrorismo fatal do americano sistema social, inquisitorial à campanha mundial contra a heresia com sua visão da ordem estabelecida, farsal a biodiversidade de sementes de mentes, civil desobediência abelhal enxames de galáxias de asas, insistentes, fenomenal, invencível, abraçal lunática contra-ofensiva de faces, pluvial aos crimes de gerra de bush e obama e de todo império, que tal, chamemos pelo nome: o mal, em maniqueísmos, a artilharia de socialismos de ismos istmos sismos de loucas alegrias de vivacidades, que tal: sem sofreguidão que tal: sem servidão nas veludosas vozes soltas de revoltas de não, ventos de eventos de livre ação ventos de vendaval, vibração facetoface, na horizontal, respiração a negar o sim a qualquer alçapão, prisão aluvião de terráqueas luas de não ao absurdo mundo surdo, infernal vertical, se

o amor é

o amor é cinismo hipocrisia indiferença preconceito ódio extorsão esperteza mentira fingimento dissimulação fúria traição covardia egoísmo inveja cafajestice desprezo violência ao cinismo à hipocrisia à indiferença ao preconceito ao ódio à extorsão à esperteza à mentira ao fingimento à dissimulação à fúria à traição à covardia ao egoísmo à inveja à cafajestice ao desprezo à violência em si em ti alhures aqui ali em nós mesmos

Matrix

tudo é uma putaria só sob a rédea de o tem que ser assim temos que sobreviver! desde a puta da playboy, a puta com seus putos dólares a famosa gostosa do canal tal dominical ou a puta da camponesa zona rural ou urbana, pobre, orfal ou o informal operário semanal ou mesmo o fixado salário mínimo madrugal ou o milionário sem igual de wall street , filhadaputal tudo é uma putaria só o sistema em que tudo é venda mais-valia roubal é também menos-valia da falência geral

pichação

pichadores do mundo, uni-vos pichai a casa de burgueses, as mais improváveis, de seguranças intocáveis, vigias implacáveis cerebrai, pichadores, por driblá-los como um artilheiro bem na área do campo do adversário e gozai com seu pincel borrando, com pixel, o centro bancário anal do frangueiro goleiro a defender o portal dos donos do dinheiro pichadores pichai os valores ocidentais os dentifrícios publicitários sorrisos dos mais iguais que iguais atores/atrizes de cinemas imperiais pichadores, se um pichador conselho meu, for impossivelmente possível no vice-versa do versa-vice te pediria juízo, ainda que sem juízo, pra pichar, com táticas e estratégias, ainda que com risco o pentágono, a Cia a OTAN e tudo que submete que impõe que domina que humilha ainda que pareça glamour que fale mon amour pichai, pichadores, pichai todo e qualquer monopólio interpretativo, mesmo que disfarçado de oligopólio ou de diversidades de escolhas de escolher o que é sempre a mesma c

vaga-lume

vejo o rosto da rosa, em aclamação vaporosa, no estômago dos olhos da infância preciosa rosa de rosto que precede toda ordem institucional por ser antes de qualquer juiz ou foro ou tribunal por ser o antes do antes, a justiça pros injustiçados os povos ovos do mundo, todos os mortos no decorrer da farsesca tragédia burlesca da humana ilhada vomitada história, os constelares ovários ovos do mundo, dos passados, dos presentes e dos futuros, famintos de danças de cantos de pujanças, os ovos vôos de mundos de entôo: acusemos de crime inafiançável, com prisão perpétua, e trabalho forçado, e reeducação psicológica, porque crime algum é individual, acusemos a administração Clinton, como sismo sintoma parasitário de qualquer império de espertos belicosos otários acusemos, a partir de 1993, de: 1. Bombardeio no Iraque 2. Assassinato de milhares de somalis 3. Plano Colômbia: Nove anos depois, Colômbia é a principal fornecedora de cocaína e heroína pros EUA 4. Operação T

amar

sejamos anterior à morte, ao esquadrão da morte a matar o atar de amar, no armar quando apenas ama, sufocando, o próximo, com sua funcionalidade de ser o ser de ser namorado, marido esposa amante irmão sua institucionalidade de papel a cumprir a rezar a ritualizar esse distante próximo quanto mais adiante quanto mais aqui neste instante o legitimado o aureolado anjo da purificação nazifacistafranquista terrorista das respeitabilidades na sua máfia de intimidades na sua guerra de irmandades a maçonaria da seriedade em ataques de moralidades de hipocrisia de cinismo de oportunismo intervencionismo de indiferenças propriedades de influências porque parto desta evidência, que a simples hipótese da arma de armar de amar pra matar de algo feito pra tirar o mar do amar a simples hipótese e nem me refiro a americanos exércitos a simples hipótese é já sinal de que tudo é impostura por ser imposição por isso parto desta evidência: o mundo em que vivemos o mundo que fazemos o mundo em que mor

fora da gramática

Amplia amplia amplia, minha inteligência Amplia amplia amplia, minha afetividade Amplia amplia amplia, minha ação política Transformando Consubstanciando Ecos de ecos de mais ampliando Amplia amplia amplia Cosmologicamente amplia Muito mais que hegemonicamente Que globalmente Que localmente Que totalmente Que imbecilmente Amplie amplie amplie Em todos os poros do mundo Onde a vida vive Amplie Não pra ser narcisista Pra dominar Pra impor Amplie-me Pra que em mim Não mais sendo eu outro mundo não eu Seja todo mins Em sis Em tis Em ninguéns Sendo todo tudo demais

UTOPIA

entoar: amar quixotescas armaduras, de cavalharescas andaduras, de ondas de lábios ávidos de mar, celas cósmicas, de lânguidas mangas éticas, pitangas de árvores de flores de copas, de frondes continentais de amores, sem ilhas de tédios de horrores, ou gols de tiros de mortes, de chutar chuvas de balas de alas, de narcísicos consumos de humos, doces idólatras idiotas, a chupar, a saliva de acusar, pra roubar e pra matar, quando o que é torta, quando a porta da janela que importa, é a de criar o atar as traves aves de retângulo de céus de paraísos de relâmpagos, de infernais mananciais, de invernais verões de rebeliões, por comemorar a cerimônia de vôos de chamas de larvas, de celestiais terrenais viscerais, a festejar pilhas de elétricas usinas, de vitais vitrais campos, sem rivais, a coletivizar os subterrâneos lençóis de águas de sóis, de sedes de redes de girassóis, abertos horizontes cobertos por suores de louvores, nos corpos a corpos, brindes de convites, a desarmar as armas

determinismo do mal

fogo de gozo fogoso gostoso ouço de ovo de novo na púbica central fálica fábrica espermática privadamente pública de simbólicas ondulações patriarcais, nos mananciais dos valores dos olores dos furores que percorrem que decorrem que incorrem em cada qual o seu caracol a escutar o murmurar do mar na orelha do sol a brilhar a espalhar a iluminar os poderes do mundo no ritmo mítico lítico istmos de laicos padres contemporaneamente medievais, nas centrais operacionais de saberes oficiais, seriamente policiais, nas formas pétreas de laicos ismos de ideologias filosofais, sob o pôr-do-sol da aurora a estender a guerra espermática da flor maligna da encruzilhada: flor de Amapola na ampola na seringa na agulha na veia o ópio no sangue a eclodir o leite da droga seminal: leite secado pra melhor incorporar químicas misturas , leite leito eito feito pra melhor entorpecer os senhores da guerra, com dinheiro sem lastro real, pois os senhores da guerra são os que fazem ópio óptico ó

ode triunfal

para o meu queridíssimo marcelo mozer, força vital pelotãoooooooooooooooo! atençãoooooooooooooooo! apostos , impostos, postos, repostos à direitaaaaaaaaaa, volverrrrrr! vão verrrrrrrr: vão interromperrrrrr a galáctica expansão do mão a mão em amorosa rebelião em revolucionária ampliação pilotãooooooooooooo aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaavante! pum pum pum pum apontarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr à esquerda, do pensamento apontarrrrrrrrrrrr: à esquerda, do social questionamento apontarrrrrrrr: à esquerda, do mortal transcendental entrelaçamento de oprimidos a oprimidos desoprimindo-se dos horrores dos opressores! apontarrrrrrrrrrrrrr: à esquerda, do indignado grito de revolucionários atores apontarrrrrrrrrrrrr: pra tudo que não seja adaptada arrogante humilhação, ao transe religioso ao deus mercadoria em sub-missão apontarrrrrrrrrrrrrr: pra tudo que não seja o centro tranqüilo da desgraça: a voz macia de ana mar
fagueira esgueira-se afago de fagos fogosos gozos de fogos em fundos de mares conchas de vejo você, artimanha de sexo, manha de olhar, falar, ouvir, tatear, tocar estar, amanhecimentos de pensamentos, seu jeito forte-frágil, de lábios carnes soprando o eros rejuvenescente na boca de beirar o beijo de matar, atando o ato de atmosferear o ar de seu te apreender, beber, sorver, como se sonhasse com você, no seu lugar tópico óptico de sonho, pudesse fazer-me você, bêbada nudez de fêmea e uma outra forma desforma de feminil no amor de amar você amada amante ante tudo que amadamantemente morgeia o centro periférico de peles púbicas no vaso flores, rebento alegre no poro ouro da zona franca sem franquias, mas ilha em trevas no beco escuro-claro dentro entro e gio languedando quente a poeta de variáveis palatais feitiça em eroscentes dissensos afirma a voz, o tom, o timbre, as cordas, a música, o violão, a canção, as formas-vôos-sonoras e languea-dando-me meame e já não falo coisa com coisa, s

surgimento

o poema não surge do acaso não surge do amor do ódio da história do desejo - o poema não é Maomé, Buda, Cristo – upoemasurgidavidaondituduestaincluidu

ressurreição

a morte há-de ser reduzida a nada quando a ignorância, a pior de todas, a que advém da arrogância, quando ela, essa ignorância ou essa arrogância, for reduzida a nada então a morte o será também

socialismo do século xxi

“Nadie puede parar una idea, cuyo tiempo ha llegado”, decía Victor Hugo. El Socialismo del Siglo XXI es una de las ideas cuyo tiempo ha llegado. Y nadie lo va a parar: ni las equivocaciones socialistas del pasado, ni las ilusiones capitalistas del presente. heinz dieterich socialismo que nem justiça sem fim é a gargalhada do vira-lata em mim tal que seu rabo, o do vira-lata, assim, latindo , sem grego, inglês ou latim, rege, igual um maestro canhestro, a batuta do rabo do vira-lata, a esmo, pra cá, pra lá, forte e fraquin todo um mundo que fica nas costas deste que se põe na frente, à mostra, os valores ocidentais, o mercado de capitais o fascismo dos iguais, os saberes oficiais ainda que, como letais, roubem outros tantos mortais todo um outro mundo rege alegre o rabo do vira-lata nas costas do mundo das folhas de rosto das boas aparências das videntes evidências nas costas de todas as vanguardas , estas que se dizem na frente, mas que se condominam em dominâncias fechadas, de

todo rico é ladrão

todo rico é ladrão e todo pobre é roubado não existe verdade que se sustente, não existe amor para quem sente não existe justiça que se torne presente nem ente que se queira realmente vivente sem a urgência do sentido, a viver e já vivido, da viração da colméia de enxames de pobres contra o fel do rico ladrão, eis o mel da revolução, o coração de toda emoção, a comoção da rebelião da integração da mão com a corrida dos pés-geração pra dentro do cérebro, através do peito-cooperação, perfeito sendo imperfeito, da comum satisfação de ver que retrover, que posver , que introver, que extrover que o querer do josé, do mané, da sebastina, da maria, e da qualquer mulher, e de cada qual, incondicionalmente independente de ser homo ou hetero, de ser índio,negro, mestiço, amarelo, ou a metamorfose do que seja enguia que envia suas digitais almais pelos caminhos dos pêlos da alegria de virar lobisomem a cheia lua de transformar-se em lóbulo de lobo a bula do álbum de fotos da universal f

reza brava

O filho da puta chegou como um milagre, incrível, e a gente ainda acha que a vida não vale a pena, depois desses milagres todos, desses nascimentos todos, surpreendentes, das palavras nascendo enquanto as escrevo, enquanto as digito, um tremendo desafio, porque posso dizer tudo, posso fazer as combinações que não puder, que nem sei que possa, porque é um milagre, um susto, um imprevisto de sonhos que as escritas podem escrever, e tudo está absolutamente aberto, e afirmo novamente, absolutamente aberto, para escrever o que for e o que não for, nada me prende, não existem limites, vou afirmar novamente, não existem limites, nem morte, nem escravos e senhores, nem os clichês, nem esquerda e direita, nem o norte rico e o sul pobre, nem a minha masculinidade, o meu sexo, as minhas marcas todas, os emparedamentos do mundo, o trabalho, o salário, e suas faltas ainda mais pilantras, nada disto é limite, pelo contrário, tudo isto e muito mais são desafios, desafios, entendamos, e mesmo esse en
“À entrada da aldeia, segundo diz Cide Mamete, viu Dom Quixote que nas eiras do lugar estavam brigando dois meninos, e um disse ao outro:  Não te canses, Periquito, porque não a hás de ver em todos os dias de tua vida. Ouviu Dom Quixote, e observou a Sancho: - Não notaste, amigo, o que aquele menino disse: “Não a hás de ver em todos os dias de tua vida”? - Pois bem – ponderou Sancho. -- Que importa que o haja dito esse menino? - Quê? – replicou Dom Quixote. – Não vês tu que, aplicando aquela palavra à minha intenção, quer significar que não verei mais Dulcinéia?”. Miguel de Cervantes, Dom Quixote os olhos os olhos nunca olham o que vêem, apenas retêm o desejo do que não podem apreender, entre si-vendo e o visto-olhado, perscrutam o impossível do distante tornado mais que perto, tornado o olhando, o que vê, como se quisesse uma integração entre sujeito e objeto, como se quisesse tornar-se todo corpo, todo matéria. a cegueira dos olhos não reside no que não podem ver

Idílio do homem ideal

"de tanto olhar as grades/ seu olhar esmoreceu e nada mais aferra/ como se tivesse só grades, na terra/ grades pra olhar... rainer maria rilke ama muito é carinhoso é elegante gosta de um bom vinho é inteligente conta piada é alegre ironicamente sutil gosta de cinema de literatura de bossa nova bom filho bom pai excelente amante e é fiel, acreditem, e não ainda assim, mas por isso mesmo, como contra-revolucionário pra defender sua cota de tédio bem alimentado aciona o botão da barbárie e do genocídio, e, enquanto sorri, como convém, cinematograficamente, sem culpa, posto que é favorável às cotas enquanto sorri, enfim, aciona o botão da barbárie e, no através dele, outras vozes: civilizadamente vociferam: boa noite, Cinderela! e, alhures, implodem educadas bombas de genocídios: ele é inocente! acreditem, um poliglota de ilhotas de idiotas sendo a culpa do lupen e do servente, do ignorante ente, nada tendo com isto: o sensato inteligente! viva viva, que é boa gente! foda-se pro

amo

"se fiz bem, vamos manter silêncio; se fiz mal - vamos rir então e fazer sempre pior, fazendo pior, rindo mais alto até descermos à cova" friedrich nietzsche penso numa beleza, e não vejo o visto, só o vendo, ventania de brisa, alegria de felicidade, solaridade, graça de estar, deleite de forma, informa, parêntese aberto no texto-corpo, dança-samba com os pés de ritmos de afros afrodites dos vôos dos pássaros, asas-emblemas dos dilemas das escolhas de mundos nos brilhosos olhos, os espelhos triturando as frutas de adâmicos pecados de evas, ave, aves, sorriso, gesto, andar, cabelo, olhar, nariz, jeito, sonho, dedos, joelhos, feitiços de textura, pauta aberta, folha avulsa, delicadeza forte, fantasia misturada de um no lugar do outro, os olhos no lugar da boca, a boca no lugar da saliva, a saliva no lugar do tato, o tato no lugar do ouvido, o ouvido no lugar do cheiro, o cheiro no lugar de todos e todos no lugar do sexo, voz no desenlace do desenho de falar

o retorno do reprimido

elas sempre retornam, sim, elas retornam, de todos os becos, elas retornam, e quanto mais as matamos, mais elas retornam, eles todos, não como zumbis, não como fantasmas, entidades de outro mundo, sustos da representação e do pesadelo, elas e eles retornam como coisa, como antes de toda palavra, como lavra, larval, diabolismo divino, elas e eles retornam como praga, peste, fome, verme, cadáver, lixo, bosta, solidão, engano, atraso, parasitas, vírus, bactérias, como caricaturas de nós mesmos, nosso avesso, nosso viés, nosso verso, elas e eles sempre retornam, como reprimidos desreprimidos, como maria, como joão, como joaquim, como injustiça da injustiça da injustiça, elas e eles sempre retornam, como operários, sociologia, marxismo, luta de classes, revolução, utopia, felicidade, liberdade, gozo democrático, sujeito sem objeto, elas e eles sempre retornam, como objeto de objeto de objeto, como mulher de malandro, como piranha de machistas, como carne viva de primeira, de segunda, de t
“ O que não pode ser dito deve ser gritado”, Wittgenstein. pouco e muito é pouco é pouco é pouco é pouco é pouco, pouquíssimo, tudo é pouco. só não é pouco o muito pouco que exala do pouco em si: é muito é muito, é muitíssimo

utopia

“A ilha da utopia tem duzentos mil passos em sua maior largura, situada na parte média. Esta largura diminui gradual e sistematicamente do centro para as duas extremidades, de maneira que a ilha inteira se arredonda em um semicírculo de quinhentas milhas d´arco, apresentando a forma de um crescente, cujos cornos estão afastados onde mil passos, aproximadamente, podem alcançar a uva da vulva. ”. Thomas More, A utopia utopia minha pica, quando sobe, sobe além de mim, sobe mais do que eu, minha pica, quando sobe, me pica, me pica, me pica me pica, no cu de minha vagina, me pica , me pica, no que em mim sou mulher, me pica, me pica me come, no impossível de eu ser fêmea , no que, em mim, não sou eu, me pica, me come me goza, me masturba, me turva, me pica me pica, quando pica, me penetra, todo, inteiro, quando numa xoxota goza a gozação de eu ser outra, de eu ser fora de mim, de minha pica, de dentro de um outro inferno, no inverno primaveril dos sentidos, minha pica, quando

nósdenós

( ( esta casa tem dois deuses finitos respirantes do pulmão do dois em um impulsionados pelo ar-mistério deram-se as mãos os pés as coxas o riso as lágrimas os olhos os toques os sexos os corações as almas-sexos-corações esta casa tem dois deuses finitos

tudo está dito/nada está feito

quis escrever um conto. Os dedos começaram primeiro que eu, digitalizando. então pensei no como os dedos podem digitalizar sem mim, como podem ter memória própria, escrever e escrever-se, assim, como quem escreve e se escreve, a história biográfica da memória testemunhal de um dedo. e o dedo, ou os dedos, começaram a... se... e ficaram com preguiça. passado um tempo, por preguiça de freqüentar outros ofícios, de fazer outras coisas que tinha que fazer, naquele momento depois agora, depois daquela outra preguiça, entrei finalmente neste arquivo e vi o texto aqui inacabado, pensei que talvez já pudesse estar ou ficar inacabadamente pronto ou prontamente inacabado se apenas deixasse ele, este aqui, acabar no ficaram com preguiça, mas os dedos começaram a recuperar a sua memória digitalizante e começaram a escrever novamente, e escreveram até aqui, até aqui, até aqui, até aqui, não vou dizer mais até aqui, pra não enjoar o leitor, e foram escrevendo até aqui porque eram dedos e dedos n

Deus

Deus é puro sexo E tem o gozo do universo Com seu falo vaginado Penetra e é penetrado Pelo cosmológico Devaneio de amplexo Sua transa etérea De buraco negro de verso Suga e transfigura A ilusão de ser matéria Que lubrifica e infla A vida de vidas O infinito de finitos As polipresenças De ausências.

QUEM

( “quem não sabe que a mulher é uma invenção do homem, o negro, do branco, o pobre, do rico, o sul, do norte; o homo, do hetero; a consciência, da inconsciência; o consumidor, do mercado; o excluído, do incluído, sequer começou a se inventar, e ainda não existe.” Jacques Lacan, seminário 0, 333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333333 ) Quem não coisa amor de sombras nas palmas-mãos do dar-se a conhecer ? Quem não trouxa uma contrariedade nas hierarquias do aproximar de ao deixar-se levar? Quem não mármora um tornar a renascer nas esteiras do estar o rosto a euficar? Quem não asfalta uma lacuna de estar nas vagas do mim/ti o sonho de unificar? Quem não pedra o coração

eu destronado

/A arte é o que faz ser a vida mais interessante que a arte/ quem me quer como eu nem sequer me quero? entre o destronado reino sem fim das necessidades e o privilégio do reino das exclusividades, quais mins de mim fechariam comigo, se eu me destronasse todo no primeiro? quem me amaria a mim entre as pessoas que dizem me amar, se este homem aqui, olhem, que mal conheço este aqui, olhem, que mal concebo e mesmo assim é o que justifica toda uma existência este que abriga toda a coragem presente e ausente. em qualquer ente, que sente, se este homem em mim fosse todo eu? este que pode perder o caminho de casa e achar os caminhos do mundo que pode simplesmente ignorar os conluios de não: ao sonho, à justiça aos injustiçados à liberação da mulher e do homem - do entorpecimento de suas domesticadas paixões - à proliferação, em cascata, de amores, de furores, de cantores, de outros valores que não sejam os dos impérios dos horrores, dos terrores dos impostores

Instituições

instituições são grades grades seus lábios distantes, pertos grades seus lubrificados lábios chamativos: distintivos distintos dos abstratos versos. instituições são grades grades as vidas mortes lentas, fendas, de reflexos sem nexos, umbigos nutrindo o mundo: de côncavos e convexos instituições são grades grades escuros caminhos no país da luz, retratos vestidos nus de não sermos jus grades apertos nos peitos desfeitos dos feitos sem jeitos dos homens: racionais desconcertos

poesia

“A poesia não existe e, como nós, se faz existir, quando ao tempo resiste, quando, apesar de tudo, não desiste, insiste.” ( Eluard Breton Carpentier. Deshoras, p. 0” poesia: respiração truncada em truques se já o que ontem adivinha, ad-vinho o que sem signo pré-vem, pré-vino, e vinho libando o ar no desafinar, desafino, leve/pesado crepúsculo vem indicar umas molduras que minha carne prefere às páginas moduladas em módulos de músicas em iscas de branco, de negro, de limite, de só o visto, o desvisto pela mão que as envolve e os molha os insetos-letras que a acompanham, e essa espera, esperada na madeira por sua absorção que não detém ao desvão de cubo, enquanto não umas máscaras, os cansaços que não chegam às molduras, que não esperam como algo feito em cascas, se como a mulher, que espera em uma asa de rabiscos, mas ao traçar as gretas da moldura do grelo no grilo do paralelo, elevado ao canário das impossibilidades possíveis, temos então o resultado preciso da glória ditirâm

busco uma mulher

“Siempre la mujer, el huracán del mundo” Brendy Thequidest que tenha o sonho e o sonhar, a fala e o falar, os olhos e o olhar, o beijo e o beijar, o toque e o tocar, o abraço e o abraçar, dados e gozados, no jeito e no trejeito, das esperanças e das lembranças, e das bonanças e das lambanças, vindas das despojadas heranças, das putas e das prostitutas, e das genealogias das muitas milenares filhas das putas, como se, longe da família, e da genética, e do casamento, e da maternidade parental, e contratual, e igual, e monumental, e filial, uma outra família feminina, aberta e liberta, viesse se formando e se amando e se encontrando e se delineando, no e de muitos inusitados lugares, no e dos fundos-rasos rios púbicos, dos tempos e dos espaços públicos, na e da impudica alegria democrática de dar pra qualquer um, ou qualquer uma; uma filha da puta busco que me ame a mim como a outro sem amar mais a mim que a outro e amando igualmente, embora diferente, visto que eu e o ou

transdado estético.

1 de margens, excesso de margens de centros: periferias, objetos simbolicamente desauralizados, assim talvez se faz para escrita poética, assim se faz constituição estética do anarquo-infinito-teodemonológico: modo de derrame de pauta, de branco, de vazio, de cheio, como manga que borra, porra, como beijo, pés em barro, como rio sem barranco, silêncio, como grito, estar dentro e fora, como uma velha boceta em rasura, em usura, em usar, libidinal; como mendigo em cama de casal, medieval; rua em tra vesseiro, viaduto; como criança rabiscando, assinatura de agora em agora de viver; como cidade sitiada pela ordem do bem vestido, do bem falante, do bem morado, do bem humorado, da elegância, do regime do muito, do muito arregimentado, espelho de carro 2 fechado no fechado sinal, vermelho sangue fora de corpo sem sangue de moleque pelado ao lado do lado, desladando, sem dando, sem dado, como se, num lance de desdados, a cidade, na rua, em algures, um menino e uma

É TERNA

para o fazer e o nada feito melhor será o guerreiro ato de enganar o vazio do vazio humano lançando a aparência contra a matéria e fazê-la projetar-se não como uma instituição de prescrições sim como uma flor é terna.

A fome

as digitais de sua fome percorrem a solidão, as nossas, de auroras de encontros, de vitaminas de abraços, de proteínas de sonhos libidinais, sociais, espaciais, faciais, amais percorre a solidão de sua fome as digitais de sua solidão, a fome é o nome o nome é a fome de nomes, no homem, a fome no estômago dos afetos do mundo não tem fim a fome nos mata nos massacra, nos ataca, nos emplaca, nos desata, nos ata, nos, a fome nos estômagos dos olhos, nos estômagos do sexo, nos estômagos dos ouvidos, nos estômagos da boca, nos estômagos dos lábios, nos estômagos da pele, a fome nos estômagos do coração a fome na miséria. a miséria é o estômago de todas as outras fomes. a fome parte de um lugar, tudo parte de um lugar, um corpo, uma sensação, uma podridão, uma sacanagem, tudo parte de um ponto, o ponto é a viagem. a viagem é o ponto aberto ao infinito do ponto de onde se parte. a parte é a sinergia da não parte. a parte é arte é ar de outros ares. não há parte, não existe o ar da arte a arde