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poema

quero um poema sem valor desembrulhado sem essências sem aparências sem que assim se enuncia: sou pobre mas honrado prefiro morrer lutando que viver de joelhos ao pau e à voz doce à luta digital e cibernética não quero alimentar a mão que nos tira a coragem a ousadia a criação a invenção o tesão o comunismo de um mundo sem iscas de ismos a vida esporrando-nos desde de cima, com cacetes pirotécnicos do deus dinheiro de castas dominantes não me suicido não me rendo não me atento não me fomento no trem da história, este é o não poema ou o não presente, não progresso o capitalismo não pode parar sempre avançando, sem olhar para trás, pros lados contra as arribações das gerações sempre olhando pra baixo, os baixios de sementeiras de misteriosos retornos festivos de primaveras sorrateiras e, sem querer ver o futuro, plutão sequestrou o presente começa pelos cabelos de sua filha de sua mãe de sua avó de sua amante ou de seu filho pai a

araras

as coisas pelo seu nome, pão ao pão, vinho ao vinho, no vinho do pão o estômago da viração no fígado do cérebro nos rins da lontra do coração no pulmão do formigueiro do sertão nos astros rastros dos vãos nos voos das frágeis hastes do turbilhão na crista das ondas no ápice do chão nas rochas dos rabos dos cometas riscando o arco-íris do sim à perambulação sem fins da criação das coisas em ininterrupta variação de outrem por outrem sem si por aí no impróprio nome que come o pão do vinho vertido no incorrigível palavrão da inconvertível clandestina fome de cores nos odores de estrelas nos pintassilgos dos carinhos nos ninhos das asas dos amores das hortelãs de vilãs tecelãs nas tempestades dos rios nos mares das montanhas nas planícies das dunas dos desertos das cidades dos ares nos cardumes dos corais nos enxames das imponderáveis putarias nas taras das manias nos rumores dos vexames sem as provas dos nove dos exames dos vigiares e punires nas neuroses das impotências dos in

LUTO

o mundo observa as Reich telas de televisão computação sensação estilização rostificação enquanto Israel se torna cada vez mais o principal anti-semita de si de nós mesmos infernizando irradiando dizimando atomicamente o judaico povo atual: o palestino, tão ao vau como o hebraico povo haitiano somaliano líbio sírio pois todo povo sendo diferente, é igual no laboratório da holocáustica Faixa de Gaza A câmara de gás Do faraó sionismo Impõe o milenar êxodo aos judeus palestinos Sob a proteção do nazismo Europeu Estadunidense Oligárquico Enquanto observamos as telas da enganação danação violação manipulação reificação O Hitler Benjamin Netanyahu Mandará matar esta menina Palestina-antes-judaica Yasmin, 6 anos vejam de fora do seu soss-ego pois já mandou matar olhem (de dentro da outrora homo sacer abandonada escravizada hebraica vida nua) sua mãe, Yolanda, calcinada assassinada por fósforo branco olhem lançado

maternalista

vomitai mãe cosmos do fora de si sem si alhures por aí aqueles que na Terra nos ocupou usurpou humilhou assassinou pelos tempos e tempos, aquém e além sem amém nos fazendo reféns ocupai mãe galáxia as monarquias as aristocracias as oligarquias as demagogias as filantropias o logos nas ogivas dos vigias tenham ou não ismos sismos istmos manias mono ou plurigamias ocupai mãe constelação os mandonismos idiotismos realismos elitismos preciosismos narcisismos elegantismos ocidentalismos orientalismos fiscos de fisgos de exclusivismos mismos ocupai mãe estelar a herdeira propriedade privada amorosa simbólica étnica patriarcal filial humana sacerdotal sem beira nem eira e não esqueçamos mãe lunar de ocupar a OTAN a Cia a Usaid os Bank thinks o Wall street a União Europeia O Banco Central Europeu o american way of life a rede globo o Conselho de Insegurança ânus ônus da ONU nos ocupe mãe vulcânica

estar

estar na hora do mundo estreladamente na hora de errar desmedidamente de apalpar a fruta delicadamente a que existe e inexiste saborosamente com a saliva da língua na uva da semente vulva da poupa que é roupa de outra na outra metamorficamente fora do relógio da Bastilha da planilha do cu na vasilha da lanterna de pilha desfalicamente fora da do buraco do miolo no taco no palco do esgoto de nossa teatral bufônica supersônica submissão à prisão da manilha desencanadamente do ontem no amanhã do hoje nos suplícios e nas transcendências das indecências das ciências nas Cias das armadilhas, fora, livremente - sempre como matilha inadvertidamente estar na hora do cosmos ai sim fora do freio sem pastilha do progresso sem partilha da Terra como ilha no buraco-negro das corporativas identidades idades felicidades faculdades diversidades de performáticas bestialidades de folgadas carretilhas fora do lucro

dinheiro

antes era pão e circo e o cacete como pão que bate na arte de matar, cão que late, no bode expiatório, a guilhotina no pescoço da soberana plebeica praça hoje é urânio empobrecido fósforo branco e círculo midiático onde tudo é arte que arde, ardil funil fuzil de ícones de artilharias nas edições de armas satelitais contra a praça súdita garras amarras virtuais na Terra carcerária, pois agora a ágora é o planeta campo de concentração planeta palestina, território sem povo e povo sem território, onde bomba é tudo, em tempo irreal, supõe-se, supositório de lunáticas radioativas partículas de envoltórios zumbíticos vivos incendiados incendiários, planeta guilhotinado, enforcado,desmembrado, sacrificiado nos vários seres mortuários, viciados, por plutônicas ontológicas cosmológicas inspeções galácticas de drones drops fotoativos, putativos, objetos mostruários no dentifrício no corpo cabeça sexo estomagado esmagado emparedado avacalhado suicidári

fuga

te ofereço minha bunda sim, imunda, vagabunda, te ofereço minha morte sim, profunda, sem tumba, te ofereço minha sorte sim, agourada, sem aura, te ofereço meu cérebro, sim, sem périplo, ébrio, te ofereço meu coração, sim, prostituído, sem emoção, te ofereço meus rins sim, vis, sem fins te ofereço minha vida sim, achada, oprimida te ofereço meus órgãos sim, organizado, tomado te ofereço meu corpo sim, inteiro, porco dócil corpo fosco, tosco, morto diabólico agente laranja de divinos hortos todo seu, olho de Deus, meu Prometeu, come, espião das alturas, o fígado que me deu não o quero mais, fica pra ti, é todo seu fujo de mim dando-me todo a ti, Serafim, no sétimo dia em que nasci, descendi de sua sexta asa, Supremo, sem medo de cair, me viro ao avesso do inferno de seu reverso, e verso de diverso de não querer-Te sequer como sombra que assombra-Te no assombrado humano boto fogo na luz que em Ti pudesse me conduzir poderoso ou vigoroso ou amoros

outros 300

amar, na vida, só quando uma palavra de ordem é desejável - a desordem contra a ordem policial exponencial filosofal banal contratual sentimental consensual financial patronal na vida somente o respeito ao desrespeito é respeitável: à covardia ao medo à norma ao dinheiro à propriedade à inculcação da sublimação na ascensão e a outra qualquer privatização de afetos desejos projetos dejetos fetos tetos de redenção na vida existe somente um lucro que importa no porco do corpo do horto do morto – a mais-valia vital - contra a morte da confiança e antes de tudo naqueles que não têm finanças ou da bonança e antes de tudo pra aqueles que não têm poupanças ou da festança e antes de tudo pra aqueles que não têm esperanças ou contra a morte da morte quando esta, deixando de morrer impede-nos de fornicar e de brincar de sorver e de cantar de florescer e de desejar de espairecer e de cagar de correr e de voar de enraivecer e gargalhar no ar de arder em chama

revolução

sim à vida sem cordeiro de deus que tirais o pecado do mundo sim à vida pecaminosa vertiginosa que semeia pecados imundos sim, à vida nua, despossuída, de qualquer r´um ou uma puma nunca retida ou vendida ou convencida ou convertida pluma sim à vida vestida de travestida em vias de algaravias fora das babélicas sesmarias das poses das posses divididas romarias sim ao amor vil inverossímil não servil sem objeto sem sujeito sem peido mercantil sim ao destino solto revolto sutil fora do covil seja peitoril fértil débil febril nem juvenil e nem senil fora do que se vê ou se viu sim à vida estéril abril o mais azul dos meses ardil fora do pentágono do catálogo do monólogo hamletiano de ser ou não ser prussiano ou americano sim à vida fora dos monopólios interpretativos especulativos econômicos monogâmicos simbólicos educativos sim aos vendavais fluviais plurais sem rosto sem posto sem custo ou encosto sim

capitalismo mundial integrado

Imperialismo mundial integrado Tecnologia mundial integrada Monopólio mundial integrado Dólar mundial integrado Lucro mundial integrado Exploração mundial integrada Roubo mundial integrado Farsa mundial integrada Ilusionismo mundial integrado Droga mundial integrada Entretenimento mundial integrado Mídia mundial integrada Ignorância mundial integrada Oligarquia mundial integrada Arrogância mundial integrada Pobreza mundial integrada Fome mundial integrada Desespero mundial integrado Desperdício mundial integrado Luxo mundial integrado Elitismo mundial integrado Racismo mundial integrado Abandono mundial integrado Presunção mundial integrada Mentira mundial integrada Indiferença mundial integrada Sexismo mundial integrado Ódio mundial integrado Cinismo mundial integrado Niilismo mundial integrado Hipocrisia mundial integrada Extermínio mundial integrado Maldade mundial integrada Antropocentrismo mundial integrado Sujeição mundial integrada Crise mundia
bom o mundo é fodido e a gente tem que ser bom bom até morrer! bom até morrer é bom pra evidenciar que o mundo não é fodido, mas nós daí o até morrer porque só nos matando pro modo como fodemos o mundo, e seus intinerantes, somos bons, retirantes

desumanizemos

a civilização e suas tecnologias de intimidação liquidação fornicação emoção purificação sugestão presunção humilhação perturbação banalização massificação na ofuscação da televisão das luzes da canção nas chantagens de violentas violetas de marionetes ainda que dóceis de garimpagens de eróticas sondagens vaginais anais, epidérmicas cardíacas psicológicas sociológicas putativas, punheteiras nos diamantes cursos incursos de maquinarias de poderes de recursos de ursos usuras difamantes amantes diletantes dilatantes rumo ao progresso do avante nas últimas tendências das indolências de ais de ais de ais de ais ais e mais gozais ipods, ipeds, ifones de i-fodes id-entificadores feitos para digitar, pressionar, censurar, despedir idiotizar retardar cegar drogar desperdiçar atar o amar no mar de matar tudo ao mesmo tempo na ágora pra caçar pra fracassar pra assar em fogueiras as bruxas as putas os gays os brancos os negros os bebês os a

amor

audácias mais audácias sempre audácias atrevidos mais atrevidos sempre atrevidos insubordinados mais insubordinados sempre insubordinados desafiantes mais desafiantes sempre desafiantes Loucos mais loucuras Sempre loucos confiantes mais confiantes sempre confiantes novo de novo sempre novo vivo mais vivo sempre vivo impossíveis mais impossíveis sempre impossíveis utópicos, mais utópicos sempre utópicos humildes, nunca humilhados sempre humildes rés-do-chão mais rés-do-chão sempre rés-do-chão solidários, mais solidários sempre solidários safados mais safados sempre safados esboço mais esboço sempre esboço revolucionários mais revolucionários sempre revolucionários comum mais comum sempre comum sul mais sul sempre mais sul alegrias mais alegrias sempre mais alegrias criação mais criação sempre mais criação porque já basta de centros aristocráticos aristográficos linguísticos financeiros comunicacionais epistemológi

descaminhados

os descaminhos de roma washington pentágono wall Street oTAN os descaminhos dos poderes das armas dos medos das máfias dos ricos milicos os descaminhos dos sem dinheiro direito pão abrigo dos ubíquos demos sem cracia hipocrisia os descaminhos dos recusados acusados humilhados incompreendidos fodidos esquecidos bombardeados os descaminhos de si de mim de ti em mim em si em ti os inacreditáveis impossíveis incompreensíveis inverossímeis imponderáveis incontroláveis inaceitáveis insubordináveis incríveis descaminhos mal falados mal amados mal analisados mal vistos mal compreendidos mal apresentados mal representados mal pensados mal editados caminhos carinhos de cosmológicos ninhos

reza brava

O filho da puta chegou como um milagre, incrível, e a gente ainda acha que a vida não vale a pena, depois desses milagres todos, desses nascimentos todos, surpreendentes, das palavras nascendo enquanto as escrevo, enquanto as digito, um tremendo desafio, porque posso dizer tudo, posso fazer as combinações que não puder, que nem sei que possa, porque é um milagre, um susto, um imprevisto de sonhos que as escritas podem escrever, e tudo está absolutamente aberto, e afirmo novamente, absolutamente aberto, para escrever o que for e o que não for, nada me prende, não existem limites, vou afirmar novamente, não existem limites, nem morte, nem escravos e senhores, nem esquerda e direita, nem o rico e o pobre, nem a minha masculinidade, o meu sexo, as minhas marcas todas, os emparedamentos do mundo, o trabalho, o salário, e suas faltas ainda mais pilantras, nada disto é limite, pelo contrário, tudo isto e muito mais são desa-fios,entedamos, e mesmo esse entendamos, esse verbo assim, metido d

oprimido

os lixos da história este poema e tantos outros os lixos da história de traição e de dominação, são crimes sanguinários artes assa-cínicas os lixos da história, os saberes, os dizeres e os quereres, e não os lixos, os despojos de nojos, mas as oficialidades, os rituais, as boas maneiras o belo amor, a paternidade, o ser médico, presidente professor, potente ou carente, com dente ou sem dente a minha vidinha besta, as prestações, o eu ser hetero ou gay, negro ou branco, criança ou adulto, mulher ou homem, pobre ou rico, ocidental ou oriental, crente ou descrente, os lixos da história, a liberdade, a igualdade, a fraternidade, o primeiro colocado seja lá no que for e também o último, e também o nem um nem outro os lixos da história, o moralista e o imoralista, o utopista ou o niilista o opressor e o oprimido o caçador e o caçado o patrimônio material e simbólico a alta e a baixa culturas os lixos da história a imparcialidade e a parcialidade a seriedade

vergonha

tenho vergonha de ser homem mulher gay branco negro amarelo adulto velho jovem criança tenho vergonha de ser deste mundo sendo quem sou e também quem não fui não serei não seria ou sereia tenho vergonha da humanidade de existir o rico o pobre o trabalhador o vagabundo o santo o puto o honesto o pilantra tenho vergonha por saber que a fome na Somália não é destino natural fatal espiritual mas parte da trama de quem odeia de quem ama pois tudo é o mesmo mundo de fama de lama de cama de coma na lona tenho vergonha das guerras imperialistas mas também das guerras narcisistas hedonistas vigaristas legalistas esportivas amorosas realistas fatalistas sensacionalistas tenho vergonha por algum dia ter dito pela primeira vez é meu é seu tenho não tenho sou não sou quero não quero sei não sei morro de vergonha por existir línguas países culturas sistemas ordens religiões saberes poderes tenho vergonha de ser gent

selo

cuidar amar, criar alimentar pensar, trepar, amigar cheirar tocar divagar sem selo sem sê-lo com zelo fora do desmazelo Sem propriedades proprietários domínios espertos otários na aberta sociedade sem contratos de posses de poses de vozes Fora do selo da guerra Do é meu, é seu, é dela, Fora do selo da guerra do terrorismo: Da morte anônima a mais cruel das mortes na líbia no iraque no afeganistão na somália nas esquifes esquinas dos atropelamentos no sê-lo da guerra de tráfego tráfico de trânsitos mortorizados a morte anônima é o abril dos mais cruéis das nortes mortes no sul pois tem a tortura, como corrente moeda vigente, tem a ingente gente sem nome na quantidade, aos milhares aos milhões, como impessoalidade, como terceira pessoa da trindade da mortandade, pra estuprar, humilhar, sacanear, tomar, manipular, sequestrar, atar fora do selo sê-lo da guerra de violar, maltratar, matar, sem que saibamos como e por quê fora do

alquimia do verbo

um verme, um vírus e uma horda de bactérias invadiram, peste letal, o corpo do mundo. o veneno contra o veneno, os anticorpos contra os corpos invasores, o corpo do mundo definhado na uti dos pesadelos virais. a morte é certa; a vida incerta. toda medicina, nietzsche dizia que a arte é medicina, toda ela buscava a cura: inutilmente, embora acreditassem na globalização justa, num sistema de inclusão, nos estudos culturais, na ong contra fome da praga, insaciável, na poesia de papel (esta ), na alegria ilhada. o hermético segredo contra tal incontrolável mal, alguns muitos o chamavam de inevitável, e diziam que era preciso adaptarmos, pra não ficarmos de fora, estava precisamente no fora, que é o mais dentro de nós, expulso de nós por nós: estava em cristo. não o cristo dos religiosos, dos cristãos, dos católicos, dos pentecostais, mas o cristo morto ressuscitado, o cristo dos passos das paixões, o que morreu pra salvar, e ressuscitou salvando-nos; um cristo anarquista,

punheta

(pra não perder o estrume) finalidade sem fim da justiça alegria beleza amizade amor cuidado na revolução sem fim da letra na treta da reta na teta dos lábios na buceta analógica de veneta sem muleta vinheta na punheta

você

você é um delinquente um terrorista se luta pela paz por justiças contra as bombas de genocídios de liberdade de democracia de direitos humanos dos - business as usual - exércitos ocidentais você é um assassino um monstro sanguinário se luta contra o apartheid o colonialismo o imperialismo se propõe o fim do capitalismo você é um demônio ismo, ismo, ismo de polvos povos pés de abelhas a desaguar ismos ismos ismos de encapetados utopismos fora da dopadocorporocracia de sismos sismos sismos terremotos atômicos de capitalismos você é um torturador um ditador implacável se propõe a solidariedade e o livre direito dos povos de construir seus presentes futuras bocas em frutos sem interferências sem ingerências sem maledicências sem murros muros você é um genocida um perigo contra a vida um bárbaro comedor de criancinhas um pedófilo de inocentes menininhas o próprio diabo encarnado no quarteto da maldade: o bastardo o revolucioná

Iraque

o preço vale a pena de mortes incontáveis sem rostos, apagáveis chafurdadas em covas comuns de fósseis combustíveis de estatísticas infindáveis de números inclassificáveis as dores insuportáveis espalhadas estilizadas consubstanciadas em marcas de automóveis no direito de ir e vir dos indivíduos louváveis devidamente motorizados em complexos nexos desconexos refleticos reflexos nos bombásticos músculos de espelhos de egos da morte a combustão: em iraque o eixo do bem com estados unidos liderando assassinaram a mais de três milhões de iraquianos são cinco milhões de órfãos um milhão de viúvas assassinaram a infraestrutura pontes escolas, hospitais condutos de água assassinaram a memória milenar a alegria lunar do iraquiano solar pilharam a vida tudo porque sabem que o lucro vale o genocídio o lucro vale tudo é por isso que amo o prejuízo que amo a falta de juízo que amo o regozijo que amo a vida que se inventa no vult

Rabisco

amor é algo em que se é indistinto e distingo os traços aços do seu rabisco e você me apresenta sem se apresentar sua poesia, seu eros da distância, seu eros da proximidade, e vejo borboletas entrelaçadas no ar, saltando, e são pássaros, e são insetos, e são folhas, e são gentes, e são seu tesão em vinho transfigurado nos sonhos que vejo, que desejo, que toco, que retoco, que ouço, que remoço, que degusto, que te gusto, que cheiro, que recheio, e você é minha não minha perturbação, os tatos atos de meus sentidos, e a saudade não tem idade, parece muito antes de mim, como se antes do ovo, antes do óvulo, do esperma, do gozo, algo-ouro-diamante-música-alegria-utopia-ressurreição-feto-paraíso-já e, antes de nascer, de escrever, de ser texto, de existir o mundo, antes/depois de Deus, no remotíssimo agora de não tê-la tendo, na tela-pintura de pintar-nos, a dois, a um, a mil, imagens em estrelas de nos darmos, de sermos dados, acaso do caso de um lance de dados e você não abolirá o

utopia

o capitalismo é absurdo absolutamente nele somos absurdos aberrações concretamente abjetas abstratamente a única coisa a fazer além de tocar um tango argentino é abnegadamente dançar cantar imaginar pensar realizar amar voar divagar fora do absurdo surdo mercado de absurdas garras de guerra de lucro e então surtados - alegremente generosamente igualmente amorosamente revolucionariamente localmente mundialmente plenamente – de corpo de mente corpalmente seremos lindamente outra gente então na absurda vida nasceremos individualmente e fora da absurda lucrativa morte viveremos coletivamente

BANDO

de vagabundos pilantras de filhos da puta desgraçados de incompetentes ridículos de bandidos preguiçosos de ignorantes analfabetos de marginais incorrigíveis de ingratos retirantes de jagunços messiânicos de salafrários falsários de inviáveis desviantes de gatunos pobres de tarados amantes de ilegais errantes de loucos distantes bando de ovários de futuros nascimentos noturnos diários de incorrigíveis críveis inverossímeis revolucionários de vocês bandos de quebrantos não esperamos nada porque podem entre tantos sem entretanto manadas espalhadas podem tudo badernas bandos de atrapalhados santos pecadores de pernas abertas sem dores no chão de flores podem bandos de avacalhados olores em bandos vocês podem fazedores salvar o mundo da desordem ordem do regresso bando de alvores em bandos vocês podem tomar dos imundos ricos o mundo de progressos dissabores pregressos horrores bandos em viagens em bandos v

ensaio o poema

tem quanto tempo que não faço um poema, nem sei. estarei cansado de minhas aliterações, de meus jogos de palavras, que bobagem, você talvez finalmente esteja ficando velho, se rendendo à moral burguesa das boas maneiras de escrever um bom poema. você sempre escreveu como um pobre , um faminto jogando, fazendo aliterações, misturando, misturando não, que é pouco, e você poderia estar dizendo agora, é rouco, é mouco, como já fez alhures, em cores vadias por aí, mas não, você não diz, não dirá. Então, se não é misturando tudo com tudo, como você faz o que não faz. E você dirá, me deu vontade de escrever um poema fazendo o baixo-ventre, as vísceras, o sexo, tudo isto que fica debaixo, que me faz ser o que sou não sendo, sendo muito mais, um animal humano, que come, que caga, que sente dores de barriga, de rins, e que fica de tesão. Este lugar do baixo-ventre, aqui, olha, estou tocando nele, este lugar, olha o meu pau, este lugar, está mole, vou mexer nele, penso na mulher que vi na

criação do cosmos

1 dia de gasto militar pode alimentar, brincando, as crianças do mundo 2 dias de gastos militares podem resolver as doenças endêmicas, cantando, das crianças do mundo 3 dias de gastos militares podem deixar saudáveis, rindo, as mães das crianças do mundo 4 dias de gastos militares podem produzir uma reforma agrária mundial, plantando, os pais das crianças do mundo 5 dias de gastos militares podem garantir saúde, dançando, pra todas as famílias, inventando, das crianças do mundo 6 dias de gastos militares podem garantir educação integral, garatujando, pras crianças, criando, do mundo 7 dias de gastos militares podem fazer o mundo perder razões pra guerra e, festejando, acabar completamente com os gastos militares do mundo e, desarmando, acabar com todas as guerras existentes do mundo inclusive a guerra publicitária o que significa dizer que o mundo não quererá mais coca-cola bancos multinacionais lucros politicamente corretos, (mentindo

amar

amar: o distante no próximo e o próximo no distante amar um amor revolucionário fora de si de qualquer ovário amar a conhecida luta pelo desconhecido a comum labuta pelo incomum pelo estranho horizonte que avulta na menosprezada puta que goza convulsa amar a pugna visível pelo invisível a expressiva batalha pelo inexpressivo que de tão inexpressivo ao lucro atrapalha despreza avacalha encalha amar a terráquea briga pelo enfático lunático que me abriga a defesa inamovível pelo indefeso de incorrigível vezo amar a desacreditada razão do desacreditado do aviltado do acusado amar um amor ímpar, sem páreo, o pária sem par, emparedado, vário, ainda que pareça otário, amar sem cobrar sem ganhar sem negociar sem nunca dizer “não pode” “não dá”, sem nunca desacreditar, amar, sim, o sim àqueles que vivem o não que são sem pão e que amam em vão e por isso amam livres sem moral sem lição amar sem os limites do teu

o progresso em bala

No ano x , y foi à rua w e comprou uma pistola calibre progresso. No ano x + 10, y chegou a sua casa e desfechou tiros contra o corpo. Depois de morto, y foi aludido num telejornal. Neste, seu suicídio não significava nada. Apenas mais um morrera. No entanto, o silêncio, dissimulado em indiferença, dominou de tal maneira os expectadores que era sem dúvida um sinistro aviso coletivo. Y talvez fosse a liberdade? A desmassificação? O homem que se inventa? A mulher que se desmasculiniza? O desejo desejado enfim inscrito na ponta outra do outro que deseja, formando impossíveis? De qualquer modo, estava morto pelas próprias mãos, pelo próprio tiro, pela própria bala.

descentramentos

centros concentram estupram mundos centros de mim de ti, sem jabuti sem javali sem índio guarani humilham submetem assassinam por lá, por aqui, por aí, floras faunas inorgânicos rasos fundos rios vulcânicos centros de posse sanguessugam os órfãos de órgãos de pão através dos centrais monumentais vampiros dentais famintos suspiros de Deus de Midas de mídias centros centram roubos arroubos que arrombam raios concêntricos aços abraços de morte cercam tudo que não é nem sul e nem norte tudo cuja direção é pura sorte é sem correção sem circuncisão sem adaptação sem sujeição porque descentrados insubordinados são pois descentrar é revolucionar o centro dentro do centro até desconcentrar o centro de homens de humanidades e seus centrais pedestais sem mais umbrais fenomenais e outros que tais pois descentrar é um vendaval de vaus de naus no liso mar, amar, sem centros ciumentos pelo ar, sem fomento de egos, cimentos pois

poesia

é sempre uma sentença de morte a poesia ou a poesia como sentença de morte é sempre uma onipresente sentença de morte quando não existe poesia uma sentença que é mais letal quanto mais parece vital quanto mais é interpretável palatável sociável amável amansável quanto mais não atravessa o avesso do sono no travesseiro deste viveiro: a sentença de morte de não poder poetar fora da propaganda de viver de não poder, em começo, viver sem publicidade de eu de homem de mulher de negro de gay de pobre é sempre uma potência festiva revolucionária coletiva a poesia potência viva insubordinável inapreensível impossível incontrolável imprevisível quando não publicável não palatável não amável não sociável porque fora da propaganda porque viva carnavalesca vivendo é sempre a nossa sentença de morte que condena a poesia quando o poema não diz o que nos mata nos rouba nos ata nos poupa é sempre uma alegria a poesia quando diz o inaudito o invisível o imperceptível o não cheirado o não degust

rIzOmA

sou frágil caluniado ofendido sacaneado humilhado aviltado xingado desprezado inferiorizado explorado sou frágil sou fraco sou filho da morte sou ágil eu: não sou nada não tenho nada sou livre sem ser sou: no condenado que estou intocável afetadamente inafetável ofendidamente inofendível sou não sendo um pária sim, sou um pária sem ser sou sim um detido sem ser sou di-vertido in-convertível pagão sou um escravo livre um anômalo vândalo sou não ainda bem digo que não posso ser descer devo tecer o destecer do ser desaparecer o ser que não posso ser é não ser que não serei livre aí sim estou não sendo sendo o sido que não pude ser aí sim já não sou eu somos sem ser porque nos faremos o não ser da puta filha da puta o não ser do ser do desgraçado do infeliz o alegre atrevido não ser do pivete o não ser do pobre dos mais recusados e xingados evitados o não ser minhoca barata rato cobra verm

desnome

Agora que estamos no coração do combate de não ser a gente mesmo, estamos livres, finalmente começadamente fora do comercialmente comércio de ser a gente decentemente pois agora que não somos que somos indecentes o aberto presente é o só o interessa o que não é meu nem seu nem nosso nem de ninguém sem catequeses desde que o outro em nós e fora de nós não seja a idealizada mímica da caricatura que temos sido de nós pros nós de nós mesmos no strip-tease humanista de nós no gene da gente, demente desde que eu não seja eu de nós, humanos, impérios romanos pois já não chega, e nunca chegou, o penso logo existo, com seu anjo maligno ocidental-imperial-filosofal-escrotal-parasital de ser homem, desgraça imperiosa deste mundo fodido cheio de infaustos faustos incestuosos desejos intra desejosos de ser nós venosos de intimidades de obscenidades de ser esta malária: subjetividades ids ambulantes, parasitando o ególatra golo guloso

Moça

BOMDILMA PRA TOD@S! apresento abaixo o conto "Moça", da escritora Raíssa Cardoso Soares, de apenas 15 anos. Endereço do blog dela:http://raissasofia.zip.net/ Vou contar a história de uma moça. Na verdade eu não a conheço. Bom, eu conheço a alma dela. E isso pode significar alguma coisa. Mas a metade de sua alma, eu conheço pela minha imaginação, afinal, ela é apenas um personagem, e eu faço dela o que eu quiser. Essa história pode parecer um pouco confusa, sim, a moça é uma confusão em pessoa, e é por isso que eu gosto dela. Ela é feliz, sim, ela é. Mas ela não leva muito bem esse negocio de felicidade não, sabe? Eu acho que ela vive procurando, mas ela acha que nunca acha. Ela não sabe amar. Porque ela nunca deixa ser amada. Ela é egocêntrica. Acha que o mundo gira em torno dela. Ela é neurótica. E ela tem um vício: o da tristeza e da depressão. Ela gosta de chorar e geralmente faz isso pra chamar a atenção de quem ela nem sabe quem é. Ela ri também, aliás, ela até que ri m